Capítulo 7:

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Alvin acordou no sofá da sala, com uma dor de cabeça tão intensa que parecia que sua cabeça estava sendo esmagada por um martelo. Ele mal conseguia abrir os olhos, e sua boca estava seca como um deserto. "Que droga... o que eu fiz ontem à noite?", ele murmurou, se esforçando para se levantar.

Cambaleando, ele foi até a cozinha, tropeçando em um tênis que estava no caminho. Chegando lá, abriu a geladeira e pegou uma garrafa de água gelada. Desesperado, virou a garrafa quase toda de uma vez, mas, ao terminar, percebeu que a sensação de alívio que ele esperava não veio. A dor de cabeça ainda pulsava, e o gosto amargo da ressaca ainda estava lá, firme e forte.

"Ah, não... Isso não vai passar tão fácil", Alvin resmungou, apoiando-se no balcão da cozinha por um momento. Ele esfregou as têmporas com as pontas dos dedos, na tentativa inútil de aliviar a dor. "Por que eu bebi tanto?"

Lentamente, ele voltou para o sofá, se jogando nele como se o peso do mundo estivesse em suas costas. Seus olhos estavam fechados, mas sua mente ainda rodava, fragmentos da noite anterior voltando em flashes. A discussão com Jeanette, Brittany o levando para o bar... e tudo terminando em caos.

Ele sentiu uma pontada no peito ao pensar em Jeanette. Eles tinham terminado. Como as coisas tinham chegado tão longe? Alvin não tinha respostas, só mais perguntas e, no momento, uma ressaca brutal.

Mais tarde, enquanto Alvin estava praticamente vegetando no sofá, a campainha tocou. Ele tentou ignorar, mas depois de alguns toques insistentes, ele se arrastou até a porta.

Quando ele abriu, lá estava Brittany, com uma expressão preocupada, segurando uma sacola de plástico cheia de garrafas de isotônico e um pacote de remédios.

"Oi, Alvin. Como você tá?", ela perguntou, empurrando a porta para entrar sem esperar por um convite.

Alvin suspirou e voltou para o sofá, sem responder. Ele estava claramente péssimo, tanto fisicamente quanto emocionalmente. Brittany seguiu ele e se sentou ao lado, colocando a sacola na mesinha de centro.

"Eu trouxe umas coisas que podem ajudar. Você bebeu muito ontem... mais do que devia, né?", Brittany comentou, abrindo uma garrafa de isotônico e estendendo para ele.

Alvin pegou a garrafa com uma mão trêmula. "Valeu... mas acho que nada vai fazer essa dor de cabeça passar", ele disse, tomando um gole pequeno.

Enquanto isso, Simon apareceu no corredor, franzindo a testa ao ver Brittany ali. Ele cruzou os braços e se aproximou lentamente.

"Brittany?", Simon disse, com uma mistura de surpresa e ceticismo. "O que você tá fazendo aqui? Tá se aproximando do Alvin agora, depois do que rolou com a Jeanette?"

Brittany olhou para Simon, mantendo a calma. "Eu só tô ajudando, Simon. Alvin é meu amigo também. Não vou deixar ele nessa sozinho."

Simon permaneceu parado, ainda cético. "Mas não é um pouco estranho? Você é irmã da Jeanette, e agora tá aqui, cuidando dele? Isso não vai complicar ainda mais as coisas?"

Brittany bufou e deu de ombros. "Olha, eu não tô aqui pra causar confusão. Só quero ajudar. Alvin tá mal, e eu sou amiga dele. Simples assim."

Simon ainda parecia desconfiado, mas decidiu não continuar o assunto. Ele sabia que Alvin não estava em condições de lidar com mais drama agora.

"Tá bom... mas só tô dizendo. Cuidado pra não piorar as coisas", Simon disse, antes de se virar e sair do cômodo, voltando para o quarto dele.

Brittany revirou os olhos e voltou sua atenção para Alvin. "Ignora o Simon, ele só tá preocupado, mas eu sei que você precisa de alguém agora."

Alvin olhou para Brittany por um momento, com um olhar confuso e perdido. Ele estava exausto, tanto mental quanto fisicamente. "Valeu por vir... mas eu nem sei o que tô fazendo, Brit. Tudo tá uma bagunça. Eu estraguei tudo com a Jeanette."

Brittany suspirou e colocou a mão no ombro dele. "Alvin, vocês dois estavam em um ponto difícil. Talvez tenha sido melhor assim. Às vezes, as coisas simplesmente não funcionam."

Alvin ficou em silêncio por um tempo, pensando nas palavras dela. Ele sabia que havia verdade no que ela dizia, mas isso não tornava as coisas menos dolorosas. Ele não queria que as coisas tivessem acabado assim com Jeanette, mas agora era tarde demais.

"É... talvez você tenha razão", Alvin murmurou, sentindo o peso da realidade se instalar ainda mais. Ele bebeu mais um gole do isotônico, na esperança de que, pelo menos, o físico melhorasse um pouco.

"Eu sempre tenho", Brittany respondeu, tentando trazer um pouco de leveza ao momento. "Agora, toma esse remédio pra dor de cabeça e descansa um pouco. Você precisa recuperar as forças."

Alvin pegou o remédio que ela ofereceu e tomou, jogando a cabeça para trás no sofá. O silêncio entre eles era carregado, mas não desconfortável. Brittany estava ali, tentando ajudar, e, por mais confusa que a situação estivesse, Alvin apreciava a presença dela. Ele sabia que não conseguia lidar com tudo sozinho, pelo menos não naquele momento.

Algum tempo depois, enquanto Alvin começava a relaxar um pouco, Brittany se levantou, pegando suas coisas.

"Vou deixar você descansar agora. Se precisar de alguma coisa, só me manda uma mensagem, tá?", ela disse, antes de se dirigir para a porta.

Alvin acenou com a cabeça, murmurando um "valeu" fraco enquanto ela saía.

Quando Brittany saiu, Alvin ficou sozinho com seus pensamentos novamente. A casa estava silenciosa, exceto pelo leve som de passos vindo do quarto de Simon. Alvin sabia que, eventualmente, teria que enfrentar tudo isso: o término com Jeanette, a confusão com Brittany, o vazio que agora parecia maior do que nunca.

Mas, por enquanto, ele só queria que a dor de cabeça passasse. O resto teria que esperar.

Ele fechou os olhos e, pela primeira vez em horas, sentiu que talvez conseguisse dormir um pouco. Mesmo com toda a confusão em sua mente, Alvin sabia que, de alguma forma, ele teria que encontrar uma maneira de seguir em frente, mesmo que o caminho ainda estivesse incerto.

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