Sonho, poderes e mais gelo

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Edmundo abriu lentamente seus olhos, respirando fundo e percebendo que, pela luz do quarto, o sol estava nascendo ou se pondo (embora ele suspeitasse seriamente que fosse a segunda opção). 

Seu abdômen não estava doendo, apenas latejando levemente na região da cicatriz - onde sempre havia sido mais sensível, normalmente. Já seu lábio inferior, esse doía muito.

Antes que ele pudesse pensar em mais alguma coisa, ouviu a porta do banheiro do quarto se abrir, e uma Aurora com expressão cansada sair de lá.

A loira olhou para a cama, onde ele estava, parecendo aliviada por ver que seu marido tinha acordado.

-Ah, Ed. - arfou ela, indo até a cama e se sentando ao lado dele. - Você está bem?

-Hm...acho que sim. - ele respirou fundo, seus lábios se movendo em um leve sorriso enquanto seu rosto se contorcia em uma careta pela dor que isso causou. - É...minha cicatriz do abdômen sumiu.

-Eu sei, fui eu quem fechei com meus poderes. - sorriu sua esposa. - Até que foi bom usá-los de novo, já tem anos que não uso. Só não fechei a dos lábios, porque essa é mais recente, então iria doer mais.

-Ah. Obrigado.

-Sabe que não me precisa me agradecer de verdade, não é? De certa forma, salvar sua vida - mesmo que de uma forma mais leve - já faz parte da minha rotina. 

Edmundo riu de forma nasalada, fazendo o máximo para não mexer os lábios.

-É, eu sei. - ele disse. - Bem, são que horas?

-Sete e meia da noite. 

-Caramba. - arfou o moreno, passando a mão por seu cabelo rapidamente. - Então, imagino que você já tenha contado o que aconteceu para os outros...?

-Na verdade não, eu disse que você estava cansado, só isso. Não contaria sem combinar com você. Além do mais, eu nem sei o que você ouviu. A única coisa complicada foi convencer Pedro e Madeline a não entrarem aqui para "ver se o papai já tinha melhorado, porque ele está dodói".

-Awww. - dessa vez, Edmundo não conseguiu evitar um sorriso, ignorando a dor. - Que bonitinho, meu Aslam.

-É, deu trabalho mas foi bonitinho mesmo. - sorriu Aurora, passando a mão pelo lençol da cama pensativamente. - Hm, Ed?

-Oi.

-Quer me contar o que aconteceu lá no Guarda Roupa?

-Hm...não foi nada. A mesma coisa que aconteceu com você, apenas com o acréscimo de minhas cicatrizes terem sido abertas. - mentiu ele.

-Sério? Hm...a voz não falou nada sobre o Pedro não, né?

-Qual Pedro?

-Você sabe que estou falando do nosso filho.

-Ah. Por quê?

-Bem, logo antes de você apagar de vez, murmurou alguma coisa como "meu filho não, meu filho não".

-Er...

-Tudo bem, não precisa falar agora. - suspirou Aurora, vendo que claramente ele não queria contar. 

Já tinha aprendido que seu marido não era alguém que saía falando tudo, principalmente se fosse algo que ele sabia que a afetaria de alguma forma...e não adiantava pressionar, pelo menos não de início; ele não falaria de jeito nenhum.

e não adiantava pressionar, pelo menos não de início; ele não falaria de jeito nenhum

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𝑩𝒂𝒄𝒌 𝑻𝒐 𝑵𝒂𝒓𝒏𝒊𝒂 𝟑 | A Última FeiticeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora