Ophelia afastou o pesado tecido da entrada da tenda com a ponta dos dedos, apenas o suficiente para espiar a movimentação do lado de fora. Esperava que a filha mais velha da família Parkinson já estivesse por perto.
Sob as roupas elegantes atitude indiferente, estavam uma bolsa cheia de moedas de ouro, a varinha de salgueiro e o próprio entusiasmo. Este último aliás, terminantemente proibido de transparecer, já que o quadribol nunca fora exemplo de passatempo conveniente à uma dama, segundo a irredutível opinião de sua mãe.
Mas o entusiasmo não era a única parte da jovem condenada a tal infortúnio. Ophelia teria sido uma criança doce e adorável, se não fosse pela linhagem de sua família e o tipo de criação que recebeu. Seus modos eram sim semelhantes aos de uma aristocrata, mas havia uma tendência rude em relação aos seus desafetos. Sabia ser má, arrogante e incorrigivelmente superficial quando necessário.
— Pretende sair? — o rapaz na poltrona questionou, focado no livro que tinha em mãos. Ao ouvi-lo, a jovem retornou ao interior da tenda e murmurou positivamente. — Com a Parkinson e os outros, eu presumo.
— Sim. Exatamente. — Ophelia cruzou os braços e assistiu-o casualmente passar a página. Ela reprimiu a vontade de revirar os olhos e conceder-lhe um comentário ácido sobre o fato de estar agarrado aos livros em plena Copa Mundial de Quadribol. Magnus não passava de um pedante, um verdadeiro exibicionista.
— Ótimo. Me conforta saber que ao menos suas companhias são boas influências. Ah, uma última coisa... — afastou o livro por um momento, erguendo o indicador no ar como se estivesse se lembrando de algo. — Encontre Benedict quando voltar. Precisamos conversar a respeito de algo.
— Por que você mesmo não vai procurá-lo? Não sou sua coruja, Magnus. — Ophelia rebateu irritadiça.
— Oh, decidiu ser insolente, hein? — arqueou uma sobrancelha. A jovem enrijeceu a postura, reconhecendo sua própria imprudência. Magnus fechou o livro, colocou-se de pé e, enfiando-o debaixo do braço esquerdo, elevou a mão direita na direção dela. — Dê-me sua varinha.
— Mas... Magnus! — tentou inutilmente protestar.
— E seu dinheiro também. Vou te ensinar uma lição sobre a dádiva da obediência. — o rapaz manteve o braço pendendo à espera dos itens. A garota meteu a mão no casaco e retirou de lá de dentro a bolsinha de moedas e a varinha, entregando-as de cara amarrada. — Sente-se impotente, não é, irmãzinha? Agora sim. Sem essas coisas, não passa de uma coruja de recados. — ele riu, guardando os pertences dela nos próprios bolsos. — Já pode se retirar.
— Sim, irmão. — concordou entredentes.
— E se eu disser que preciso que faça algo, você fará. Lembre-se disso da próxima vez que quiser tentar a sorte ao ser atrevida com respostas tão espirituosas. — Magnus deixou o local com um ar prepotente, folheando o livro em busca do trecho que havia abandonado.
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Asas de Borboleta | Fred Weasley
FanficOphelia Brooke despreza muitas coisas... E no topo dessa lista, definitivamente está Fred Weasley. Fred tem um rostinho bonito, personalidade sarcástica e uma estranha predileção a tentar conquistar a atenção de Ophelia (e arruinar sua paciência no...