IV

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Capítulo IV

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Capítulo IV

O hospital de Forks estava mergulhado em uma calma inquietante naquela noite, as luzes frias e brancas banhando os corredores desérticos. Sirena podia sentir a energia pulsante das pessoas ao seu redor – médicos, enfermeiras, pacientes – mas nada disso a interessava realmente. Sua atenção estava completamente voltada para algo mais cativante. Charlie a havia trazido ali, preocupado com seu estado, e agora conversava com o médico cujo porte a prendeu imediatamente.

Dr. Carlisle Cullen era uma visão impecável: pele alva como porcelana, cabelos loiros quase prateados, e olhos dourados que cintilavam de forma hipnotizante. Sua presença era calma, profissional, mas Sirena, com seus sentidos aguçados, captou algo mais. Havia um mistério profundo, uma força latente que ele tentava esconder. Mas Sirena sabia o que ele era. O cheiro inebriante de vampiro estava presente nele, e isso a fez sorrir internamente. Carlisle era poderoso, equilibrado, e ela gostava de brincar com limites.

Quando foi levada até a sala de exames, ele a observava com uma preocupação quase paternal, cada movimento meticuloso, cada gesto de alguém que controlava suas emoções com destreza. Mas Sirena não era facilmente iludida. Ela via além da fachada calma. Sabia exatamente o efeito que tinha sobre ele.

— Você deve estar se sentindo insegura agora — Carlisle começou, sua voz era um murmúrio suave, quase como uma carícia. — Mas saiba que estamos aqui para garantir que você se sinta segura.

Sirena inclinou a cabeça para o lado, deixando seus cabelos escuros caírem como uma cortina sedosa sobre os ombros. Seus olhos faiscavam enquanto ela adotava uma expressão inocente, os lábios ligeiramente entreabertos, dando a impressão de fragilidade. Ela sabia que a combinação de vulnerabilidade e sedução era uma arma poderosa.

— Obrigada, doutor — disse, com a voz baixa, rouca. — Estou tão assustada... Não sei para onde ir... — Sua frase terminou em um sussurro quebrado, quase como um gemido, e ela deixou o silêncio pesar, sabendo que ele sentiria a necessidade de preencher o vazio.

— Não se preocupe com isso agora, vamos garantir que você fique segura — Carlisle respondeu, com um olhar de compreensão que mal escondia o desconforto. Ele parecia lutar contra algo dentro de si, algo que Sirena podia farejar, literalmente.

Ela o olhou de relance, como se estivesse tímida, e então sua voz deslizou novamente: — Doutor... eu... não sei como agradecer. Você está sendo tão... — Ela deixou sua voz vacilar um pouco, quase como um soluço contido.

— Tão atencioso.

Ele ajustou o estetoscópio, visivelmente tentando manter o tom clínico. — Não há o que agradecer, estou apenas fazendo meu trabalho.

— Vou precisar ouvir seu coração.

Sirena sorriu de canto, um sorriso suave e quase indecente, enquanto inclinava o corpo para frente. Seus dedos tocaram delicadamente a mão dele, guiando-a até seu seio esquerdo. Sentiu a frieza dos dedos de Carlisle contra sua pele quente, e suspirou profundamente.

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