Como eu pude amar ele?

A nossa "amizade" nos prende...

Sanemi pov's
12:24

O sol já brilha alto quando finalmente abro os olhos, um pouco surpreso ao sentir um peso ao meu lado. Ainda meio adormecido, percebo Tomioka deitado próximo a mim, os olhos fechados e a respiração lenta. A tranquilidade em seu rosto é quase hipnotizante, e por um instante, apenas observo, capturado pela serenidade do momento. Quando ele finalmente desperta, me encara com um olhar de surpresa, antes de desviar o olhar, claramente desconcertado.

Sanemi: Dormiu bem, Giyuu?

Tomioka: Bem o suficiente... A noite foi tranquila.

Ele tenta se levantar, mas parece um pouco hesitante. Eu estendo a mão para ajudá-lo, e ele aceita o gesto, embora de maneira relutante. Já conheço Tomioka o suficiente para saber que ele não é do tipo que se abre fácil, mas esses pequenos momentos de proximidade sempre trazem uma sensação de conforto.

Sanemi: Hoje vamos treinar. Não quero ouvir desculpas, hein?

Tomioka: Como se você precisasse de desculpas para treinar, Sanemi. Você treina até quando não precisa.

Rindo, seguimos para a cozinha. Começo a preparar alguns onigiris, e Tomioka, como sempre, fica ao meu lado, observando cada movimento meu. É engraçado como ele parece se encantar com as coisas mais simples, como moldar arroz em bolinhos.

Tomioka: Seus onigiris sempre ficam perfeitos... Já tentei várias vezes, mas nunca saem iguais.

Sanemi: Deve ser o toque especial de quem faz com dedicação, né?

Ele sorri um pouco, e eu sinto um leve calor no peito. Não é sempre que vejo Tomioka sorrir, então cada pequena expressão positiva é uma vitória.

Depois do café da manhã, decidimos treinar no quintal. O sol já está alto, e a luz bate em nossos uniformes enquanto nos preparamos. Tomioka saca sua espada e me encara com um olhar determinado. Eu retribuo, sentindo a adrenalina começar a correr pelas minhas veias.

Sanemi: Não pega leve só porque sou eu, Tomioka.

Tomioka: Nunca pego leve. Mas e você, vai lutar sério ou só tá brincando de ser o durão?

Começamos a trocar golpes, cada um mais rápido e preciso do que o anterior. É sempre uma dança quando treinamos juntos; nossos movimentos se complementam de uma maneira que nunca encontrei com outro caçador. A espada de Tomioka corta o ar com uma graça silenciosa, enquanto minha lâmina rasga o vento com força bruta. É uma combinação perfeita de técnica e poder.

Sanemi: Você melhorou... Esses seus movimentos estão mais afiados.

Tomioka: É bom saber que você notou. Mas ainda tem muito o que melhorar.

Continuamos por horas, até que estamos ambos ofegantes e suados. Paramos um momento para recuperar o fôlego, e eu noto como o cabelo de Tomioka está todo bagunçado, com algumas mechas coladas na testa por causa do suor. Ele parece tão vulnerável assim, e algo dentro de mim desperta uma vontade de proteger esse lado dele, de ser o escudo que impede o mundo de machucar essa vulnerabilidade.

Sanemi: Vamos descansar um pouco... Não adianta se cansar tanto antes da missão.

Tomioka: Concordo. Vou pegar um pouco de água.

Enquanto ele se afasta para buscar a água, eu fico pensando em como nossas rotinas têm se entrelaçado ultimamente. Não sei se é por causa das missões frequentes juntos ou se é algo mais profundo, mas estar perto dele se tornou um hábito que eu não quero largar.

Pouco tempo depois, o corvo Kasugai de Tomioka aparece, anunciando a próxima missão.

Corvo Kasugai: Senhor Tomioka, senhor Shinazugawa, vocês têm uma missão no Monte Mangetsu. A partida é imediata, estejam preparados. Deixem de ficar namorando aí e vão se preparar!