A Amante da Heroína [Original]

O Retorno à Enya (3)

A recepção foi acalorada, aqueles soldados eram, em sua maioria, de origens humildes, eles não sabiam se seriam tratados como heróis pelo estado, todavia, os cidadãos daquela cidade os receberam com flores e presentes.

Os demais se entreolharam, não sabendo muito como responder toda aquela recepção feita pelos moradores da cidade, o general Ghilher apenas os avisou para seguir da forma mais natural possível, já que eles eram "heróis" para o povo. Ainda estavam acanhados, mas seguiram as ordens do paladino maior.

Acenando e pegando as flores jogada do alto das casas, eles passam pela cidade em direção à casa do senhorio da cidade de Jim, o que os receber com um sorriso.

O lorde da cidade de Jim era um barão que recebeu o título por um grande empreendimento para o império e recebeu a sua antiga terra, Jim, como forma de agradecimento. Alguns outros nobres dizem que ele "invadiu" a nobreza de Enya, mas não poderiam negar que foram salvos por ele duas vezes, na Grande Fome e na Guerra de Sucessão.

Velho era aquele senhor, ao seu lado estava uma neta e seu filho mais velho, não havia muitas regras específicas de sucessão no império, mesmo que o filho homem seja a melhor opção, aquele velho apenas tinha seu filho mais velho e a sua neta.

"É de grande benção os receber em meu castelo"

Aquele grande castelo era um velho forte que luto, varias vezes durantes anos, contra os demônios, recebeu o nome de Azul, já que o sangue dos demônios foram o que mancharam a muralha, assim dizem as lendas.

Todos foram entrando assim, dentro daquele enorme castelo-forte.

Anteriormente, o antigo lorde plebeu, já os recebeu a dois anos antes deles finalmente chegarem na linha de frente daquela Guerra Santa.

"O quê? Não precisa de tudo isso senhor Jim" Hiraeth estava envergonhada

"Você é um dos grandes heróis, senhorita, por que ficar com os soldados?" pergunto o velho Lorde

Hiraeth é alguém que cresceu sem luxos, ainda não se acostumo com eles quando a oportunidade acontecia, assim acabou sendo um, entre outros motivos que a Igreja dos Três Santos a nomeou como o herói da virtude da "Humildade".

"Isso é de muito bom grado, meu Lorde, mas devo recusar isto" recusa outra vez

Ainda havia restrições aos heróis, mesmo que sejam barreiras invisíveis aos que não sabem o que acontece dentro da igreja e entre os sete heróis.

O velho lorde se entristeceu

"Estive a pensar que desta vez, conseguiria por-la em um quarto adequado, senhorita herói"

Hiraeth riu de forma envergonhada, não queria se sentir incomodada com um quarto, mesmo com o menor dos luxos.

Os soldados, em sua maioria, montaram um acampamento dentro da muralha Azul, aqueles que tinham uma classificação mais alto que os outros, como os heróis de exemplo, estavam hospedados dentro do castelo de pedra.

Hiraeth era a única exceção a isso, preferindo esta entre os soldados.

A mesma até recuso o jantar que seria preparado em sua homenagem, ficando entre os soldados que conversavam e bebiam outra vez.

"Capitão, você deveria ter ido, poderia jantar com o grande lorde da fartura!" exclamou um soldado do esquadrão

Hiraeth suspiro e bebeu algo que estavam em seu cantil enquanto ouvia a reclamação de seus subordinados.

"Sabe que não ficou bem rodeado de joias e nem de coisas luxuosas" respondeu apontando ao castelo

"Ah, vá capitão, então a senhorita não desejou nem ao menos uma coisa na sua vida? Nenhuma coisinha?" pergunto o soldado ao lado

Hiraeth ficou pensativa com aquilo, mas apenas jogou o cantil na cabeça dele e chamou ele de audacioso e desrespeitoso com isso. Era melhor não gerar qualquer fofoca com aqueles comentários equivocados.

A mesma se afastou e caminhou pelo jardim daquele castelo, aos poucos, se percebia o banquete dentro daquele lugar, fardo e cheio do pequeno luxo que aquele lugar poderia proporcionar.

Alguém estava na sacada de um dos corredores, olhando para a lua no céu, as estrelas, com um olhar um tanto vazio, mas com uma das roupas mais belas na visão de Hiraeth, a mesma nunca pensaria em usar, porem, ela lembrava bem quem ficaria bela naquelas roupas.

Os cabelos ondulados que voavam pelo vento frio da região fazia que os olhos amendoados da herói ficassem maravilhados com aquela visão, como se alguma filha da Deusa Mãe houvesse descido a terra.

Foi quando seus olhares se encontraram, o olhar vazio anterior foi preenchido com algum tipo de luz desconhecida por Hiraeth, um longo e doce sorriso surgiu nos lábios de Sasha que estava no topo daquela sacada.

Eram apenas olhares trocados feito em apenas alguns segundos, mas foram os mais encantadores em sua visão.

A manhã que se seguiu, foi a caminhada para a primeira das três dadivas que precisariam passar até chegar a capital.

Os soldados estavam preguiçosos pela manhã, mas se levantaram pelas ordens do capitão Hiraeth que gritaram em seus ouvidos logo cedo.

Ao meio-dia eles deixaram o castelo do lorde e foram em direção à catedral local, onde havia um objeto sagrado que conseguia transportar uma grande quantidade de pessoas para um local específico, este sendo o Ducado de Lestra a oeste dali. Deviam ir para a próxima dadiva seguindo dali.

Seria equivalente a um mês de viagem sem o uso desta dádiva.

Aquela igreja os recebeu como velhos amigos, os três heróis, Hiraeth, Jonathan e Sasha, eram famosos por terem protegido aquele lugar no caminho da linha de frente.

"Irmã Sasha, olha, olha!" uma das crianças da igreja lhe deu flores.

Sasha segura o buquê em suas mãos e sorrir, agradecendo aquela pequena criança.

Todos se reunião na entrada daquele grande portal, se preparando para seguir a viagem.

Hiraeth vendo aquele buque de flores brancas que pareciam ter sido arrancadas diretamente do solo, sorriu, parecia o cabelo branco de Sasha.

Pegou uma delas e coloco no cabelo de Sasha.

"Ei, o que esta fazendo?"

O rosto de Sasha ficou vermelho com o leve toque de Hiraeth

A heroína apenas sorriu e se abaixou e beijou os lábios vermelhos de Sasha levemente antes de sair saltitando em direção ao portal.

Sasha não teve reação ao rápido beijo vindo dela, enquanto ainda processava o que havia acontecido, só se viu sendo arrastada em direção ao portal.