I - Sangue Puro

135 17 53
                                    

Ophelia afastou o pesado tecido da entrada da tenda com a ponta dos dedos, apenas o suficiente para espiar a movimentação do lado de fora

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Ophelia afastou o pesado tecido da entrada da tenda com a ponta dos dedos, apenas o suficiente para espiar a movimentação do lado de fora. Esperava que a filha mais velha da família Parkinson já estivesse por perto.

Sob as roupas elegantes atitude indiferente, estavam uma bolsa cheia de moedas de ouro, a varinha de salgueiro e o próprio entusiasmo. Este último aliás, terminantemente proibido de transparecer, já que o quadribol nunca fora exemplo de passatempo conveniente à uma dama, segundo a irredutível opinião de sua mãe.

Mas o entusiasmo não era a única parte da jovem condenada a tal infortúnio. Ophelia teria sido uma criança doce e adorável, se não fosse pela linhagem de sua família e o tipo de criação que recebeu. Seus modos eram sim semelhantes aos de uma aristocrata, mas havia uma tendência rude em relação aos seus desafetos. Sabia ser má, arrogante e incorrigivelmente superficial quando necessário.

— Pretende sair? — o rapaz na poltrona questionou, focado no livro que tinha em mãos. Ao ouvi-lo, a jovem retornou ao interior da tenda e murmurou positivamente. — Com a Parkinson e os outros, eu presumo.

— Sim. Exatamente. — Ophelia cruzou os braços e assistiu-o casualmente passar a página. Ela reprimiu a vontade de revirar os olhos e conceder-lhe um comentário ácido sobre o fato de estar agarrado aos livros em plena Copa Mundial de Quadribol. Magnus não passava de um pedante, um verdadeiro exibicionista.

— Ótimo. Me conforta saber que ao menos suas companhias são boas influências. Ah, uma última coisa... — afastou o livro por um momento, erguendo o indicador no ar como se estivesse se lembrando de algo. — Encontre Benedict quando voltar. Precisamos conversar a respeito de algo.

— Por que você mesmo não vai procurá-lo? Não sou sua coruja, Magnus. — Ophelia rebateu irritadiça.

Oh, decidiu ser insolente, hein? — arqueou uma sobrancelha. A jovem enrijeceu a postura, reconhecendo sua própria imprudência. Magnus fechou o livro, colocou-se de pé e, enfiando-o debaixo do braço esquerdo, elevou a mão direita na direção dela. — Dê-me sua varinha.

— Mas... Magnus! — tentou inutilmente protestar.

— E seu dinheiro também. Vou te ensinar uma lição sobre a dádiva da obediência. — o rapaz manteve o braço pendendo à espera dos itens. A garota meteu a mão no casaco e retirou de lá de dentro a bolsinha de moedas e a varinha, entregando-as de cara amarrada. — Sente-se impotente, não é, irmãzinha? Agora sim. Sem essas coisas, não passa de uma coruja de recados. — ele riu, guardando os pertences dela nos próprios bolsos. — Já pode se retirar.

— Sim, irmão. — concordou entredentes.

— E se eu disser que preciso que faça algo, você fará. Lembre-se disso da próxima vez que quiser tentar a sorte ao ser atrevida com respostas tão espirituosas. — Magnus deixou o local com um ar prepotente, folheando o livro em busca do trecho que havia abandonado.

Asas de Borboleta | Fred Weasley Onde histórias criam vida. Descubra agora