Puto Maldito

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Os gemidos que ecoam pela casa são intensos e agressivos. A garota de longos cabelos castanhos que Draco trouxe para casa não se incomoda em tentar fazer silêncio, gritando "Malfoy" como louca. Não aguenta mais ouvir sua voz estridente e a cama rangendo agressivamente.

Desde nossa briga não há uma noite sequer em que ele não traga uma garota para trepar. Nenhuma delas faz questão de abafar os sons. Imagino que Malfoy queira que elas façam barulho, quer que eu escute e que saiba o quanto ele é bom na cama.

Já faz mais de duas semanas que estamos em uma rotina odiosa, já pedi pra ele parar de fazer tanto barulho, Draco me ignorou, como uma vingança fútil, estou deixando a casa um verdadeiro caos e seu toque não permite que ele não arrume tudo de imediato. Ele já me pediu para parar, o ignorei.

Com o tempo, o respeito foi jogado no lixo, aquele imbecil começou a andar só de cueca pela casa como se quisesse me mostrar o que estou "perdendo". Pois bem, comprei dezenas de pijamas feitos para trepar e não ando com nada além deles pela casa, como se dissesse "olha o que você não pode ter".

Sei que é mesquinho da minha parte, mas também é da dele por não ter a capacidade de levar um fora e se manter um humano civilizado. Não é a primeira vez que temos esse tipo de briga, mas daquela vez nossos pais estavam em casa, então apenas começamos a nos evitar o máximo possível. Acho que ficamos mais orgulhosos com o passar do tempo.

Sorrio com a ideia travessa que passa por minha mente inquieta. Subo as escadas e bato na porta de Malfoy.

- Querido, sei que está ocupado, mas poderia passar na farmácia comprar remédio para Benjamim, ele não para de chorar. Não esqueça que não fiz este bebê com o dedo - ouço um tapa ser desferido. Quase não controlo o riso - Desculpe te atrapalhar amor.

- SEU FILHO DA PUTA. ME TROUXE ATÉ A SUA CASA PARA SER AMANTE DE UM HOMEM CASADO E COM FILHOS? - ela sai do quarto pisando duro semi vestida, mas para assim que me vê - mil perdões, eu não sabia de nada disso - ela se retira em passos apressados. Parece uma garota incrível...

- Qual a porra do seu problema? - ele sai do quarto com sua box verde musgo e escora na parede.

- você - sorrio - e o seu nome saindo da boca dela como se estivesse a torturando - começo a descer as escadas e ele vem atrás

- sim, acho que ela estava se sentindo torturada de tanto prazer, seria a segunda vez que a veria gozar - mordo a parte de dentro da minha bochecha sem saber exatamente o que responder.

Babaca convencido.

Abro a geladeira e pego o resto da salada de fruta que tinha feito à tarde. Vejo de relance quando Malfoy responde uma mensagem de texto. Sento no sofá e ligo a Tv.

- vai trocar de roupa que os meninos estão vindo jogar videogame - diz apontando para minha linda lingerie vermelha. O encaro.

- pq eu faria isso? E quem são esses amigos? Gatinhos pelo menos? Ter que encarar a sua cara feia o dia todo já é tortura o suficiente

- fica tranquila, não vai chegar nem perto de ver a cara deles, você fica no andar de cima - o encaro incrédula

- você realmente acha que pode mandar em mim? Você está realmente delirando - deixo o pote vazio de salada em cima da mesa de centro e vou pro meu quarto. Posso ouvir seus resmungos por não ter colocado o pote na pia.

Pego meu celular e mando mensagem no grupinho convidando o trio maravilha pra vir aqui nos Malfoy irritar o Draco. Eles topaam de imediato.

Escolho uma roupa que mostre tudo o que tenho. Faço uma make bem básica e desço pra sala avistando Draco, Vicent e Gregory sentados no sofá jogando algo idiota.

- Boa noite meninos - digo e me sento na poltrona vazia ao lado de Gregory.

- e aí - eles dizem juntos ainda focados no jogo

- Falei pra você ficar no andar de cima - Malfoy diz ríspido sem tirar o olhar da TV. Ele não tem a capacidade de me dar a devida atenção e acha que pode mandar em mim. Rio.

- e eu disse que você não manda em mim Malfoy - ele bufa - estou esperando minhas visitas - seus olhos finalmente vão até mim. Posso ver ele disfarçar após olhar minhas coxas expostas.

- e quem são para que se arrumasse dessa forma? - ele volta a jogar e pigarreia

- Hermione, Rony e Harry - dou ênfase no último nome e posso ver uma veia saltada em sua testa.

- O órfão está vindo pra cá? Quando os padrões para vir a sua casa abaixaram tanto Malfoy? - Vicent debocha

- quando vocês começaram a vir - eles me olham ofendidos. Rio - sejam bons garotos e se comportem. Sem gracinhas ofensivas com Harry ou vão perder a língua - sorrio e me levanto indo em direção a porta com o barulho estridente da campainha.

Todos entram, pego o telefone e peço pizza para todos, até mesmo para os amiguinhos de Draco, enquanto isso Harry se senta perto de mim, Rony senta no sofá para jogar com os outros e Hermione fica ao seu lado rindo com as comemorações de vitória animadas de seu namorado.

Desligo o telefone e me debruço na bancada observando o grupo nada convencional se divertir mesmo com alfinetadas muito sinceras e cheias de rancor vindas de ambos os lados.

- desculpe por ter falado daquele jeito com você - fico em silêncio, então ele se aproxima de mim e sorri - estamos bem senhorita Rosier? - reviro os olhos e sorrio

- sim senhor Potter - rimos - quer ir lá pra cima conversar? Não gosto muito desse ambiente tão Sonserina - ele ri

- claro - agarro sua mão e vamos para meu quarto.

Me jogo na cama confortável e abraço uma almofada enquanto Harry se ajeita ao meu lado.

- você vai pra sua casa quando?

- quando meu pai voltar, depois de ter desmaiado ele não confia em me deixar sozinha. E ele só vai voltar daqui uma semana mais ou menos.

- há, não é tanto tempo assim, já já você se livra do encosto - rio e me viro ficando de barriga pra cima encarando Harry

- pq você gosta de mim? - ele suspira. Já sabe que eu sei.

- não sei ao certo. Mas estou a caminho de te superar. Sei que não sente o mesmo. Sei que gosta do seu novo colega de casa - mordo o lado de dentro da bochecha

- se te conforta, odeio gostar dele. Gostaria de arrancar esse sentimento do peito - ele ri e se deita

- eu entendo. Mas não queria - rimos juntos. Tive uma conversa parecida com Draco, mas com Harry parece mais leve. Acho que o que dói nele não dói tanto em mim quanto doi com Draco.

- Desculpa - digo baixo e o abraço

- não é culpa sua - ele passa os dedos por meus cabelos

- mas se contar pra alguém que disse isso eu te mato - ele ri

- e eu não duvido - rimos juntos

A Porta se abre e Draco nos encara por alguns segundos. Posso ver um fundinho de ódio em seu olhar. Infelizmente isso me deixa feliz.

Maldito Amor Que Corrompe - Draco Malfoy Onde histórias criam vida. Descubra agora