Socos e Sussurros

Capítulo 12 - Entre a Raiva e o Desejo

Durante o intervalo do treino, Eduardo estava visivelmente irritado. Exagerara nos treinos, sem tempo para descanso, e isso se refletia no seu estado emocional. O motivo? Leo. Desde o último encontro, Leo havia ignorado todas as suas mensagens e chamadas, aumentando ainda mais a frustração de Eduardo. Cansado e exasperado, ele pegou o celular e, ao não ver nenhuma resposta, lançou-o com força no banco ao lado.

Eduardo, irritado, levanta-se bruscamente e berra:

- Vamos lá, pessoal! Acabou o intervalo! Quem vai ser o próximo?

Os colegas, exaustos, murmuram entre si, mas Eduardo ignora.

Um dos colegas, reclamando:
- Eduardo, cara, dá um tempo... Estamos cansados!

Eduardo, agressivo e impaciente, responde:
- Cansados porque são fracos! Se querem melhorar, têm que se esforçar mais! Quem é o próximo? Vamos!

Ruben, com um sorriso cínico, se levanta e, provocando, diz:
- Eu sou o próximo.

Eduardo, com um sorriso torto e cheio de fúria, retruca desdenhoso:
- Muito bem. Sobe no ringue. Tenho muito o que 'conversar' contigo.

Ambos sobem ao ringue, e a tensão no ar é palpável. Eles se encaram intensamente. Eduardo avança com força, desferindo socos rápidos e pesados. Ruben tenta se defender, mas Eduardo pressiona sem piedade, enquanto grita:

Eduardo, furioso:
- Você não entendeu o recado da última vez, não é?!

Ruben, zombando e bloqueando um soco, provoca com um sorriso debochado:
- Por que você se preocupa tanto com aquele fracote? O que é, hein? Anda comendo ele? Ele chupa bem, Eduardo? - Ele faz um gesto ofensivo.

A raiva de Eduardo cresceu, e ele soltou um rugido de fúria. Com uma força descontrolada, atacou Ruben com ainda mais intensidade, acertando-o repetidamente no rosto. O sangue começou a jorrar devido aos socos implacáveis. Os colegas de equipe notaram que a luta havia passado dos limites e tentaram intervir, mas Eduardo estava cegado pela raiva. Alberto, correu até o ringue e tentou segurá-lo. 

Alberto segura firmemente os ombros de Eduardo, desesperado:
- Eduardo, você está louco? Quer matar ele?

Eduardo ignora as palavras de Alberto e continua socando Ruben. O treinador, alarmado, corre em direção ao ringue.

Treinador, gritando com autoridade:
- Eduardo, o que está acontecendo com você? Eu não quero esse tipo de comportamento na minha academia!

Foi necessário três homens para conter Eduardo.

Eduardo, ofegante e furioso, encara o treinador e Alberto, sem conter a raiva.

Eduardo, gritando:
- Ele provocou e ameaçou Leo ! Ele precisa aprender uma lição!

Alberto, tentando manter a calma, responde:
- Cara, não é assim que você resolve as coisas. Você precisa parar, isso está saindo do controle!

O treinador intervém, enquanto Alberto segura Eduardo, impedindo mais violência.

Treinador, exasperado:
- Eduardo, se você não se acalmar, vai ser banido da academia! Eu preciso que você se controle agora!

Eduardo sai do ringue com passos pesados, indo direto para o balneário. Alberto o segue, preocupado.

Alberto, sentando-se ao lado de Eduardo, pergunta calmamente:
- Ei, Eduardo, o que está acontecendo? O que há entre você e o Leo? Por que você está tão descontrolado?

Eduardo, suspirando e ainda irritado, responde:
- Eu não sei, cara. Não consigo tirar o Leo da cabeça. Não faz sentido. Quando tento me aproximar, ele se afasta ainda mais. Acho que ele me odeia.

Alberto, tentando acalmar:
- Eduardo, você precisa ir com calma. Tente entender o que está acontecendo entre vocês antes de tomar qualquer atitude. Seja verdadeiro com o Leo, mostre quem você realmente é.

Eduardo, frustrado, murmura:
- Mas eu já tentei. Quando faço algo para compensar, ele me afasta. Não entendo o que se passa na cabeça dele.

