O ano era 2018, e Alice estava prestes a começar uma nova fase em sua vida. Ela havia conseguido um novo emprego, um daqueles que parecia promissor e cheio de oportunidades. Cheia de expectativas, ela adentrou o escritório pela primeira vez, seus olhos percorrendo cada detalhe enquanto tentava absorver o ambiente que se tornaria parte de sua rotina.
Foi em uma manhã ensolarada de setembro que ela conheceu Davi. Ele estava sentado em sua mesa, concentrado no computador, quando Alice foi apresentada a ele. Com um sorriso caloroso e um aperto de mão firme, Davi a cumprimentou. Ele era extrovertido, simpático e logo fez com que Alice se sentisse parte da equipe. Ao lado de Davi, sempre estava Eduardo, seu melhor amigo e colega de trabalho. Eduardo era mais reservado, tinha um humor sutil e um olhar atento que fazia Alice sentir que ele enxergava mais do que deixava transparecer.
Com o tempo, Alice foi se aproximando de Davi e Eduardo. Os almoços compartilhados, as piadas internas, e a camaradagem no escritório criaram um laço entre eles. Alice, sem perceber, começou a nutrir um carinho especial por Eduardo. Havia algo em sua presença que a fazia sentir-se segura e compreendida, mesmo que eles não trocassem muitas palavras. Mas, ao mesmo tempo, Davi se mostrou interessado nela de uma forma mais direta.
Alice nunca havia namorado antes, e quando Davi a convidou para sair, ela se sentiu lisonjeada. Ele era divertido, fazia com que ela risse, e parecia tão interessado nela. Depois de algumas semanas de encontros, eles começaram a namorar. Para Alice, Davi foi seu primeiro namorado, o primeiro homem com quem ela compartilhou momentos mais íntimos, mas também foi o primeiro a lhe trazer mágoas que ela nunca havia imaginado.
O relacionamento com Davi começou a deteriorar rapidamente. Ele era ciumento, possessivo e tinha uma tendência a controlar todos os aspectos da vida de Alice. O que no início parecia carinho, logo se transformou em opressão. Alice sentia que estava perdendo sua identidade, e o que era para ser uma experiência de amor e descoberta, tornou-se um fardo pesado de carregar. Em poucas semanas, ela terminou o namoro, mas as marcas deixadas por Davi permaneceram.
O que mais doía em Alice, contudo, não era o término em si, mas a sensação de que havia tomado a decisão errada desde o início. No fundo do seu coração, ela sabia que seus sentimentos por Eduardo eram mais profundos e genuínos do que qualquer coisa que sentira por Davi. Mas Eduardo, sempre discreto e distante, nunca deu sinais de que sentisse o mesmo. Mesmo assim, Alice não conseguia evitar se perguntar como teria sido sua vida se tivesse escolhido Eduardo ao invés de Davi.
Os anos passaram, e a vida seguiu seu curso. Eduardo casou-se com outra pessoa, e Alice acompanhou à distância, mantendo o sorriso enquanto escondia a dor. Eles mantiveram o contato profissional, mas aquela chama de possibilidades não concretizadas sempre ardeu em silêncio dentro dela. Alice viveu a vida, mas nunca esqueceu da escolha que não fez.
Até hoje, Alice não consegue evitar pensar em Eduardo e no "e se". Ela imagina como poderia ter sido sua vida ao lado dele, como ele a trataria, o que eles teriam construído juntos. Ela se arrepende de ter dado uma chance a Davi, de ter se deixado levar pelo brilho superficial de seu interesse e não ter escutado seu próprio coração.
Agora, ela vive com essa pergunta não respondida, tentando fazer as pazes com as escolhas que fez e os caminhos que seguiu. Mas, em noites solitárias, ela se pergunta se, em algum lugar, em algum universo paralelo, ela e Eduardo estão juntos, vivendo a vida que ela sempre quis.
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As Escolhas Que Não Fiz
RomanceEm 2018, Alice inicia um novo trabalho e logo se vê envolvida em uma amizade com dois colegas, Davi e Eduardo. Atraída pelo carisma de Davi, ela embarca em seu primeiro relacionamento amoroso, mas o romance rapidamente se transforma em uma experiênc...