Poetry - starchaser

pov Regulus

Eu quero o seu drama, o toque de sua mão,
Eu quero seu beijo cravejado de couro na areia
Eu quero o seu amor

J.F.P.

Abro meu armário e vejo um papel caindo dele. Pego e leio, ficando sem ar imediatamente. Quando vejo as iniciais e minha mente vai até ele, me assusto com uma presença atrás de mim.

— Aposto que nem chegam aos pés dos seus, mas me mostre, o que você fez pra mim? — James está em pé, um sorriso brincalhão no rosto enquanto se apoia nos armários.

— Isso é uma música da Lady Gaga, James, você acha que eu sou burro? — reviro os olhos, não conseguindo segurar o pequeno sorriso que surge em meus lábios.

— Oh, não achei que você conhecia bad romance — ele diz, intrigado.

— Todo LGBT conhece bad romance.

— É, acho que você tem razão — continuo guardando minhas coisas no armário, James quebra o silêncio novamente — Eu e você poderíamos escrever um romance ruim, sabe? — aquele maldito sorriso inclinando seus lábios. Eu faria qualquer coisa pra tê-lo pra mim.

— Pare de citar Lady Gaga, idiota — respondo, revirando os olhos pela milésima vez.

— Canta a parte em francês pra mim, vai — ele faz um beicinho se aproximando tanto que eu perco o ar. Reviro os olhos, mas faço, não sou capaz de negar o que ele me pede.

— J'veux ton amour, et je veux ta revanche

— Ai! — ele fala com uma mão no peito, como se doesse. Dói em mim — Fala mais alguma coisa em francês comigo.

— Não — respondo.

— Vamos, Reggie. Se você soubesse o que isso me causa, você com certeza faria — sua voz é rouca, tão próximo de mim que eu quase sinto sua respiração. Parece uma brincadeira de mau gosto, ele flertando comigo como flerta com todos. Que isso me mate antes que ele pare.

— Va te faire foutre — respondo com a voz suave, não tenho ar o suficiente nos pulmões pra falar isso de outra forma.

— É lindo, o que significa? — James sorri.

— Não vou te contar, descubra sozinho — Eu me afasto, fechando meu armário e começando a andar com a esperança que ele não me siga, ele faz mesmo assim.

— Maldoso — ele diz com ironia, mas muda de assunto — Ei, você vai na festa hoje?

— Na festa da minha família? Claro que vou. Você vai? — respondo sem parar de andar. Por que ele ainda está aqui?

— Sirius me chamou, mas ele só pode levar um acompanhante e ele vai levar Remus. Quem você vai levar? — ele me acompanha pelo corredor.

— Ninguém — respondo. Pandora, a minha única amiga que é capaz de se comportar em um evento assim, tem outro compromisso.

— Ei, deixa eu ir com você! — ele pede. Arqueio as sobrancelhas, porque James iria querer ir em uma festa da família Black?

— Por quê?

— Porque eu sou um ótimo acompanhante? — ele aponta pro seu rosto com a sobrancelha arqueada, como se fosse óbvio.

— Não me convenceu — digo, sem parar de andar.

— Ok, então porque se você não levar ninguém, sua família vai te fazer perguntas a noite toda — paro no corredor e analiso o rosto de James, ele está certo. Sei como minhas primas vão me encher de perguntas a noite toda. Encaro seu rosto, seu sorriso não falha.

— Tudo bem, você me convenceu.

— Isso! — ele comemora, seu sorriso fica maior ainda. Me sinto fraco — Quer que eu te busque?

— Sim, às 20h. Não se atrase — digo com a voz mais amedrontadora que eu consigo.

— Perfeito, não vou — ele responde, ainda sorrindo. Por que ele tem que sorrir o tempo todo?

— Ótimo, nos vemos à noite.

— Tchau, Reggie — ele dá um beijo em minha bochecha e sai correndo, me deixando parado e sem ar no meio do corredor.