Ophelia Brooke despreza muitas coisas... E no topo dessa lista, definitivamente está Fred Weasley.
Fred tem um rostinho bonito, personalidade sarcástica e uma estranha predileção a tentar conquistar a atenção de Ophelia (e arruinar sua paciência no...
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Quando o sábado chegou, Ophelia despertou bem cedo. A ansiedade dentro dela reagia como um pequeno Diabrete da Cornualha lutando para escapar de seu aprisionamento.
Tinha certeza de que as horas se alongaram mais do que o normal, mas talvez sua percepção de tempo é que estivesse completamente incorreta. Sentia que as dez da noite eram o momento mais distante de sua vida e nada livrou-a da agonia até a chegada do horário combinado.
Pequenos grupos deixavam os salões comunais a cada dez minutos, de maneira coordenada. Ao menos um monitor os guiava em segurança até às masmorras e retornava para buscar o grupo seguinte, numa procissão extremamente silenciosa. O procedimento se repetiu até que todos fossem reunidos no mesmo local para desfrutar de aperitivos, refrescos, música e conversas.
Apesar do solene título de bailes, as formalidades eram dispensáveis, já que seria trabalhoso demais fugir pelos corredores em trajes de gala (no caso de uma inspeção noturna). Se atentar ao tema escolhido pela casa anfitriã da noite era a recomendação geral e por isso, todos os rostos ali estavam cobertos por máscaras.
As vidraçarias haviam sido encantadas e modificadas para refletir um tom verde musgo, algumas delas portando cortinas retiradas do Salão Comunal da Sonserina. Arranjos de flores brancas estavam dispostos sobre mesas de centro, em vasos de prata, junto com castiçais. A música já havia conquistado suas primeiras vítimas, dançando no centro do salão a melodia de “Do The Hippogriff”, um sucesso da banda As Esquisitonas.
— Argh, veja só. Malditas festas da Sonserina. — murmurou Khalid, inspecionando a pista de dança com inveja após guiar seu último grupo.
— Do que está falando? Nós temos as melhores festas! — Miranda balançou o ombro dele no ritmo da música, numa tentativa de animá-lo.
— Você me entenderia se tivesse que cuidar de um bando de adolescentes cheios de hormônios. — ele reclamou.
— Sabe que também é um adolescente, não sabe? — beliscou-lhe a bochecha, ciente do quanto ele detestava aquele gesto e Khalid afastou sua mão.
— Chega, vocês dois. — Pamela interrompeu, separando-os antes que começassem a trocar mais picuinhas. — Muito bem, Khalid e eu fomos escalados na primeira ronda, então só veremos vocês mais tarde. — Pamela avisou as outras duas, conferindo o relógio no pulso. — Até logo e comportem-se.
Miranda e Ophelia compartilharam um sorriso empolgado e uniram os braços para dar uma volta pelo salão. Era um lugar misterioso e agitado para se estar, mas as duas ficaram felizes por estarem ali. A noite tinha apenas começado e as perspectivas eram bastante animadoras, já que as pessoas mais interessantes da escola encontravam-se presentes.
A despeito da promessa de diversão, Ophelia também sentia-se tensa. O fato de saber que um daqueles rostos cobertos pertencia à pessoa que vinha lhe escrevendo bilhetes, espiando-a por entre as prateleiras e desejando falar com ela, não amenizava em nada a sensação constante de ser observada. Na verdade, a ideia de ter um admirador secreto não era muito agradável à alguém que normalmente não agia de forma tão "admirável", quando na companhia de amigos tão cheios de... Personalidade.
