Hinata

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Eu pisquei várias vezes, olhando fixamente o moreno à minha frente que me mantinha segura de uma forma tão íntima. Por Kami! Como fui me meter nessa confusão? Devia ter procurado Naruto imediatamente quando Sakura desapareceu. Pensei que ela tinha simplesmente se esquecido da hora. E não queria perturbar a noite do meu chefe, quando ele foi gentil o suficiente ao deixar que eu trouxesse Sakura junto.
Naruto Uzumaki era um dos solteiros mais cobiçados de Konoha. Era agradável, belo e rico. E eu era sua secretária, ou pelo o menos estava sendo já que sua secretária oficial não estava autorizada a voar por mais de três horas. Portanto eu fui designada para esse trabalho quando Naruto teve que escolher uma secretária para acompanhá-lo. Fiquei entusiasmada e determinada a me esforçar para correspondê-lo em suas expectativas, já que eu fora sua escolhida dentre tantas outras mais habilidosas que eu. Não, Naruto já tinha problemas demais para se envolver com o meu problema de irmã mais nova desaparecida, ele estava ali para fechar um grande negócio e não para ser o salvador de minha meia irmã de 21 anos.
E eu estava ali para provar que era capaz de executar um trabalho de mais responsabilidade e que era útil a Uzumaki Tech. Ultimamente, pensara que o interesse de Naruto por mim pudesse ultrapassar a barreira do profissionalismo. Eu tentava não dar uma atenção excessiva as ações do meu chefe, mas ele havia me convidado para almoçar duas vezes, e me fez perguntas sobre minha vida pessoal, sobre minha irmã e muitos outros assuntos além do âmbito do trabalho. Meu coração ficara disparado durante todo o tempo. Naruto tinha tudo que sempre achei atraente em um homem. Me senti atraída por ele desde o primeiro instante em que pisei em seu escritório e ele me sorriu, há dois anos. Até esse momento, nunca pensei nisso como nada, além de algo infrutífero.
Nessa noite, deixei que meus sentimentos se interpusessem no caminho do bom-senso. Deveria ter seguido meus instintos e pedido a ajuda de Naruto, mas estava tão acostumada a resolver meus próprios problemas que ignorei a preocupação e decidi procurar Sakura sozinha. E agora estava me amaldiçoando por ter tomado tal decisão.
- Não há tempo a perder - disse o estranho. A voz era grave, encorpada e pronunciava as vogais de um modo agradável.
Meu coração deu uma cambalhota em meu peito quando ele me apertou mais. Precisava encontrar Sakura, mas antes tinha que sobreviver aos próximos minutos. E para isso, devia fazer o que ele me mandava. Que escolha eu tinha? Os homens dos quais eu fugia estavam em um número bem maior que nós dois. Se me pegassem, talvez eu não conseguisse escapar uma segunda vez.
Eu não sabia o que eles queriam. Me afastei muito do hotel, me perdi e deparei-me com um grupo de homens que me assustaram. Eles estavam bebendo e não se mostraram muito dispostos a me ajudar. Não sem cobrarem um preço por isso. Estremeci ao lembrar do moreno gigantesco com suas mãos grosseiras que me disse em um sotaque russo pastoso que poderia me ajudar se eu o beijasse. Em seguida, o homem soltou uma risada e os demais o acompanharam. Mais só gritei quando ele me agarrou. Consegui ganhar tempo chutando-o na virilha. Enquanto os outros foram ajudá-lo, eu fugi.
Por que agora eu acreditava que esse homem a minha frente realmente tentava me ajudar era algo que fugia da minha compreensão, mas tinha certeza de que ele estava, e de que era o mais inofensivo, se a forma como meus sentidos fervilhavam fosse alguma indicação. O simples contato do corpo forte contra o meu, sua virilha pressionada intimamente contra a minha, fazia meu coração bater como um tambor e minhas terminações nervosas tirintarem. Queria saber quem era ele, e porque estava me ajudando, mas não havia tempo para perguntas. Os olhos onix do estranho me impeliam a obedecer. As passadas pesadas no chão de pedra se tornavam cada vez mais próximas. Em uma fração de segundo, eu fechei meus olhos e uni meus lábios aos seus. Decidi em último instante, que manteria meus lábios cerrados. Não havia motivos para um beijo real, certo? A farsa seria o suficiente para enganar aqueles homens. Porém, o estranho não permitiu que eu levasse a cabo minha decisão. Sua língua exigente deslizou pelo o contorno dos meus lábios, me fazendo ofegar diante do calor e o ímpeto do movimento. Senti o coração disparar, enquanto aquele homem me beijava com uma perícia que faria com que meus joelhos fraquejassem se eu estivesse em pé.
Ele tinha um gosto de conhaque e menta, excessivamente masculino e forte. Eu me encontrava surpresa com a languidez que aquilo provocava em meus sentidos. Ele não era Naruto, o homem com qual fantasiei durante os últimos dois anos, mas eu desejava me perder naquele abraço experimentar o tipo de magia de que ele seria capaz se estivessemos sozinhos e despidos. Porém, para ser sincera, eu não tinha a menor ideia de como reagir na intimidade com um homem. Nos últimos oito anos, tive apenas uma experiência sexual e devo admitir que não foi nada excitante. Me tornei responsável por Sakura aos 18 anos, estudava e trabalhava ao mesmo tempo para sustentar a casa, e isso não me deixava tempo para namorar.
