Capítulo 5

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Bruna Lavra

Observo o meu arredor ainda impressionada com os cavalos, todos eles eram lindos de seu próprio jeitinho. 

— Por que precisamos de cavalos? — Kayle pergunta ainda do lado de fora. Ela tinha problemas com animais grandes.

Ela não gostava muito deles ou talvez eles não gostavam dela.

— Se quisermos pisotear o merdinha do Caio, vamos precisar deles — Gaby alfineta e eu a olho feio.

— Okay, estou começando a me sentir tentada — Kayle diz se aproximando de nós.

— Não gosto quando implicam com ele — digo olhando para as duas que dão de ombros.

— Meu ex é melhor do que esse babaca — Gaby diz com confiança.

— Não é não — Kayle e eu dizemos juntas.

— Tudo bem, não é, mas ao menos o meu ex sabia tr... — interrompo ela.

— Podemos não falar do Caio, por favor? Sei que não gostam dele, mas ele não está aqui, podemos brigar sobre ele quando voltarmos de viagem — imploro para elas, com os olhos focados em uma égua marrom.

— Ou você pode esquecer ele e arrumamos um novo gatinho para você — Kayle diz levantando as sobrancelhas de modo sugestivo, me fazendo revirar os olhos.

— Isso mesmo, que tal o meu irmão? Ele é gato, rico, estava te olhando como se fosse um pedaço delicioso de carne e também se você casar com ele será a minha cunhada, não seria incrível? — a cada palavra que saia da boca de Gabryelle ela parecia mais empolgada e eu mais incrédula.

— Eu não vou casar com seu irmão — digo indignada com a fantasia de Gabryelle — Ele é mais velho — minha voz saí baixa, quase como se estivesse contando um segredo.

— E? São só uns dez aninhos — Gaby diz como se não fosse nada.

— Ela está certa, se parar e pensar, dez anos é quase nada — ótimo, agora Kayle enlouqueceu também — E seria incrível se você fosse rica também.

— Obrigada por me chamar de pobre — digo com humor e elas dão risada — Vocês só podem ter pirado de vez, meus pais iam arrancar o meu couro antes de eu sequer subir no altar.

— Isso só deixaria mais incrível, seria tipo um amor proibido — olho para kayle ainda incrédula que ela estava realmente entrando na onda de Gaby.

Normalmente ela era a sensata e eu a maluca que concordava com a dona do hospício e não o contrário. 

De repente as duas se calaram, olhei para elas estranhando a atitude.

— Por que estão quietas? Vocês falam mais que papagaios — digo na intenção de fazê-las rir, mas apenas se entre olham.

— Vamos lá dentro trazer suco fica aqui, viu? — elas não me esperaram responder apenas saíram dando risadinhas.

— Malucas, não acha cavalinho? — pergunto sabendo que não teria uma resposta. O estranho seria se ele respondesse.

— Cadê minha irmã e sua amiga? — viro assustada quando escuto a voz do irmão de Gaby.

Esse homem parecia estar em todo lugar.

— O Senhor me assustou — digo sorrindo constrangida — Sabe, me pergunto se o senhor fez curso ou se só é um talento ficar assustando as pessoas — tento fazer uma piada, mas o mesmo continua com a carranca séria.

Engulo em seco quando percebo que ele não solta nem mesmo uma risadinha.

— Elas entraram para pegar suco, foi agora pouco — respondo sua pergunta tentando fugir de seu olhar de julgamento.

— Com quem falava quando levantou da mesa? — olho para ele não entendendo o motivo da pergunta.

— Apenas um amigo da faculdade — digo meia verdade.

— Suas amigas me falaram que era um namorado.

Aquelas bocudas fofoqueiras.

— Ex-namorado, mas ainda somos amigos — tento encerrar o assunto, o que aparentemente funcionou já que ele não disse mais nada. 

O lugar ficou tantos minutos em silêncio que cheguei a pensar que ele tinha ido embora.

— Seus pais não lhe ensinaram que sair da mesa sem permissão é falta de educação? Principalmente quando é para atender um namoradinho irrelevante — quando me viro para responder, ele estava mais perto, muito mais perto.

Recuo um passo para trás tentando estabelecer um limite, mas apenas me vejo encurralada entre ele e a cerca de madeira que prendia os cavalos.

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O FazendeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora