Bruna Lavra
Férias.
Eu estava feliz com as férias, mais feliz do que estive em qualquer outra, afinal eu iria para minha primeira viajem desacompanhada dos meus pais, mesmo tendo quase 20 anos.
— Pegou tudo, querida? — a voz de minha mãe ressoa pelo quarto depois de uma suave batida na porta.
Me viro para mesma sorrindo logo percebendo os seus olhos inchados.— Chorou de noite? — a pergunta risonha a faz fungar de forma tragicamente cômica — Mamãe, eu ficarei bem.
— Eu sei, mas isso não me impede de ficar nervosa — um bico infantil se forma em seus lábios, o mesmo bico, que segundo o meu pai, eu faço quando estou zangada.
— Eu ficarei bem, mamãe a senhora conhece as meninas e o papai até ligou para o irmão da Gaby — minha voz sai esganada por seu abraço surpresa.
Me viro para me acomodar melhor em seu abraço sentindo o cheiro gostoso de seu óleo de banho.
— O que as minhas garotas estão fazendo? — a voz de meu pai ressoa pelo quarto e quase que de forma automática minha mãe se desgruda de mim secando as lágrimas discretamente.
Meu pai não sabia lidar muito bem com choros, principalmente os meus e de minha mãe, por isso evitávamos ao máximo chorar perto dele.
Da última vez que ele pegou minha mãe chorando por um machucado do pilates resultou em meu pai quase processando o Studio por "falta de cuidados com os clientes", mas graças a Deus minha mãe o convenceu de não o fazer.
— Nada de mais querido — minha mãe fala de forma carinhosa e logo consigo observar meu pai lentamente se derreter por ela.
Era fofo, mas admito que na infância/adolescência eu sentia um pouco de nojinho.
Nos minutos seguintes meus pais me ajudaram a descer a grande mala e ficaram na porta comigo esperando Gabryelle aparecer em seu carro junta de Kayle.
— Faça uma boa viagem Universo — meu pai diz me chamando por meu apelido de infância.
Abraço os mesmo e vou para o carro me acomodando no banco de trás.
— Ela ficará bem Sr. Dan, eu vou cuidar dela — Gabryelle grita da janela do carro e meus pais se olham preocupados.
— Eu cuido das duas, senhor e senhora Lavra — Kayle diz após fechar o porta malas fazendo meus pais suspirarem aliviados.
— Muito obrigada, querida — minha mãe diz para Kayle.
— Prontas? — Gaby pergunta depois de todas nós estamos dentro do carro.
— Claro! — digo junto de Kayle que estava no banco do passageiro.
Pouco a pouco observo o carro se distanciar de minha casa e de meus pais que ainda davam tchau.
— Quem tá com as passagens? — minha voz saiu preocupada por esse detalhe importante.
— Não vamos precisar delas, meu irmão disponibilizou o jatinho — Gaby diz orgulhosa.
— Às vezes me esqueço que você é uma burguesa safada — digo irônica e Kayle rir.
— Horas, a Kayle também é burguesa safada — diz se defendendo.
— A minha família não tem um jatinho — a voz com ironia desta vez foi Kayle.
(...)
— Nem posso acreditar que está viajem finalmente está dando certo — a voz empolgada de Gaby ressoa pelo jatinho que já se preparava para decolagem.
Estávamos todas acomodadas, e eu já sentia o sono do medicamento me pegando.
— Vai jogar com a gente? — Gaby tira um conjunto de dominó, sabe Deus de onde, e eu nego com a cabeça.
— Meu remédio já está fazendo efeito — digo procurando uma posição confortável.
— Não sei por que toma essas porcarias, toda vez que sai do avião você falta colocar as tripas para fora — olho para kayle que estava espalhando o dominó na mesa.
— Melhor vomitar fora do avião do quê dentro dele — digo com humor.
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O Fazendeiro
RomanceAviso: Dark Romance (+18) "Ela era minha, feita para mim, não podia simplesmente deixar ela sair da minha vida. Faria do possível e impossível para mante-la comigo" Alejandro Carvalho, um fazendeiro que vivi isolado em sua fazenda, é surpreendido co...