O Retorno a Enya (5)

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O toque era muito realista, como se tudo aquilo foi a mais pura realidade. Seus lábios se contavam com gosto, desejando mais o toque alheio uma da outra. Os dedos que entrelaçavam nos fios longos e brancos da outra, fazendo com que se aproximasse mais dela. Os beijos que desciam o pescoço quase límpido de uma sacerdotisa. O gemido baixo que parecia como uma baixa canção de uma sereia para a heroína.
Como chamas, parecia que aquele amor ardia de forma fervorosa.

Todavia, chamas que surgiam de uma forma estranha, queimava o corpo de alguém como uma fogueira em meio a uma praça pública. Os grito de agonia eram altos, como se pedissem socorro, mas uma voz lhe disse:

"O desejo por algo leva os humanos a ruína" a voz riu com desprezo

Hiraeth acordou daquele sono em sua cabana, suava frio em um dia quente, suas pupilas estavam dilatadas e bagunçou os cabelos para trás segurando o choro outra vez, logo sussurrou:

"Esse sonho novamente"

Sasha não entendia muito bem o que estava acontecendo com Hiraeth nos últimos dias, era como se ela temesse alguma coisa, medo de alguma coisa.
Naquele dia, toda a procissão de soldados havia ficado em uma cidade para descansar, o General Ghilher havia deixado todos saírem pela cidade, em sua maioria, iam para um certo lugar que era bem famoso entre os soldados, Hiraeth acabou sendo puxada para aquele tumulto de alguma forma.
Os demais membros da procissão, em sua maioria sacerdotes velhos e algumas mulheres, ficaram na hospedaria.

As mulheres se reunirão em um dos quartos para conversa naquela noite, onde a maioria dos homens havia ido ao distrito vermelho. A grande maioria delas eram jovens sem família que procuravam algum futuro, outras entraram no meio da campanha, outras estavam desdo inicio naquela grande procissão, muitas órfãs ou de famílias nobres caídas, mas ali estavam, juntas.
As risadas femininas ecoavam naquele quarto, algumas estavam criando alguns bordados para entregar a alguns soldados que desejavam convidar para o baile de Sarha, outras para entregar uma prova de sobrevivência.

"Este bordado está lindo irmã Sasha, como você tem mãos tão talentosas!" exclamou uma daquelas mulheres

Sasha, desda primeira campanha que participou, vem criando, não necessariamente um bordado, mas um grande desenho com linhas contando uma história bastante longa naquele tecido.

Muitas das jovens estavam curiosas com aquilo, enquanto passavam a mão naquela peça.

Outras, que tinham a mesma idade de Sasha ou mais velhas, mesmo curiosas, não era algo que lhes importava agora, as questões que a sociedade de Enya lhes impõe era maiores.

"Sim, mas isso não poderia se colocado em um dote de casamento" falou a morena

"Darcelle..." chamou Sasha de forma tranquila colocando o bordado sobre o colo

"Sasha, você teve sorte em algumas coisas, mas sabe que não pode escapar disso por muito" avisou novamente Darcelle

Aquilo deixou Sasha desconfortável, até quando ela poderia manter o título de Herói? Isso dependia muito da igreja ou de quando tempo a sua juventude poderia durar.

Era a dura realidade de Darcelle lhe lembrou.

"Mas a irmã Sasha tem muitos partidos, certo? Muitos querem pedir a mão dela" falou uma das jovens sonhadoras

"A irmã Sasha deve ter uma fila de homens que querem ela, lembro bem que teve um baile antes da campanha que um dos duques queria ter ela como esposa" lembrou outra

Sasha apenas riu envergonhada "A igreja não ia permitir, tinha apenas treze anos na época"

"Os casamentos dentro da plebe ocorre mais ou menos nessa idade, irmã Sasha" respondeu Heloise "Não sabia disso?"

A Amante da Heroína [Original]Onde histórias criam vida. Descubra agora