Capítulo 4: A Ameaça Oculta

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Capítulo 4: A Ameaça Oculta**

O interior da delegacia estava silencioso, quase opressor, como se o próprio edifício estivesse segurando a respiração. Michael, Alice e Silva, agora parcialmente recuperado, tinham se instalado em uma sala no fundo do prédio, usando-a como um refúgio temporário. No entanto, Michael sabia que não poderiam ficar ali por muito tempo. O mundo lá fora estava mudado de maneiras que eles mal podiam compreender, e a segurança que sentiam naquele momento era frágil.

Silva, ainda pálido e fraco, estava recostado contra a parede, com um cobertor fino sobre os ombros. Alice havia feito o melhor que pôde para tratar seus ferimentos, mas ele precisava de mais do que apenas primeiros socorros. Michael sabia que, se não encontrassem suprimentos médicos adequados ou alguém com mais experiência, as chances de Silva sobreviver eram poucas.

"Temos que sair daqui," disse Michael, quebrando o silêncio que havia se instaurado na sala. Sua voz estava firme, mas havia uma preocupação evidente em seu tom. "Esse lugar não é seguro o suficiente, e Silva precisa de ajuda médica."

Alice, que estava sentada ao lado de Silva, assentiu. "Eu concordo. Mas para onde vamos? Não sabemos como está a cidade lá fora... ou se há algum lugar seguro para onde possamos ir."

Michael pensou por um momento, ponderando as opções. Ele se levantou e começou a andar pela sala, uma expressão determinada em seu rosto. "Precisamos de um plano. Primeiro, precisamos garantir que este prédio esteja realmente seguro. Se houver outras dessas... criaturas aqui dentro, temos que lidar com elas antes de mais nada. Depois, podemos tentar encontrar um rádio ou algum meio de comunicação para ver se há alguma operação de resgate ou um ponto de encontro para sobreviventes."

"Eu posso ajudar com isso," disse Silva, sua voz rouca. Ele olhou para Michael com olhos cansados, mas resolutos. "Conheço bem esse lugar. Se vocês me ajudarem a me levantar, posso mostrar onde o armário de armas está... e também onde costumávamos guardar o rádio da polícia."

Michael se aproximou de Silva e o ajudou a se levantar, colocando o braço do homem sobre seus ombros para apoiá-lo. "Vamos fazer isso juntos," disse ele, com firmeza. "Alice, fique de olho na porta enquanto verificamos o prédio. Precisamos garantir que não seremos pegos de surpresa."

Alice pegou a pistola que Michael havia dado a ela anteriormente e se posicionou ao lado da porta, os olhos atentos ao corredor escuro além dela. "Cuidado," disse ela, sua voz carregada de preocupação.

Michael e Silva saíram da sala, movendo-se lentamente pelo corredor. A delegacia, que antes havia sido um lugar de segurança e ordem, agora parecia um labirinto sombrio e desolado. O chão estava coberto de detritos, e o ar carregava o cheiro metálico de sangue e o odor acre de algo queimado.

"Os armários de armas ficam no final deste corredor," disse Silva, apontando com a mão livre. "Se conseguirmos chegar lá, podemos nos equipar melhor."

Michael assentiu e seguiu na direção indicada, os sentidos em alerta para qualquer sinal de perigo. Cada passo ecoava nas paredes, e o silêncio parecia crescer a cada momento que passava. Ao chegarem ao final do corredor, eles encontraram uma porta de aço fechada.

"É aqui," disse Silva, encostando-se na parede para se apoiar enquanto Michael tentava abrir a porta. "A chave deve estar com um dos oficiais... ou no balcão de recepção."

Michael bufou, frustrado, mas manteve a calma. Ele sabia que voltar para a recepção não seria fácil, mas não tinham escolha. "Fique aqui," disse ele, entregando a Silva a faca que estava usando. "Eu vou buscar a chave. Se algo acontecer, me avise."

Silva segurou a faca com mãos trêmulas, mas assentiu. "Vou ficar de olho. Vá com cuidado."

Michael voltou pelo corredor, sentindo o peso da responsabilidade em seus ombros. A situação era mais complicada do que ele esperava, mas não havia espaço para erros. Ele chegou à recepção e começou a vasculhar o balcão em busca de chaves, mexendo em gavetas e armários com pressa. Finalmente, encontrou um chaveiro preso a um pequeno gancho atrás do balcão.

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