Capítulo 14 - A Trégua Silenciosa

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Eduardo estava na academia, treinando com vigor para a próxima luta. Mas, ao contrário de suas sessões anteriores, hoje ele estava leve e sorridente, fazendo piadas e rindo com os colegas. O motivo de sua alegria era claro: havia tirado um peso das costas. Durante a pausa, ele checou o celular e leu a mensagem de Leo:

"Você realmente acha que preciso que me comprem o café da manhã? Não sou exatamente fã dessas gentilezas, nem de doces, pra ser honesto. Mas já que chegou aqui, não vou deixar desperdiçar. Só não crie expectativas."

Eduardo não conseguiu conter a risada, murmurando para si mesmo: "Ele é tão fofo."

Alberto, observando o amigo com curiosidade, comentou com um sorriso:

 - Olha só você, todo sorridente pra o celular. Se continuar assim, vai acabar deixando o resto de nós com inveja do seu bom humor.

Eduardo, com um largo sorriso, respondeu: 

-Não tenho culpa se a sorte resolveu dar um toque hoje. Se você tá com inveja, é só correr atrás da sua também.

Alberto deu um leve soco no ombro de Eduardo em tom de brincadeira: 

-Ah, foi um golpe baixo, hein? Mas tudo bem, já encontrei a minha sorte também. E aí, como estão as coisas com o Leo?

De repente, o celular começou a tocar. Eduardo viu que era sua mãe ligando. Ele suspirou, sabendo que precisava evitar essa conversa enquanto focava em resolver as coisas com Leo.

Alberto, percebendo a ligação, perguntou com preocupação: 

- Mãe de novo? Ela ainda tá pegando no seu pé por causa da última luta?

Eduardo deu de ombros, resignado: 

- Ah, cara, já me acostumei. Sempre a mesma coisa: que eu fui mal, que o vô teria feito melhor, e que eu sou uma deceção no ringue. Mas, desde que o Leo apareceu, nem ligo tanto pra isso. Quando estou com a cabeça no Leo, todo o resto simplesmente some. Até as críticas da minha mãe perdem a força.

Alberto sorriu, notando a mudança no humor de Eduardo: 

- Pelo seu bom humor hoje, parece que você tá conseguindo resolver as coisas com ele, né?

Eduardo suspirou, refletindo: 

-Tô tentando ir com calma, não quero assustá-lo. Mas acredito que o Leo sente algo por mim também. Pelo menos sei que não sou indiferente pra ele, e isso já é alguma coisa.

Alberto deu um tapinha no ombro de Eduardo, incentivando-o: 

-Fica tranquilo, mano. Vai com calma que as coisas vão se encaixar. Se ele já sente algo, você tá no caminho certo. Segue firme!

Para Eduardo, nada mais importava agora além de se aproximar de Leo. A luta, a família, o sucesso e outras distrações se tornaram secundárias. Ele sentiu uma necessidade urgente de ver Leo de novo e, sabendo que o rapaz estava de folga hoje, conseguiu o horário dele através de um conhecido.

Antes de retomar os treinos, Eduardo enviou uma mensagem a Leo:

"Hoje à noite é noite de cinema e já decidi: vamos assistir a um filme de terror juntos. Não aceito um 'não' como resposta! Passo aí às 20h. Prepare-se para sustos e pipoca, porque vai ser épico!"

Ao receber a mensagem, Leo ficou incrédulo com o convite. Não era uma sugestão, era uma ordem. Ele queria resistir, mas a ideia de ir ao cinema e a chance de relaxar eram atraentes. Além disso, ele sentia uma curiosidade crescente em relação a Eduardo. Embora ainda estivesse dividido sobre os sentimentos, não conseguiu resistir e respondeu apenas com um "ok".

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