One night with Sasuke

Sasuke

         
        Me limitei a observá-la. Hinata parecia um tigre siberiano. A pele alva tinha uma tonalidade dourada à luz do fogo. Tive ímpetos de segurá-la nos bracos e beijá-la. Não, queria fazer mais que isso. Desejava despi-la daqueles trajes formais e me enterrar dentro dela. De repente, me ergui, antes que acabasse agindo por impulso. Hinata inclinou a cabeça para trás, parecendo assustada. Me irritava a forma com que ela às vezes me olhava: como se eu fosse um urso siberiano pronto a devorá-la ou a personificação do mal. Talvez eu fosse, mas tinha minhas razões. Não iria vacilar agora. Não quando a vitória parecia tão próxima. E quando Hinata estava aqui e eu a desejava. Disse a mim mesmo que queria lhe arrancar informações, mas comecei a suspeitar que é mais do que isso. Eu a desejava, mas não esperava ter gostado dela. Aqui estava uma mulher que apreciava a beleza a ponto de se emocionar e que protegia a irmã com uma determinação que eu entendia muito bem. Permanecia leal a pessoa que a decepcionou nessa viagem para a Rússia.  Tentei não pensar que estava planejando uma traição que se somaria às que Hinata havia sofrido. Tinha que fazer o que era preciso. 
      A felicidade da irmã de Hinata poderia ser abalada se eu vencesse essa contenda, mas ela se recuperaria. Essa não era uma situação de vida ou morte. Minato Namikaze me tirou tudo o que possuíamos e eu não iria descansar enquanto não fizesse o mesmo com Naruto e sua esposa. Não permitiria que essa mulher intrigante se interpusesse em meu caminho. 
— De qualquer forma, terá o emprego se quiser. Agora, venha — eu disse, lhe estendendo a mão. — Não é hora de conversarmos sobre negócios. 
— Para onde estamos indo? 
— É uma surpresa. 
      Ainda com o olhar enraivecido e o rosto corado, Hinata aceitou minha mão. O toque de sua pele sedosa fez uma onda de desejo se espalhar pelo meu corpo. Não poderia deixar que ela partisse agora, mesmo que eu quisesse. Hinata se ergueu com um movimento leve. Eu estava completamente ciente da respiração alterada e da pulsação acelerada de Hinata. O rosto delicado ainda continuava rubro, mas por uma razão diferente agora e isso me lisonjeava. Sabia que ela também me desejava. Eu a guiei até a janela e me afastei para que ela pudesse ver. Do lado de fora, a neve começava a brilhar, enquanto o sol se ocultava sob as densas nuvens e lançava seus últimos raios sobre a passagem gelada. Três cavalos se encontravam enfileirados lado a lado à frente de uma troika. Um criado lhes segurava as rédeas enquanto outro verificava as condições do trenó. 
     A ouvi ofegar, maravilhada. Aproveitando a mudança de humor de Hinata, me aproximei. Em seguida, pousei a mão em seus ombros e rocei o rosto na orelha delicada. 
— Como prometi — sussurrei, sugando-lhe o lóbulo com meus lábios,  sem conseguir me conter. Muito em breve a levaria para a cama. 
     A única resposta de Hinata foi um tremor.