Alberto, pensativo, sugere:
- Olha, talvez você precise dar um passo para trás e permitir que ele venha até você no tempo dele. Às vezes, dar espaço é a melhor maneira de entender o que a outra pessoa realmente quer. E não se esqueça de cuidar de si mesmo também. Se continuar assim, vai acabar se prejudicando.

Eduardo, refletindo nas palavras de Alberto e um pouco mais calmo, responde:
- Pode ser que você tenha razão. Vou tentar não me deixar consumir por isso e dar um pouco de espaço. Valeu, Alberto.

Alberto, dando um tapinha no ombro de Eduardo, conclui:
- De nada, amigo. Lembre-se de que, se precisar de alguém para conversar ou de apoio, estou aqui.

Enquanto isso, Leo tentava desesperadamente não pensar no que havia acontecido no último encontro com Eduardo. Ele se sentia como se estivesse perdendo o controle, um sentimento desconcertante que o fazia se sentir pequeno e impotente. Eduardo, de algum jeito, havia conseguido dominá-lo, e Leo não conseguia entender por quê. A única forma de escapar dessa confusão era focar na vingança contra Ruben. Essa era sua maneira de lidar com a turbulência interna e se distrair dos pensamentos sobre Eduardo.

Escondido no estacionamento da academia, perto do carro de Ruben, Leo estava vestido de preto e usava uma máscara preta para não ser reconhecido. 

Quando Ruben finalmente apareceu, Leo o atacou com o taser, derrubando-o no chão.

Leo, com um olhar sombrio, aproximou -se e sussurrou friamente:
- Você se perguntou o que uma pessoa fraca pode fazer? Aqui está a resposta.

Leo não se importava que Ruben reconhecesse sua voz; queria que ele soubesse quem o estava atacando. Rapidamente, Leo retira um martelo da mochila, determinado a machucar a mão do lutador para que ele nunca mais pudesse lutar.

Leo, puxando brutalmente o cabelo de Ruben para que ele visse o martelo, murmurou num tom sinistro:
- Isso vai doer um pouco, mas prometo que serei rápido.

Leo se preparou para acertar Ruben com o martelo, decidido a machucar permanentemente a mão dele para que nunca mais pudesse lutar. No entanto, enquanto levantava o martelo, um movimento brusco o fez ser puxado para trás. Era Eduardo. 

Quando Eduardo olhou para os olhos do agressor o reconheceu os olhos desiguais, já que ele não usava lentes percebeu quem era, apesar da máscara e do disfarce.

Eduardo, com a voz carregada de fúria, se aproxima e diz com seriedade:
- Você não pode estar falando sério, Leo. Por que está fazendo isso?

Leo, atordoado e furioso, tenta se soltar. Determinado, Eduardo o arrasta para longe de Ruben.

Leo, com expressão desesperada e cheia de raiva, se debate enquanto grita:

- Solta-me! Me deixa terminar o que comecei!

Eduardo, implacável e sem dizer mais nada, arrasta Leo até o carro. Abrindo a porta com força controlada, ele fala com um tom firme:
- Entra no carro.

Leo, furioso, chutou a porta do carro, que se fechou com um estrondo.

 - Para de se intrometer nos meus problemas! Deixa-me em paz!

Eduardo, furioso com a atitude de Leo, reage com uma rapidez surpreendente, garra-o pelo braço e o empurra com força contra o veículo. O impacto faz o metal do carro amassar levemente e o corpo de Leo se chocar contra ele.

Com raiva e desejo nos olhos, Eduardo pressiona seu corpo contra o de Leo e segura seu rosto com firmeza, forçando sua cabeça para trás. Leo tenta socar Eduardo, mas ele não se move. Em vez disso, Eduardo beija Leo com intensidade e urgência, forçando sua língua para dentro da boca de Leo.

Leo, inicialmente resistente, sente a raiva e o desejo se misturando. Relutante, ele coloca os braços em volta da cintura de Eduardo e puxa-o para mais perto. As línguas se encontram e se exploram com fervor, tornando o beijo mais intenso e apaixonado. Ambos se entregam ao momento, com o desejo crescendo a cada toque.