esse sorriso é pra mim (parte 1.)

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— Não, e a cara que ele fez?! Impagável!

— Nossa, mas você vai contar isso quantas vezes? — Diego interrompeu o amigo com um raiva fingida — troca o disco, Bruno!

— Não troca, não! — Caio gritou por cima, divertindo-se com as bochechas vermelhas do ruivo.

— Aí, finalmente saiu desse chove não molha! — Valeria apertou o ombro do amigo.

— Nem me fale! — Erique suspirou exausto, atraindo a atenção de Diego e Amaury e despertando a risada dos demais.

— Até você, mestre?!

— O Amaury… — o homem riu — o arranca rabo entre vocês na nossa frente era engraçado, mas não fazia vocês ficarem invisíveis atrás da coxia não.

E a explosão de risadas foi ainda maior.

— É amigo, todo mundo viu pelo menos uma vez vocês de pegação lá atrás… — Bárbara falou risonha, aproveitando ainda mais os olhos arregalados dos dois homens.

— Que vergonha…

Diego cobria o rosto com as mãos, apoiando a cabeça lateralmente no ombro de Amaury. Se pudesse, se enfiaria por baixo da pele do homem até que seu rosto deixasse de ser tão vermelho e quente.

O que provavelmente demoraria um pouco mais pra acontecer, afinal, sentia-se corado desde o momento em que encontrou os amigos na sala do apartamento, com aquelas carinhas cheias de questionamentos e sorrisos indecentes.

E desde esse momento ele não teve qualquer trégua!

Sendo assim, se tomar café da manhã com Bruno, Lennon e Amaury já havia sido definitivamente algo, ouvir todas as piadinhas feitas pelos colegas de trabalho estava sendo algo ainda maior. Diego não sabia sequer explicar tudo o que estava sentindo. Só sabia dizer com certeza a vergonha que sentia era culpa de Bruno que chegou no teatro falando alto, chamando atenção de todos e não poupando detalhe algum.

O rapaz desembestou a falar sobre todos os barulhos que ouviu quando chegou com Lennon naquela madrugada, o que mais ouviu ao longo da noite bem aproveitada, e Diego não sabia que era tão barulhento assim.

Depois disso, seu amigo ainda imitou sua cara e sua voz para encenar como foi encontrá-los naquela manhã e além das risadas, todos, sem exceção de um, tinham histórias para contar sobre como ele e Amaury eram ruins em serem discretos. 

Barbara os viu se beijando pela primeira vez na casa do caio.

Todos eles viram os posts do primeiro encontro e não foi difícil ligar os pontos.

Enrique, Bruno, Thati e Caio os viram aos beijos atrás da coxia.

Jonathas viu Diego pegando carona com Amaury em um dia qualquer depois da peça e não era uma carona normal. Eles saíram de mãos dadas.

Valéria viu toda a discussão e beijos de reconciliação da noite anterior.

Nada era realmente novidade para ninguém.

E por isso suas bochechas queimavam.

Felizmente, Amaury, apesar de envergonhado, mantinha a pose de cara tranquilo, abraçando-o pelos ombros, mantendo-o junto ao corpo, com seu sorriso bonito e relaxado. E isso era bom, porque mesmo com a timidez, Diego e Amaury entendiam que tudo era brincadeira. Sabiam que nunca seriam julgados pelos amigos, ainda mais agora que tinham certeza terem sido vistos por todos desde o começo e ainda assim, tiveram seu tempo respeitado.

OS OPOSTOS n̶ã̶o̶ SE ATRAEMOnde histórias criam vida. Descubra agora