Capítulo VII
— Por favor, Carlisle… — implorou Sirena, sua voz suave e quase etérea soando como um sussurro, enquanto ela se inclinava para mais perto do corpo do vampiro, entrelaçando seus braços ao redor de sua figura esguia e imponente. Com um gesto delicado, mas irresistivelmente sedutor, ela repousou a cabeça em seu peito, e, mesmo sendo um homem maduro e responsável, Carlisle se viu incapaz de resistir à tentação que emanava dela. Seus dedos deslizaram suavemente pelos longos cabelos dela, sentindo a textura macia que despertava sentimentos conflitantes dentro dele.
— Sirena, eu realmente não posso… — sua voz, embora firme, tremia com a luta interna entre o desejo ardente e a lealdade que sentia por sua família. — Estamos cruzando fronteiras perigosas. Sou um homem casado, e tenho uma família que precisa de mim. Eu realmente preciso voltar para casa.
— Você está absolutamente certo. — Sirena se desvinculou dele, abrindo a porta com um gesto que parecia uma despedida, sinalizando para que ele se retirasse. Havia uma tristeza sutil em seus olhos, mas ela a disfarçou com uma determinação inabalável. — Agradeço sinceramente por toda a sua ajuda, Carlisle, mas a partir deste instante, vou cuidar de mim mesma.
— Sirena, por favor, não me entenda mal. Não é que eu não deseje ficar aqui com você. É apenas que não posso fazer isso. — A frustração e a tristeza em sua voz eram palpáveis, mas ele se esforçava ao máximo para manter a compostura diante da situação.
— Estou compreendendo perfeitamente, Dr. Cullen. Se me der licença, estou me sentindo bastante cansada. — Com um gesto quase desolado, ela sinalizou para que ele saísse, e Carlisle, em obediência, deixou o ambiente, seu coração pesado com a decisão que tomara.
— Boa noite, Sirena. Espero que você fique bem. Nos veremos… — ele começou, mas suas palavras foram interrompidas quando Sirena, com um olhar resoluto, o cortou.
— Não. Não nos veremos amanhã, nem depois e nem nunca mais. — Adeus, Dr. Cullen. Com um movimento brusco, ela fechou a porta, cortando qualquer possibilidade de reconciliação. Carlisle, frustrado e insatisfeito, seguiu para seu carro, sentindo uma estranha sensação de perda, como se uma parte dele tivesse sido deixada para trás.
Dentro de casa, Sirena deixou-se cair no chão, atormentada por pensamentos sombrios e pesados. Embora o médico pudesse ouvi-la ainda, seu coração estava tão imerso na frustração e na dor que ela se esqueceu de que ele era um vampiro, capaz de ouvir até os murmúrios mais silenciosos.
— Burra, burra, burra… Elas estão certas, nunca serei suficiente. Sou horrível… horrível… — lamentava, mergulhando em um estado profundo de melancolia após a rejeição que sentira de Carlisle. Seu lamento ecoava na solidão do cômodo, como uma canção triste e desgastada, ressoando na quietude da noite.
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Siren
Romancevolume I - Lua crescente Forks, a pequena cidade no estado de Washington, sempre esteve envolta em uma neblina constante, como se o mundo natural tentasse esconder os segredos que ali se abrigavam. Mas naquela noite, algo diferente se aproximava, al...