Prólogo

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Os grandes sinos badalam alertando sobre o início do dia no convento Elarian.

O sol da manhã invade a janela atravessando as cortinas. Osha afasta o cobertor e se senta nos colchões ainda sonolenta, seus olhos mal conseguiam se manterem abertos.

O pequeno quarto sem cor nem personalidade cabia apenas o que era julgado como necessário: uma cama, um armário e uma mesinha de canto, acima dela havia o único item luxuoso do quarto, uma gaiola dourada vazia onde o melhor amigo de Osha, o pequeno pássaro amarelo Pip residia.

Fazia parte de sua rotina: Semi despertar; ser assustada pelos gritos da irmã Adélia trazendo a lista de tarefas diárias; finalmente despertar oficialmente.

Porém quando a característica batida forte na porta foi ouvida naquela manhã, o que surgiu ao abrir foi um velho rosto familiar extremamente sorridente.

Irmã Adélia era uma pequena idosa ranzinza de óculos quadrados e hábito em um tom de creme encarregada de colocar ordem nas dezenas de garotas do convento, incluindo Osha.

-Grande dia, irmã Verosha!

Tal animação matinal por parte da irmã era um gigantesco sinal de alerta mas a pobre Osha estava mentalmente em outra galáxia naquele momento para se preocupar.

-Grande...dia?

Adélia adentra o quarto com uma grande caixa enfeitada em mãos, a velha mulher chegava a saltitar de tamanha animação. Ela coloca a caixa em cima da mesa de canto ao lado do lar do, até então, desaparecido Pip.

-Que a força esteja com você, irmã Verosha

-Espere...E as minhas tarefas de hoje?- Osha questiona

A irmã gargalha brevemente desencadeando uma tosse seca por alguns longos segundos.

-O que está dizendo?

Amélia pergunta com a voz já rouca mas sem desfazer o sorriso exagerado.

-Você não pertence mais a esse lugar, querida

Como uma grande pedra caindo diretamente em sua cabeça, a realidade a atinge.

Era seu último dia no convento, pois Osha estava noiva e o casamento seria ao entardecer daquele mesmo dia.

-Sentiremos muito a sua falta

Osha duvidava muito.

Adélia sai fechando a porta atrás de si, deixando Osha a sós com seu surto matinal mental. Ela se estapeia nas bochechas murmurando um "acorda" a si mesma antes de se espreguiçar e se levantar da cama, indo de encontro com a misteriosa caixa.

Um assobio melodioso e afinado chama sua atenção, como uma bela canção "Bom Dia", o pequeno Pip atravessa a fresta da janela pousando no ombro de sua amiga.

-Pip! Onde esteve, seu danado?

O pássaro amarelo responde um um assobio curto e inclina sua cabeça em direção a caixa, morrendo de curiosidade.

-Vamos descobrir agora- Osha responde

A caixa branca com um enorme e volumoso laço vermelho denunciava que o presente vinha de fora do castelo.

"Modéstia" era a palavra-chave pregada em Elarian , qualquer traço de vaidade e excesso eram considerados vulgaridade e tratados como pecados puníveis. Desde coisas "compreensíveis" como maquiagem até coisas extremas como espelhos.A paleta de cores no convento consistia em branco, bege e creme, as únicas cores aceitáveis, outras poderiam ser negociáveis nos dias livres fora dos portões do convento menos o vermelho, vermelho era inadmissível.

Save The Bride (Oshamir fic)Onde histórias criam vida. Descubra agora