Alguns dias se passaram, eu ainda não havia pensado em uma forma super maldosa de me vingar, bolei vários planos em minha mente, mas todos eles eram falhos.
Decidi ir ao shopping sozinho, só pra passar em frente daquele estúdio de tatuagem mequetrefe, não pude evitar e passei algumas centenas de vezes de um lado pro outro só pra ver aquele filho da puta, ao menos uma vez, ainda não sei bem o porque.
Lembrei da tatuagem que eu havia decidido fazer a alguns dias, mas o imprevisto "pegação" me impediu de fazer. Pensei por alguns minutos e decidi voltar lá como se nada tivesse acontecido e fazer a minha querida tatuagem.
Entrei naquele lugar nojento e falei com a recepcionista, pedi um horário com urgência e aguardei, óbvio que eu estava nervoso, afinal de contas aquele filho da puta, não só tirou a minha virgindade "de trás" como também me abandonou logo em seguida, sozinho.
Alguns minutos se passaram, até que diferente da outra vez, eu fui chamado por uma senha e não pelo filho da puta do Trevor, o que me deixou feliz porque ele não poderia inventar uma desculpa para não me atender.
Entrei na sala e ele estava de costas, lavando as mãos, como da outra vez. - já escolheu a sua tat... - confesso que adorei o olhar de espanto dele. - já escolheu a sua tatuagem? - falou tentando me fazer acreditar que ele não estava nem um pouco abalado em me ver. - já sim, quero um raio do lado da covinha esquerda das minhas costas. - respondi seco, como se ele não soubesse que foi a mesma coisa que pedi na outra vez.
Alguns minutos se passaram, ele era um profissional dedicado, estava fazendo tudo como eu havia pedido, sem trocarmos uma palavrinha se quer.
- como tem passado? - quebrando o silêncio. - ótimo, nunca estivesse melhor. - respondi esfregando na cara daquele imbecil o quão bem eu estava. - hm. - ele sabia que eu não estava disposto a ser nem um pouco amigável com ele.- Prontinho, quer que pegue um espelho para que você possa ver como ficou? - como se eu fosse outro cliente qualquer, me fez até duvidar da sanidade dele, como se ele realmente não lembrasse do que fez. - óbvio, acha que vou embora sem conferir essa merda? - não estava aguentando segurar a raiva. Ele pegou o espelho, mostrou de todos os lados. - poderia ter ficado melhor, mas com o tempo eu vou em algum tatuador melhor e cubro. Iria indicar para o meu namorado, porém não quero que ele se decepcione. - falei quase soletrando a palavra namorado, mesmo sendo mentira. - tudo bem, desculpe por não ter sido o que você esperou.
Estava me dirigindo a porta, eu juro que queria sair dali, mas o ódio me cegou. - ESCUTA AQUI, SEU DESGRAÇADO!! VOCÊ ACHA QUE VOCÊ PODE ENTRAR NA MINHA VIDA, ME LEVAR PRA UM MATO QUALQUER NO FIM DO MUNDO, TIRAR A MINHA VIRGINDADE E DEPOIS IR EMBORA SEM ME DIZER UMA PALAVRA SEQUER. NÃO IMPORTA QUE TUDO TENHA SIDO RÁPIDO, O QUE VOCÊ FEZ NÃO É COISA DE GENTE E EU NÃO SAIO DAQUI SEM UMA BOA RESPOSTA. - cuspi todas aquelas palavras na cara dele sem pensar duas vezes. - é engraçado você reclamar de tudo isso, afinal de contas, você não pensou nisso quando fez a mesma coisa com minha prima, Melissa. - não estava entendendo nada, não consegui ligar os fatos. - você realmente achou que fazia meu tipo? Olha pra você, olha pra mim, se você acha que um viadinho enrustido faz o meu tipo, sinto em lhe informar que você está bem enganado. Foi apenas sexo. - cuspiu as palavras na minha cara com um tom de deboche. - SÓ SEXO? - gritei sentindo o olho queimar. - nada mais que isso, e pra ser bem sincero, um dos piores sexos que já fiz. Você não sabe nem pagar um boquete sem usar os dentes. Espero que você seja melhor na cama com as meninas, porque olha, não é querendo te desanimar não, mas pra uma putinha que dá o rabinho pra um cara que você nem conhece direito, você não está nada bem, na verdade você está indo muito mal. - aquelas palavras entraram como facas em meus ouvidos. Nunca tinha sido tão humilhado em toda a minha vida. Esse era sem dúvidas o pior dia da minha vida, pior até mesmo do que o dia em que fui abandonado no meio do nada. - eu nunca, NUNCA mais quero olhar pra sua cara de novo, eu não quero ouvir sua voz, eu quero que você MORRA de uma forma lenta e dolorosa, eu tenho nojo de você, você é a pior coisa que poderia ter acontecido na sua vida, nunca mais fale meu nome, nunca mais pense no meu nome e muito menos em mim. Você morreu pra mim. - sequei as lágrimas e sai andando daquele lugar com a cabeça erguida.
Cheguei em casa e fui direto pro meu banheiro, deitei com o rosto inchado e comecei a pensar em tudo que havia ouvido, em como a Melissa armou tudo isso. Não era dúvida, eu vou acabar com a vida dela, ela vai me explicar isso tudo, mas não vou perdoa-lá jamais. Ela vai me pagar, eles vão me pagar.
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Meu primeiro tatuador (romance gay)
RomansaPrimeira tatuagem e o primeiro amor. Wendel era só mais um garoto normal de 16 anos com sonhos e expectativas, poucas coisas o diferenciava dos demais alunos de sua escola, como por exemplo, ser filho de um casal de lésbicas, ser extremamente mimad...