Clube de caça

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Téo não conseguiu conter a empolgação quando ouviu pela televisão sobre o sétimo corpo encontrado pela policia no parque central, era o mesmo modus operandi, um mesmo assassino.

Os corpos eram achados mutilados, largados no meio da floresta sem nenhuma roupa e quase nada de sangue, no inicio todos acreditaram que algum animal perigoso esta solto e faminto, pois além da mutilação, em alguns casos, faltavam pedaços de carne das vitimas.

O mais grave caso da história da cidade e das cidades vizinhas, nunca houvera nada parecido desde o ano da fundação de Samarina, os órgãos do governo não tinham idéia de como lidar com a situação e chamaram da capital um grupo especializado para dar o suporte.

Téo se concentrou no que a repórter relatava sobre o caso e depois de anotar algumas coisas em seu bloco de notas, pediu licença para o pai e foi ter-se com o seu grupo de amigos na garagem do vizinho.

Todas as tardes, Teodoro, Guilherme, André e Jorge se encontravam na garagem, às vezes para tocar alguma coisa que chamavam de rock, às vezes para conversar sobre algumas pessoas do colégio, ou liam suas revistas em quadrinhos ou jogavam vídeo-game.

O pai de Jorge era um rico empresário da região e comprava tudo que o filho pedia como um meio de suprir a sua ausência e os garotos usavam aquele lugar como sede de seu clubinho fechado.

Contudo a semanas os garotos estavam silenciosos demais, ninguém ouvia mais o som horrível que eles provocavam com os instrumentos, muitos agradeciam por isso, principalmente os mais velhos, no entanto alguns se preocupavam como a mãe de Téo.

Mas o garoto estava fechado fazia um tempo, só observando calado tudo que acontecia ao redor, sempre anotando em seu bloquinho assuntos desconhecidos.

Ela tentou não se preocupar demais, pois as notas escolares de Téo continuavam muito boas:

- Galera, galera – Téo gritou fazendo todos o olharem com curiosidade – Encontraram mais um.

- E quando foi isso? – Questionou Guilherme.

- Hoje de manhã, a reportagem saiu agora mesmo.

- Caramba – Exclamou André.

- Foi do mesmo jeito que os demais Téo? – Continuou Guilherme.

- Sim.

Téo seguiu para um quadro na frente dos garotos e puxou o tecido que o cobria, haviam recortes de jornal colados no quadro e anotações feitas com canetinha, um mapa do parque florestal com tachinhas indicando os lugares onde cada vitima teria sido atacada:

- Agora o circulo foi formado – Disse Téo marcando outro lugar no mapa.

- É – concordou Jorge – E sempre perto da trilha.

- Proibiram os moradores de andar a noite no parque, porque continuam indo pra lá? – Perguntou-se Guilherme.

- Vá saber! – Disse André.

- Curiosidade – respondeu Jorge – Ou somente burrice mesmo.

Os garotos se entreolharam enquanto processavam as informações:

- O que sabemos até agora Téo? – Perguntou Guilherme.

- Bem – Téo folheou as paginas antes de prosseguir – A policia achou até agora 15 corpos, sete homens, quatro mulheres e quatro crianças, os locais são diferentes, mas a maneira que foram assassinadas estas pessoas foram as mesmas, cortes por toda a pele, falta partes nos corpos, quase todo o sangue deles foi drenado e todos os ataques foram feitos a noite.

- Sim, é verdade – Os garotos concordaram.

- Certo, tudo começou a três meses atrás com o corpo de uma menina no começo da trilha, uma semana depois foi achado mais duas crianças e depois de duas semanas a quarta criança, então proibiram a gente de ir no parque sozinhos e os adultos começaram a morrer.

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