preciso surtar (parte 3.)

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— Sabia que ia abrir e você estaria aqui. — Diego soprou o riso, com um sorriso rendido.

— Claro, você tá preso em um banheiro chorando e eu não vou me preocupar? — as mãos grandes seguraram seu rosto com carinho.

Amaury avaliava com atenção, seus olhos grandes fitavam cada mísero pedaço do rosto alvo com cuidado, como se procurasse um machucado ou conseguisse ler por entre as sardinhas, o motivo das lágrimas do menor.

Bruno passou pelos dois deixando uma batidinha no ombro de ambos. Não ficaria ali, entendia que aquele era um momento só do casal.

— Eu tô bem — Diego acariciava as mãos que o seguravam cheio de amor —, de verdade, eu tô bem. Foi só uma crisezinha.

— Você nunca teve uma crisezinha dessas.

— Pra tudo tem uma vez, não é mesmo? — brincou, mas não convenceu muito o preto — ‘Tô falando sério, meu bem, não precisa se preocupar.

— Jura?

— Juro, juradinho. — nas pontas dos pés, se inclinou e roubou um selinho.

— Não é nada comigo, é?

Diego negou.

E não era mesmo.

Amaury não tinha culpa nenhuma dos pensamentos que rondavam sua mente. Ele era um namorado incrível e estar com ele era tudo de bom. Tão bom que eventualmente Diego temia perdê-lo, mesmo que isso não fosse uma possibilidade de fato.

— Depois da peça, o pessoal quer comemorar. — Amaury confirmou, já sabia. — Podemos dar só uma passadinha? Eu queria muito ir pra casa ficar só com você. A menos que você queira ir e ficar mais também, aí tá tudo bem também…

— Não, podemos passar rapidinho, a gente só abraça todo mundo e já vai embora. Fica bom assim?

— Fica… fica ótimo.

A voz soou manhosa, tal qual a forma como os braços se ajeitaram em seu pescoço, trazendo-o para perto. Se beijaram com delicadeza.

— Pronto pra começar a se arrumar?

— Agora sim. — o ruivo confirmou com os lábios ainda nos de Amaury — Agora eu tô pronto pra tudo.

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OS OPOSTOS n̶ã̶o̶ SE ATRAEMOnde histórias criam vida. Descubra agora