Partida polêmica

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Richard Rios
📍São Paulo, SP

A hora do jogo estava se aproximando, e o vestiário estava com aquela energia boa de sempre. O Endrick, como de costume, estava com a caixinha de som no talo, tocando os funks da playlist dele, o que deixava o ambiente mais leve e descontraído. A gente tava ali, tentando ensaiar uma dança caso alguém fizesse um gol, um passinho simples mas que na prática era complicado. Eu tava ali me esforçando pra não errar o ritmo, rindo das minhas próprias tentativas, enquanto o Endrick fazia tudo parecer fácil.

De repente, o Veiga apareceu, com aquele sorrisinho debochado dele, já pronto pra zoar: - Vocês tão de sacanagem, né? Vai dançar ou vai jogar bola? -ele provocou.

Não perdi a chance de responder na lata.

- Vai se fuder, Veiga! -falei, rindo e mandando ele tomar o rumo dele.

Endrick também não perdeu tempo e mandou um: - Vai se fuder! -rindo alto, o que fez todo mundo no vestiário cair na gargalhada.

Mas aí, o Abel chegou, com aquela presença que só ele tem, e todo mundo ficou sério na hora.

- Bora focar, concentração! Hoje é na nossa casa, quem manda aqui é a gente! -ele disse com firmeza, e o clima mudou na hora. Era hora de esquecer as brincadeiras e entrar no modo de jogo.

Subimos pro aquecimento pré-jogo, e o clima estava focado. Fizemos o trabalho que já era de praxe, aquecendo cada parte do corpo, sentindo o gramado, e dando aquela última checada nos passes. Quando estava tudo pronto, voltamos para o vestiário para nos prepararmos e colocar a roupa do jogo.

No caminho de volta, uma entrevistadora me parou. Ela parecia animada e já veio com o microfone na mão.

- Richard, hoje vocês enfrentam o Atlético Paranaense, um time conhecido pela velocidade e intensidade. Como vocês se prepararam para esse desafio?

Respirei fundo, tentando focar nas perguntas. - A gente estudou bastante o time deles, sabemos que eles têm jogadores rápidos, então o Abel pediu muita atenção nas transições, principalmente na marcação. A ideia é impor nosso jogo desde o início, controlar a posse de bola e não dar espaço pra eles.

Ela assentiu e emendou outra. - Vocês têm tido uma boa sequência de vitórias aqui em casa. O quanto isso pesa pra vocês na preparação mental antes de entrar em campo?

- Jogar em casa sempre dá um ânimo a mais. A torcida tá do nosso lado, e isso ajuda muito. Mas, ao mesmo tempo, a responsabilidade aumenta. A gente sabe que não pode decepcionar, então o foco e a concentração têm que ser redobrados. Estamos prontos pra dar o nosso melhor e sair com a vitória.

A entrevistadora sorriu, satisfeita com as respostas, mas quando ela ia fazer a próxima pergunta, notei que ela estava prestes a mudar de assunto. Percebi que ela ia tocar no tema do meu nome estar bombando nas páginas de fofoca, e me preparei para responder com alguma coisa genérica, mas, antes que ela pudesse continuar, senti um puxão no ombro.

Era o Endrick. - Bora, Richard! Tamo atrasado! -disse ele, me puxando com firmeza, mas com um sorriso de quem sabia exatamente o que estava fazendo.

Dei um aceno rápido para a entrevistadora e segui o Endrick.

- Valeu por me salvar dessa, moleque -agradeci baixinho, aliviado por não ter que entrar naquele assunto.

- É nóis, irmão. Deixa essas fofocas pra depois do jogo. Agora é hora de pensar em fazer gol -ele respondeu, já voltando ao ritmo da preparação, com aquela energia positiva de sempre.

E assim, seguimos para o vestiário, prontos para vestir a camisa e entrar em campo. A brincadeira tinha ficado pra trás, agora era hora de mostrar quem realmente mandava no nosso estádio.

Inefável - Richard RiosOnde histórias criam vida. Descubra agora