"Cala a boca, vadia insignificante! Fique em silêncio absoluto e aceite seu lugarzinho na sociedade, puta asquerosa!" Proferidas aos berros pelo meu padrasto, as palavras objetivavam humilhar novamente minha mãe, enquanto eu os observava. Em absoluto silêncio e imobilidade, do alto da escada, evitava ao máximo produzir quaisquer ruídos que revelassem meu esconderijo. O casal lá embaixo não me notava. Ou dissimulava muito bem, como costumam fazer os adultos. Ela, uma loira de pele extremamente branca, linda e atraente, vestia, seguindo as exigências do Macho, uma lingerie preta, meias 7/8 arrastão e salto altíssimo na mesma cor. Adornos nada confortáveis que pouco a protegiam do frio intenso, enquanto ela mantinha a custo o equilíbrio. Na perspectiva do sádico universo patriarcal, o conforto feminino é sempre inversamente proporcional à feminilidade, portanto a microssaia rodada e plissada, em vez de esconder, destacava ainda mais suas nádegas volumosas, firmes e arredondadas. Tudo resplandecente pra combinar com suas partes íntimas rosadinhas e pra constrastar com a pele trigueira de quem a possuía sem pena.
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Escravas Brancas
ChickLit"Uma reparação histórica" era como meu padrasto negro e de origem humilde definia sua conduta. Eu e minha mãe, loirinhas, branquinhas e de classe econômica média alta inicialmente o tínhamos como um Homem protetor, justo e educado. No entanto, aos p...