Bruna Lavra
— Eu compreendo que foi mal-educado de minha parte sair da mesa sem a permissão do dono da casa, mas isso não lhe dá carta-branca para me cercar em um estábulo feito um louco — estava enraivecida.
Ele, sendo quem for, não podia me cercar desse jeito, estava fazendo parecer que eu tinha cometido o mais alto dos pecados.
— Com licença, preciso ir procurar sua irmã — consigo o afastar com um leve empurrão em seu peito, mas antes de sequer me distanciar o suficiente ele puxa meu braço me segurando.
— Ainda sou o dono dessa casa, deve seguir as minhas regras, a menos que prefira voltar de onde veio — eu estava em choque com suas palavras.
— Com licença — digo entredentes, dessa vez saindo apressada.
Não podia dizer nada mais do que isso, afinal ele era realmente o dono da casa e eu não ia estragar nossas férias por causa de uma briga boba de orgulho. Deixaria para xingá-lo no final das férias, com as malas já prontas para pegar o voo de volta.
Retornando para a casa, entrando pela porta de trás que dava direto na cozinha, eu vi Gaby e Kayle simplesmente sentadas no balcão enquanto comiam um lanche.
— Vocês me deixaram sozinha? — pergunto indignada que elas tinham mesmo me deixado para trás.
— Não te deixamos sozinha, vimos o meu irmão se aproximando — Gaby responde sorrindo.
— Vocês conversaram? — Kayle pergunta.
— Vocês me deixaram lá para encontrar o seu irmão? De proposito? — Elas eram inacreditáveis.
Eu até entendia elas não gostarem do Caio, ele realmente já tinha sido babaca com elas, mas comigo ele era legal e eu até gosto um pouco dele. Esperava que o mínimo que elas podiam fazer era respeitar esse sentimento e não ficar me empurrando para o primeiro homem que aparecesse em nossas frentes.
O silêncio se instaurou na cozinha, Kayle pareceu constrangida, porém Gaby apenas deu de ombros voltando a comer.
Eu estava zangada. Zangada por causa da discussão idiota com o irmão da Gaby e por elas simplesmente me deixarem sozinha, porque na fantasia delas eu e ele iríamos nos casar.
Admito que queria gritar com elas, queria colocar minha raiva para fora, mas me conhecendo o máximo que aconteceria era eu chorar de ódio até soluçar e eu odiava chorar na frente de alguém.
Então, apenas virei as costas subindo para o quarto que estávamos. Deixei a porta trancada e sei que vai parecer idiota, mas eu fui para o banheiro, liguei o chuveiro e me permiti chorar enquanto tomava banho.
A maioria das pessoas sempre diz que chorar não resolve problemas e elas até estão certas, contudo apesar de não resolver nada, minha mãe sempre me disse que chorar era a melhor forma de colocar para fora tudo que não conseguíamos colocar em palavras.
Agora, depois do banho tomado e das lágrimas derramadas, percebo que minha mãe estava certa, como sempre. É claro ainda estava magoada, mas a raiva tinha passado ou pelo menos se acalmado.
(...)
Agora, na mesa de jantar, ainda não tinha falado com elas.
Tínhamos nos encontrado quando destranquei a porta, mas não trocamos palavras, ainda estava magoada, então passei reto por elas indo me deitar na rede das muitas varandas que tinha pela casa.
Desta vez o irmão de Gaby não estava presente, o que me fazia sentir certo alívio, estando na mesa apenas nos três.
Sendo sincera, o silêncio era desconfortável, geralmente quando ficamos juntas era sempre na companhia de conversas e risadas.
— Ainda está brava? — a voz de Kayle quebrou o silêncio.
— Eu... Eu não estou brava, estou magoada — direciono meus olhos para elas, que antes estava focado na comida — Seu irmão não é o homem mais gentil do mundo, foi desconfortável ficar sozinha com ele.
— Sentimos muito, admitimos que ultrapassamos limites — Gaby continuava calada.
— Desculpa — a voz de Gaby soo baixa, parecida com daquelas crianças que são pegas fazendo bobagem — Fui invasiva em querer força a barra assim.
Suspiro, estava feliz em receber um pedido de desculpas. O resto do jantar foi calmo, não tão cheio de conversas como de costume, mas pelo menos aquele silêncio desconfortável não estava presente.
Oi, meus amores! Estou muito feliz com os votos de vocês, por favor continuem e não se esqueçam de comentar. Vou tentar atualizar novamente amanhã de noitinha.
Bjs.
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O Fazendeiro
RomansaAviso: Dark Romance (+18) "Ela era minha, feita para mim, não podia simplesmente deixar ela sair da minha vida. Faria do possível e impossível para mante-la comigo" Alejandro Carvalho, um fazendeiro que vivi isolado em sua fazenda, é surpreendido co...