Nunca nenhum beijo que dei chegaria aos pés desse que ganho agora. Esse beijo é extraordinário e provoca sensações maravilhosas em meu íntimo. Me sentia úmida e quente. Como se os fogos de artifício que explodiam dentro do meu corpo se transformassem em chama viva. Me senti chocada com o calor e a paixão que esse homem que nem ao menos conheço estava me proporcionando. Como podia eu ser tão receptiva em um momento como esse? Um gemido arrastado brotou da garganta do homem e ele me comprimiu ainda mais, enquanto o beijo fugia do controle. Essa não era eu. Era a única explicação plausível. Não me sentia mais como a secretária enfadonha que trabalhava para um homem que eu nunca poderia ter, e nem a irmã mais velha que cuidava de tudo. Nesse momento eu era uma mulher quente, sensual e no comando total de minha própria vida. Vivia uma vida de intrigas internacionais e perigos. Algo excitante, apaixonado e cheio de homens que falavam japonês com uma pitada de sotaque russo e beijavam com uma maestria de tirar o fôlego. Ouvi as vozes se aproximarem me trazendo de volta a realidade. Em seguida ouvi um assobio malicioso. Meu coração batia na garganta.
- Não se assuste - sussurrou o estranho contra meu pescoço , enquanto girava meu rosto para o lado contrário em que os homens passavam. - logo vão seguir em frente.
Estremeci em resposta, mais não por medo, quando sua língua quente e macia escorregou por minha orelha.
- Como você se chama? - A pergunta me surpreendeu. Aquele homem estava me pressionando de uma forma tão íntima, seus lábios se movendo por minha pele como se tivessem sido moldados pra executar tal carícia, a rigidez da excitação me comprimia os quadris e ele nem ao menos sabia meu nome. Se a situação não fosse tão insana, seria cômica.
Ele flexionou os quadris e uma sensação abrasadora quanto lava incandescente se espalhou por todo o meu corpo.
- Seu nome - sussurrou.
- Hinata - respondi, um segundo antes dele me assaltar os lábios novamente.
Os assobios se tornaram mais altos e, em seguida, um voz disse algo cortante e o grupo se calou. A mesma voz se pronunciou mais uma vez, mais alto e mais feroz. Eu senti os músculos do homem que tirava minha sanidade se enrijecer. O outro homem tagarelava em russo, o que parecia ser uma pergunta dirigida para nós. A verdade me atingiu como um balde de água fria. O homem estava nos questionando. Minha respiração se tornou ofegante.
- Solte um gemido - me orientou ele contra meus lábios. Sua voz me era tão desconhecida, tão cheia de significado! E seu sotaque a tornava tão intensa e sexy. Ele me pressionou mais e eu percebi que ele sabia que corríamos risco. De alguma forma, o fato de aquele homem estar ciente do perigo que corríamos, o tornou ainda mais assustador e real. Se aqueles homens percebessem quem eu era e decidissem terminar o que haviam começado, o desconhecido não poderia me proteger.
Interrompi o beijo, pressionei meu rosto contra seu pescoço largo e emiti o melhor gemido que consegui. Só que o som soou fraco e pouco convincente até pra mim.
- Mais alto. - ele disse contra minha orelha, flexionando mais uma vez os quadris contra o centro da minha intimidade.
A sensação me atingiu em cheio, fazendo minha cabeça girar, enquanto ele investia contra meus quadris. Dessa vez o gemido que soltei foi real. Sua boca procurou a minha mais uma vez. O beijo foi quente, profundo e exigente. Enterrei meus dedos em seus cabelos macios e espessos na altura da nuca, brincando com a aba da boina de peles que ele usava. Ele me guiava em direção a algo que nunca havia experimentado com um homem.
Sempre me senti contida e agora... oh, agora as comportas haviam sido abertas. Não estavam nem ao menos nus, não eram sequer íntimos em nenhum sentido e ela se encontrava repleta de sensações. Gemi outra vez, quando sua mão longa se espalmou sobre meu seio sob o tecido da blusa. Seu polegar escorregou sobre meu mamilo rigido, o que fez com que ele emitisse um gemido rouco. Aquilo me fez estremecer, elevando o grau de excitação ao máximo. Eu me sentia depravada, quente e desesperada. Isso era errado, muito errado, mas ainda assim...
O homem interrompeu o beijo e se afastou um pouco de mim, ainda me protegia, mas já não estávamos tão colados. Ele parecia completamente indiferente ao que acabara de acontecer, enquanto eu ainda me encontrava quente, trêmula, fria e frustrada ao mesmo tempo. Então me lembrei. Olhei por sobre seu ombro. O pânico tomou conta de mim, certamente ele havia decidido me largar a própria sorte, ou talvez tenha resolvido que não vale tao apena me ajudar...
- Eles se foram - ele disse, retirando minhas pernas de sua cintura até que eu ficasse em pé. Afastada de seu abraço, senti o frio me preencher. Envolvidos meu corpo com meus próprios braços. Meus dentes começaram a bater levemente por causa do frio.
- Obrigada - agradeci, ainda sentia meu corpo zunir por efeito da grande descarga de adrenalina e prazer refreado.
- Disponha. Agora podemos ir.
Pisquei antes de erguer o olhar, encarando-o pela a primeira vez... e quase caí pra trás com o choque que me atingiu. Aquele desconhecido era um homem estonteante. Era dono de uma beleza ao estilo dos galãs de Hollywood, porém com explícito toque de playboy. Não se tratava de um garoto. Era um homem em todo o sentido da palavra. Estive tão preocupada em escapar, tão assustada que mal consegui reparar nos detalhes daquele que me salvara a vida. Seus cabelos eram pretos como a escuridão, os lábios eram carnudos e sensuais. Ele também me analisava como quem não queria perder nenhum detalhe. E ele acabara de me dizer que podíamos partir. Juntos.

One night with SasukeOnde histórias criam vida. Descubra agora