achei lindo (parte 4.)

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O sol raiava quando Amaury abriu a porta  do apartamento, acompanhado de Diego. Os dois riam, falhando em fazer pouco barulho e não atrapalhar os vizinhos, e nem bem sabiam o motivo de tanta graça. Estavam em uma energia tão boa que se sentiam rindo atoa.

E estavam.

A despedida com os amigos deixou o coração de ambos tão quentinho que nem precisam recordar a decisão anterior de ficarem pouco tempo. Trocaram apenas um olhar rápido e estava decidido, ficariam mais, aproveitariam o tempo e a companhia dos amigos e depois, quando fosse a fora, iriam embora. Mas sem pressa.

Agora, enquanto a maioria começava a acordar e se preparar para o trabalho, eles arrancavam os sapatos na sala e caminhavam agarrados, rindo e aos beijos, até o quarto do mais velho.

O banho foi cheio de carinho e quando se deitaram na cama, embora estivessem cansados e o sono até pesasse um pouco os olhos de ambos, seguiam conversando, abraçados. Um clima tão bom que parecia até um pecado dormir.

— Gosto tanto de te ver assim… — Amaury beijou a ponta do seu nariz.

Diego riu e roubou um selinho, sabia do que o homem falava.

— Acho que só hoje que caiu a ficha que tava acabando mesmo… O fim me assustou. Mas depois, na casa do Enri, eu tive mais certeza ainda que minhas preocupações eram bobas. Só porque não tem mais essa produção, não quer dizer que não tenho todo mundo… — Amaury concordou — Que vou deixar de ter você…

— Deixar de me ter? — o homem estreitou os olhos, surpreso com o que ouvia.

Diego corou e deu de ombros.

— Ah, amor, a gente se conheceu pelo elenco, né? Se não fosse ele eu nunca teria te encontrado. Nem aqui estaria. — abraçou o maior, o rosto sobre o peitoral nu — e foi uma luta até chegarmos aqui, me bateu um medinho…

— “Medinho”  do que, gatinho? — o preto acariciava os cabelos ruivos.

— Várias coisas, eu acho, por isso chorei — soprou um riso tímido, encontrando os olhos do maior — A gente se dá muito bem, agora, mas fiquei pensando que sem a peça… e se as coisas que nos fazem diferentes se sobressair? E se o tempo ficar cada vez menor? E se o trabalho que nos uniu for o que nos distancia e separa?

Amaury ouvia tudo com atenção. Diego falava tranquilo, mas conseguia entender a angústia do rapaz no momento em que todos esses questionamentos inundaram sua cabeça pela primeira vez.

— Eu te amo tanto… — o ruivo soprou cheio de carinho — fiquei com medo de perder tudo o que construímos até aqui.

O abraço apertado que ganhou estalou suas costas e aqueceu seu coração. A respiração de Amaury arrepiava sua nuca e o cheiro do homem agora também tinha um toque do seu próprio. Eles dividiam o mesmo cheiro há algum tempo, mas insistiam em dizer que o outro tinha o melhor aroma. Algo meio que, roupa limpa, sabonete, cheiro de casa e pertencimento.

— Nunca deixaria qualquer coisa me afastar de você, pequetito. Porque não me falou das suas preocupações?

— Porque não achei que cabia. No fundo eu sabia que era preocupação infundada, então não vi motivos para te preocupar.  — os dedos brincavam com os cachinhos — ainda mais agora que você está super animado com o teste que tem feito. E eu estou tão feliz vendo você feliz!

— Não vejo a hora de poder contar pra você.

— Eu sei — o ruivo riu — não vejo a hora de abrir o meu teste pra você também. Falta tão pouco. Pra nós.

OS OPOSTOS n̶ã̶o̶ SE ATRAEMOnde histórias criam vida. Descubra agora