015 - UMA CHANCE

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MAYA FONTANA

O dia no CT estava como sempre: reuniões, relatórios, e aquelas pequenas interações diárias que faziam meu trabalho parecer uma grande família, mas hoje, tudo parecia diferente

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O dia no CT estava como sempre: reuniões, relatórios, e aquelas pequenas interações diárias que faziam meu trabalho parecer uma grande família, mas hoje, tudo parecia diferente. Minha mente estava em um turbilhão desde a última conversa com Raphael. Mesmo que eu tentasse, não conseguia me concentrar no que tinha que fazer. As palavras dele, as lembranças daquela noite e o peso do “erro” que mencionei, tudo continuava rondando minha cabeça como um disco arranhado que não parava de tocar.

Sentei na minha mesa, tentando finalizar o relatório de desempenho dos jogadores, mas minhas mãos tremiam de leve. Olhei para o relógio pela quinta vez em menos de dez minutos, esperando o expediente acabar. Raphael tinha mandado uma mensagem mais cedo, dizendo que queria conversar. Eu sabia que essa conversa era necessária, mas não conseguia evitar a ansiedade que tomava conta de mim. Não estava pronta para encarar tudo de novo.

Quando finalmente o relógio marcou o fim do expediente, arrumei minhas coisas devagar, tentando adiar o inevitável. Raphael havia me dito que estaria esperando, mas, no fundo, eu ainda não sabia se estava preparada para ouvir o que ele tinha a dizer.

Saí do CT e lá estava ele, encostado no carro, me esperando com uma expressão que misturava determinação e insegurança. Ele estava com uma jaqueta leve, os braços cruzados, e os olhos fixos em mim assim que apareci. O coração acelerou no peito, e eu senti aquela sensação de desconforto, como se tudo estivesse prestes a se desmanchar.

— Oi, Maya — ele disse com um sorriso tímido, visivelmente nervoso, mas tentando se manter firme.

— Oi, Raphael. — Respondi, tentando parecer mais calma do que realmente estava. — Você disse que queria conversar, então… Vamos lá.

Ele assentiu e abriu a porta do carro para mim. Entramos, e o silêncio no pequeno espaço era ensurdecedor. Raphael parecia perdido nas próprias palavras, como se ainda estivesse tentando encontrar a melhor forma de começar.

— Eu não queria te incomodar, mas… preciso te contar algo que aconteceu hoje no vestiário — ele começou, com a voz meio hesitante. — Piquerez fez uma piada sobre jogadores se envolvendo com funcionárias do CT, e a Leila… a Leila disse que não teria problema, contanto que a gente não misturasse as coisas.

Eu o encarei por um momento, absorvendo suas palavras, tentando entender onde ele queria chegar. Sabia que ele estava esperando alguma reação minha, mas a verdade era que eu não sabia o que sentir. Parte de mim queria se esconder, fugir daquela conversa e da possibilidade de enfrentar o que eu estava sentindo por ele.

— Maya, eu sei que a gente teve nossas complicações. E eu entendo os seus medos, de verdade. Mas ouvir aquilo da Leila me fez perceber que… talvez, nós estamos complicando mais do que deveríamos. — Raphael continuou, virando-se para me encarar diretamente, seus olhos buscando os meus, tentando encontrar alguma resposta. — Eu não quero te pressionar, mas… o que tivemos não foi um erro para mim. Nunca foi. E eu só preciso saber se, pelo menos, você consegue ver a possibilidade de tentar.

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⏰ Última atualização: a day ago ⏰

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