Capítulo 13 - Revelações e Confissões

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Eduardo acelerava pela estrada, cortando a noite com uma velocidade intensa. Os faróis iluminavam o caminho à frente, mas dentro de Leo, a tempestade continuava. Sentado no banco do passageiro, Leo olhava para Eduardo, sentindo-se inquieto. A maneira como Eduardo apertava o volante, as veias saltando em seus braços, mostrava sua raiva silenciosa.

O silêncio após o beijo estava carregado de uma tensão sufocante. Leo tocou seus lábios inchados, a memória do beijo feroz ainda viva em sua mente. Confuso e dividido, Leo lutava para entender o turbilhão de sentimentos que o consumia. Havia raiva por Eduardo tê-lo manipulado e humilhado, mas, ao mesmo tempo, uma atração irresistível que parecia crescer cada vez que estava perto dele. Cada pensamento se chocava com o próximo, como ondas batendo contra as rochas, e Leo não conseguia encontrar um terreno firme para suas emoções.

Eduardo foi o primeiro a quebrar o silêncio desconcertante, com a voz tensa e carregada de raiva:
- Onde diabos estavas com a cabeça? ... Queres ser preso?

Leo, sem tirar os olhos da janela, respondeu em tom frio:
- O que eu faço não é da sua conta.

Eduardo aumentou a velocidade, e sua raiva crescia:
- Não é da minha conta? Você é imprudente, Leo! Faz as coisas sem pensar nas consequências.

Leo, gritando e encarando Eduardo com raiva:
- Para o maldito carro!

Eduardo ignorou o pedido, sua voz cortante e cheia de fúria:
- Como daquela vez que envenenou o colégio. Poderia ter matado alguém!

Os olhos de Leo inflaram de raiva enquanto ele retrucava:
- Eles mereceram! E ninguém morreu.

Eduardo, agora berrando, com a paciência esgotada:
- Mas quase foi pego! Testemunhas te viram e havia filmagens!

Leo ficou visivelmente surpreso, mas rapidamente voltou ao seu habitual desdém. Pensava que tinha sido cuidadoso, sem deixar rastros.

Eduardo, com a voz firme, mas cansada, deixou escapar:
- Eu assumi a culpa pelo envenenamento. Calei testemunhas, apaguei provas. Minha família abafou o caso pra te proteger.

Leo, ainda surpreso, fechou-se em aborrecimento:
- E o que você quer? Um obrigado?

Eduardo suspirou profundamente, e a raiva começou a dar lugar à exaustão:
- Não. Só quero que você tenha cuidado.

Leo soltou um sorriso debochado, provocando:
- E por que você se importa tanto?

Eduardo, sem hesitar, respondeu com a voz carregada de frustração:
- Porque eu gosto de você, porra!

O silêncio tomou conta do carro, pesado e tenso. Leo olhou para Eduardo, lutando para processar o significado das palavras. A confusão dentro dele se intensificava. Como poderia Eduardo, que o atormentou, humilhou e enganou, agora confessar sentimentos tão profundos? Ele havia fingido ser amigo apenas para arrastá-lo para uma armadilha, mas agora estava assumindo a responsabilidade pelos seus erros. Esse emaranhado de ações contraditórias fazia a mente de Leo girar.

- Eu sei que isso parece loucura, Leo... Sei que é difícil de acreditar. Mas é a verdade. Desde o primeiro momento em que te vi, senti algo... algo que me deixou assustado. Eu não podia aceitar que estava... atraído por outro cara. Não podia. Me recusava a sentir aquilo.

Leo continuava olhando para fora, o maxilar travado, mas suas mãos estavam levemente tensas. Eduardo respirou fundo, como se estivesse se preparando para mergulhar ainda mais fundo em suas confissões.

Eduardo, com a voz vacilante e cheia de culpa, continuou:
- Então eu fiz o que qualquer covarde faria... tentei te afastar. Pensei que, se te atormentasse, essa coisa dentro de mim sumiria. Mas só piorava. A cada dia, cada palavra que eu jogava contra você... sentia essa atração crescer. Me consumindo. Me descontrolando.

Socos e SussurrosOnde histórias criam vida. Descubra agora