WAND

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    Quando menos percebi, andávamos por um lugar lotado de adolescentes, crianças, todos tinham mais ou menos a minha idade, sem falar é claro das pessoas mais velhas que os acompanhavam. Todos pareciam ocupados fazendo compras, mas minha intuição dizia que aquele lugar estava cheio de mais para aquela época já que as ruas eram muito estreitas para a proporção de pessoas na rua.
 

  Lillian me falou desse lugar. É o beco diagonal, é aqui que os bruxos vem e somente eles sabem as formas de chegar até aqui.
Usamos um meio de transporte para chegar aqui no qual não reconheci bem, mas sei ao menos o que viemos fazer ou tinha minhas suspeitas, não sabia afirmar ainda.
A governanta segurava uma longa lista em suas mãos e a verificava toda vez que passávamos por uma loja. Minha teoria só se confirmou quando um homem alto usando vestes pretas se aproximou de nós.

— Lillian, há quanto tempo. — Sua voz era grave e seu rosto exibia um sorriso quase como brincalhão.

— Frank! — Ela sorriu de volta para o homem. — Realmente, fazem longos anos.

Eles se conheciam.

— Ah sim. — Ela fez uma pausa encarando o homem. — Essa é Tahlia Salvatore. — A mulher disse como se caísse no mundo real de supetão.

Dando um passo para o lado, ela deixou o homem me olhar com atenção.

— Então é ela...

   Como assim?

   Franzi minhas sobrancelhas e olhei a governanta que exibia um sorriso triunfante em seu rosto esbelto. Confusa eu estava, não tinha ideia do que estavam conversando, mas sabia que estava sendo exibida como um troféu.

— Você fez um ótimo trabalho, eu diria. — Ele diz colocando as mãos nos bolsos do grande casaco enquanto eu os encarava. — Eles vão ficar contentes com o resultado. — Eles? Eles quem?

— Assim eu espero. — Por fim ela diz estendendo a mão para o homem que lhe passa um saco preto que faz um tilintar familiar.

   Moedas. Era isso o que ele viera fazer. Entregar a nós o dinheiro que precisávamos para fazer sei lá o que, ainda não tinha encontrado respostas necessárias para minhas tantas perguntas.

— Espero ouvir sua voz algum dia, Tahlia, você é muito quietinha. — Eu o encaro sem entender enquanto ele faz um sinal com a cabeça para Lillian antes de se virar para ir embora.

— Não ligue para Frank, querida. — Ela diz observando o homem se afastar. — Ele só acha estranho uma garota como você dessa idade não falar pelos cotovelos.

— Não compreendo. — Digo pela primeira vez um som desde que chegamos às longas ruas do beco.

— Nem há necessidade.

  Lillian se encarrega de me levar para todos os lugares possíveis e necessários comprando cadernos, livros e penas.
Eu realmente estava certa, de certa forma. Eu iria para Hogwarts, e essa possibilidade passou por minha mente. Nunca tive certeza de ir para lá, por isso achei que talvez estivéssemos fazendo compras aqui para irmos para um lugar mais seguro. Já fizemos isso antes, mas eu era muito nova para lembrar dos detalhes agora.

Por um momento, pensei que não poderia frequentar Hogwarts. Lillian disse que somente crianças e adolescentes que possuíssem uma carta de convite para a escola poderiam ir para lá. 

Nenhuma carta chegou em minhas mãos, mas talvez Lillian tenha a recebido e guardado.
A mulher me guiou para várias lojas escolhendo cada vez mais coisas para meu dia a dia dentro do castelo, não somente meu material, mas roupas e uniformes também. Mas teve uma coisa que ela não poderia escolher por mim, minha varinha.

ANGRY AND DESIRE | Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora