Plantas Malditas

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Caminhamos pela floresta com cautela, em paços lentos e simples, como se estivéssemos passeando. As plantas são verdes, altas e tranquilas, o vento sopra como um sussurro e as folhas dançam para nós.

O Botão de prata, a flor delicada pela qual procuramos, fica entre as partes mais escuras da floresta, onde ainda vamos demorar para chegar. O silêncio me irrita, o barulho dos corvos mais ainda.

Enquanto caminho sinto minha visão se escurecer por alguns segundos me levando a perder o equilíbrio por alguns segundos. Ponho a mão na cabeça e pisco algumas vezes para que volte ao normal.

A semana de provas e exames está intensa, os professores nunca pegaram tão pesado, os trabalhos estão absurdamente complexos assim como as provas. Eu estou me saindo muito bem, nenhuma nota abaixo de A. Mas também, quase não dormi a semana toda.

Draco não fica atrás, às vezes está na minha frente em relação às notas, mas bem raramente.

Sinto o clima esfriar conforme nos aproximamos do escuro, meu vestido não está sustentando este clima, deveria ter colocado um casaco.

Começo a xingar baixo enquanto procuro pela merda da planta mais insuportável que já criaram, deveria ter escolhido uma poção mais básica.

- A senhorita Rosier poderia controlar a boca suja um pouco? - Draco diz com sua voz de mimado irritante.

- e sabe o que o senhor Malfoy poderia fazer? Sumir do planeta Terra e nunca mais aparecer. Seria a realização dos meus maiores sonhos.

- seus maiores sonhos me incluem? E há quem diga que você não é minha fã - jogo a lanterna em seu rosto agressivamente.

- sabe o que eu deveria fazer? Te transformar em um sapo nojento e pisar em cima de você até que se torne apenas muco - continuo a procurar a flor.

- se eu fosse um sapo entraria dentro de sua roupa e te lamberia todinha - quando estou preste a xingar cada molécula do corpo desse Loiro oxigenado, ele me interrompe - encontrei - me aproximo dele.

É o Botão de prata, é tão bonito quanto o que é retratado no livro. Finalmente poderei tomar um banho e ficar cheirosinha no meu quarto.

(...)

Saio do banheiro com a toalha enrolada no corpo indo em direção ao meu guarda roupa enquanto sou seguida pelo olhar penetrante de Malfoy que insistiu em realizar o feitiço hoje.

- está tentando me provocar? - diz se jogando em minha cama.

- não achei que fosse ficar, se soubesse teria vestido uma roupa de freira - ele ri

Pego uma muda de roupa e volto para o banheiro me trocar. Ouço o barulho de seus passos perambulando pelo meu quarto e o som das portas e gavetas rangendo por conta de sua curiosidade sobre meus assuntos.

Vou até minha estante de livros e pego a receita do amor. Separo os ingredientes com cuidado enquanto Draco continua a futricar em minhas coisas. Vejo ele abrir minha gaveta e pegar uma peça íntima minha. O ignoro. O ignoro. O ignoro. O ignoro. Pego o livro e o arremesso em Malfoy.

- qual a porra do seu problema? Para de mexer nas minhas coisas

- não queria te atrapalhar. É tão agradável te ver agir como uma verdadeira bruxa - reviro meus olhos

- você poderia agir como um e pegar a droga da flor que passamos a tarde procurando - ele obedece. Jogo cinco pétalas no caldeirão junto aos outros ingredientes.

- mas me conta, o conjunto de renda é pra quem? Potter? - enfio a colher no caldeirão com força como se fosse a cabeça flutuante de Draco.

- sim, é pra ele. Vamos nos encontrar esta noite e  transar como um casal apaixonado - vejo uma veia saltar de sua testa - se não for me ajudar caia fora.

- não pretendo sair daqui até dar uma surra em Harry assim que ele pisar neste quarto - Draco sorri, parece se deliciar com a cena que passa por sua mente.

- eu ganhei o conjunto, não sou obrigada a transar só por conta de uma roupa seu doente - ele me encara, parece querer avaliar minhas palavras, saber se são verdadeiras.

Silêncio. Continua a mexer a poção sem descanso. Devo bater até que se torne um líquido rosa, quase bordô.

- quer que eu mexa um pouco? - entrego a colher para ele.

- vou pegar algo para comermos, espere aqui - pego minha carteira

- não vou a lugar nenhum - saio do quarto e vou em direção a cafeteria.

Faço meu pedido e me sento a uma mesa qualquer enquanto espero por meu pedido. Ao longe vejo Potter que se aproxima e senta à mesa.

- tá fazendo o que aqui sozinha? - sorrio

- esperando meu pedido. Você vai para algum lugar?

- sim, tenho que fazer o trabalho de Herbologia. Como o seu vai indo? Sei que não deve ser fácil lidar com Draco.

- nem me fale. Mas está tudo correndo bem - vejo seu olhar se ficar em meus seios por alguns segundos. Ignoro. Como sempre.

- vai fazer alguma coisa depois das aulas? - ele ajeita seus óculos

- não tenho nada planejado - gritam meu nome. O pedido está pronto.

- estão vamos lá na torre comer alguma coisa - aceno em concordância - ótimo. Vou indo. Tchau

- Tchau - pego meu pedido e volto para o quarto.

(...)

A poção ficou pronta, se funciona não sabemos, mas acredito que sim. Organizamos o material para entregar a professora, comemos e fomos para as aulas chatas de sempre.

Assim que as aulas terminaram fui para a torre esperar por Harry. Acendo meu cigarro e começo a fumar calmamente, quase dormindo encostada na parede. Não sabia que estava tão cansada. Rio.

Assim que Potter chega se senta ao meu lado e me entrega um sanduíche de frangos e refri.

- o trabalho de vocês é sobre o que? - mordo o sanduíche

- uma poção do sono. O Rony faltou em todas as aulas pq cheirou a poção. Só vai acordar amanhã - rio. Isso é tão Rony

- nós fizemos uma poção do amor e questão de nem chegar perto dela - rimos

- não é muito sua cara uma poção do amor - concordo com a cabeça e bebo um gole do refri

- é que estava lendo alguns livros antigos e vi um conto muito popular antigamente sobre uma jovem e um rei que se odiavam intensamente, um dia colocaram uma poção do amor na comida do rei e ele acabou se apaixonando por ela. Com isso, a garota se tornou a pessoa mais poderosa do reino pq tinha o rei na palma de sua mão. Querem dizer que o amor é tão perigoso quanto uma guerra. Não sei se acredito nisso mas achei... comovente? De alguma forma - rio de mim mesma. Estou agindo como uma criança.

- você gosta dele não é? - me assusto com a pergunta.

- de quem você está falando?

- Malfoy. Você gosta daquele imbecil não gosta? - não respondo. Me levanto e vou embora.

Caminho em paços rápidos, mas minha visão escurece, me sinto tonta, sinto uma dor insuportável na cabeça, latejante e então, já não sinto mais nada.

(...)

Onde... onde eu estou?

Notas da autora:

Passando pra informar que seguirem um cronograma de postagens. Novos capítulos toda semana, na quinta em específico.

Espero que estejam gostando da leitura😉❤️

Maldito Amor Que Corrompe - Draco Malfoy Onde histórias criam vida. Descubra agora