OS OPOSTOS n̶ã̶o̶ SE ATRAEM

quem deixa (parte 4.)

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- Oh, quem veio ai! - Valéria comemorou alto chamando atenção dos amigos.

- Eu vim! - abraçou a amiga - Vi que todo mundo tava aqui ainda e resolvi estender a noite. Fiz bem?

- Fez ótimo!

Estavam no bar há pouco mais de duas horas quando Diego chegou e não tinham hora para irem embora. Quando o rapaz chegou, o grupo de atores se revezavam entre a pista de dança improvisada e as cadeiras ao redor da pequena mesa lotada de copos, garrafas e algumas sobras de porções.

Diego se sentou ao lado de Luana, pegando pelo meio o assunto que a mulher trocava com Paulo e Thati. Não conseguiu acompanhar, aquele era certamente um assunto de bêbado e como não estava no mesmo ritmo, não estava fazendo sentido algum em seus ouvidos.

Sem saber exatamente de quem era o copo vazio à sua frente, o ruivo o encheu passando a beber olhando para os lados. O bar estava cheio e barulhento, mas não foi difícil encontrar quem procurava. Logo atrás de Caio que se aproximava com mais duas garrafas de cerveja estava Amaury e ele dançava forró com outro rapaz. Alguém fora do elenco.

E Diego tentou não se incomodar, não tinha porque.

Era apenas uma dança.

Uma dança cujas pernas de um desconhecido ficavam entre as de Amaury.

Mas apenas uma dança.

Cujas mãos grandes do ator ocupavam lugar nas costas e lombar alheia, conduzindo o outro corpo sem esbarrar uma vez sequer em outros casais.

Apenas uma dança.

Bastante sensual no ponto de vista de Diego que não sabia dançar forró nenhum e via Amaury e o rapaz conversando enquanto rodavam pra lá e pra cá.

Uma dança.

Com bocas bem próximas das orelhas.

Risadinhas

E giros.

E risadinhas.

E a mão de Amaury na nuca do rapaz.

Diego não quis ver mais do que isso.

Se recusava a saber até onde iriam e fez questão de mover sua cadeira ficando de costas para a cena. Ele tentou dar atenção para o que diziam seus amigos, mas não conseguia controlar a vontade urgente de se virar em direção a pista e ignorar o incômodo que crescia na boca de seu estômago, tudo ao mesmo tempo.

- Ué, o que você tá fazendo aqui, viado? - a voz de Lennon pareceu ecoar em seus ouvidos o tirando de um espiral de desconforto.

- Eu que te pergunto - foi agarrado pelo amigo já bastante alterado --, aqui todo mundo trabalha junto, mas e o senhor?

- Ele beija alguém que trabalha com a gente - Valeria gritou da outra ponta fazendo todo mundo rir.

- Ela tá certa. - Lennon deu de ombros enquanto batia o cílios cheio de pompa.

- Quem beija quem? Di! - Bruno se jogou por sobre ele sem se preocupar com quanto peso a cadeira de metal barato aguentava. - Achei que não vinha, o Maury falou que você não ia poder. - ainda se mantinha pesadamente sobre o amigo.

- Não ia vir mesmo, decidi de última hora vendo os storys de todos vocês bêbados. - provocou

- Não aguentou não ficar bêbado com a gente, né?

- Como descobriu? - devolveu a brincadeira.

- Ué, você aqui?

Ouviu e encontrou Amaury o encarando.