Destino

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Eu tenho um irmão 6 anos mais novo e como qualquer outro irmão mais novo, ele é a coisinha mais irritante á face da Terra, no entanto, se lhe fazem mal, se ele está verdadeiramente triste, sem contar com os amuos, eu sou capaz de revirar o Mundo para o ver bem.
Em 2012 havia muito a mania de chamar a tudo o que mexia HDMV (Homem Da Minha Vida), algo que é apenas triste porque Homens na minha vida eu tenho vários visto que ainda tenho os meus dois avôs, o meu pai, o meu irmão, etc. Todos eles são Homens (seres humanos do sexo masculino) e fazem parte da minha vida pois inspiram-me e ajudam-me diariamente. Mas chamar hdmv a um gato? A um amigo que conheci á 2 semanas e que ando a dar xaxo para o "comer"?
Essa do "comer" é outra, mas nós somos alguns canibais para andarmos a comer seres da mesma espécie?
Há imensas palavras do calão que me causam uma certa alergia, o que não acontecia com Henrique.
Num dos habituais textos de "Bom dia" que ele me mandava ás 5h da manhã para eu acordar feliz, chamou-me MDMV (Mulher Da Minha Vida). CLARO AMIZADE. Tal como este exemplo havia muitos outros, só nunca me chamou amor.
Durante alguns dias tivemos sempre a mesma conversa, ele dizia que me amava e eu não conseguia, mas ele não compreendia, no entanto aceitava. Aceitava.
O que ele não aceitava era o facto de eu não conseguir estar com ele, por vergonha, por insegurança, não sei ao certo a razão especifica mas eu não conseguia e bastava falar disso para começar a tremer.
A 4 de Julho de 2012 só ainda o tinha visto 4 vezes. Quando o conheci. Á porta da escola. Nas festas. E uma outra vez depois das festas, num jardim da minha cidade que costuma organizar umas bancas das várias associações da mesma.
Nesse dia nem queria ir lá, acaba por ser secante e não me apetecia ver a banca da minha escola, onde o meu professor de fisico-quimica, um solteirão de 30 anos com a alcunha de "o pedófilo" que fazia compras com a sua mãe todos os fins de semana, disse que iria estar e para aparecermos. Já o tinha aturado no dia antes, bastava.
Mas fui á tal organização com os meus pais, até porque a minha mãe fazia parte da direção do Lar D.Maria e tinha que estar presente na banca. Quando cheguei, acompanhada pelo meu pai, observei a festa e...

- Oh Henrique olha ali

Cabelo. Olhos. Sorriso. O do costume.
Quem lhe chamou á atenção foi Eduardo que tinha descoberto quem eu era quando eles estavam a ver um filme e Henrique não largava o telemóvel e não parava de sorrir, então teve que justificar dizendo que eu era a melhor amiga dele. Vim a descobrir mais tarde.
Eu vi-o mas não quis acreditar, Acaso? Outra vez?
Comecei a tremer com medo que ele viesse ter comigo mas como estava com o meu pai, um homem de 1,90m e massudo, ele decidiu não se apresentar e eu com medo não larguei o meu pai por nada. Fomos até ao palco da organização e quando me virei lá estava ele de olhos vidrados em mim, tinha-me seguido só para me voltar a ver, disse-me ele nesse dia á noite quando falámos por mensagens.
Nesse dia deixei de acreditar em acasos. Ele não é um acaso. Ele é o destino.
Um destino que fazia tudo por mim.
4 de Julho.

"Depois da tempestade vem a bonança"Onde histórias criam vida. Descubra agora