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António Silva pov:
Vejo a Constança a levantar-se rapidamente da mesa e a ir em direção à casa de banho.
O Tiago pergunta-lhe se está tudo bem, a mesma diz que sim mas não confiei nesta resposta.
Não hesitei e fui atrás dela.

Já estava com a porta fechada, então bati.

- Fuego, sou eu. - disse enquanto abria a porta, não consegui esperar até que ela respondesse.

Ao entrar, deparei-me com ela apoiada no lavatório com os seus cotovelos e o seu rabo empinado, que foi por segundos a minha única visão.
Ela levanta-se e olha para mim.

- Foste tu... - afirmou ela.

Constança pov:

- Foste tu... - não consigo acreditar.

- O que foi Constança, o que aconteceu? - perguntou ele confuso enquanto eu me sento na tampa da sanita.
E de seguida ele senta-se no bidé.

- Foste tu que escreveste as cartas! - digo a olhar-lhe nos olhos.

- Como é que descobriste? - perguntou ele a segurar-me nas mãos.

- Eu li o papel do teu segredo, e a letra é a mesma das cartas, António. - quando acabei de falar, ele levantou-se, estendeu a sua mão para me levantar também e fomos até ao quarto de hóspedes.
Quando chegamos, sentamo-nos a meio da cama de pernas à chinês.

- Nós precisamos de falar... - diz ele e eu acenei com a cabeça.

- Porque é que me fizeste aquilo? Doeu imenso. - pergunto referindo-me à manhã do dia a seguir ao meu aniversário.

- Constança... eu gosto de ti, gosto muito de ti. Mas eu achava que estavas a fazer aquilo por pena. - diz ele inseguro enquanto baixava a cabeça com vergonha.

- Porque é que eu faria aquilo tudo por pena?

- Já olhas-te bem para ti? És linda, tens um bom corpo, tens objetivos, és engraçada e boa pessoa. Tu tens quem queres quando queres. - admitiu.

- António... diz-me o real motivo de teres feito aquilo.

Ele suspirou, ganhando coragem para admitir.

- Eu acho que tu gostas do Tiago, pronto. E eu estava bêbado, não fazia a mínima ideia do que se estava a passar. Quando acordei e vi-te a cuidares de mim daquela forma como eu sempre sonhei que alguém cuidasse de mim, senti-me mal. Tu és muito especial, Constança. Desculpa por ter sido um parvo.

- Primeiro, eu não gosto dele.
Segundo, o que queres dizer com isso? - perguntei, confusa.

- Desde o primeiro dia, que nos foi dado o desafio de irmos para um quarto por meia hora, eu apaixonei-me por ti, e por todos os momentos que passamos juntos desde aí, como quando jogamos altinha na praia... o nosso primeiro beijo... tudo. Desculpa fuego...

Vê-lo assim deixa-me louca.
Vou para cima do seu colo e meto as minhas mãos no seu pescoço enquanto ele me encara até ao fundo da alma.

- Não me voltes a fazer isto, toto... - disse-lhe e ele acenou com a cabeça.

Os nossos lábios tocam-se suavemente para um beijo calmo mas cheio de desejo.
O clima dentro daquele quarto estava a aquecer, e muito.

Deito-me e posiciono a minha cabeça na almofada, ele está em posição de prancha por cima de mim, a beijar-me o pescoço.
E de repente deixo de sentir os seus lábios no meu corpo.

- Por mais que eu queria e esteja a morrer de tão duro que estou.. Não quero que a nossa primeira vez seja assim, nem aqui.. se é que me entendes. - diz e olha para todo o meu rosto, a sorrir.

A minha resposta foi um risinho e um beijo delicado nos seus lábios.

- Vai tu primeiro e diz que eu apenas tive um ataque de vómitos. Eu já lá vou ter. - ordenei.

Ele acenou com a cabeça, saiu de cima de mim e dirigia-se à porta.
Quando lá chegou, colocou a mão na maçaneta e olhou para mim.

- Estou ansioso por mais, fuego. - diz e de seguida saí.

Não paro de pensar nos imensos beijos que trocámos.
Pouco tempo depois levanto-me e vou ter com o resto da malta que ainda estão sentados à mesa.

- Então, vómitos? - perguntou o João.

- Hmm vem ai bebeeee!! - diz o Edgar.

- Ew, não sejas parvo! Deve ter sido esta mistura de comida e bebida. - digo e faço uma curta pausa. - Já está a ficar tarde malta, amanhã tenho de acordar cedo para o trabalho. Alguém precisa de boleia?

- Se não for pedir muito, levas-me a casa? - perguntou a Laura.

- Claro, pega nas tuas coisas e bora.

Assim o fez, pegou na sua bolsa, despedimo-nos do pessoal e fomos até ao meu carro.
Chegamos, pusemos os sintos e dirigi até à casa dela.

- Ya eu não acredito naquela merda, desembucha miúda. - diz ela e eu bufei.

- Eu e o António... falámos sobre aquele acontecimento que te contei e resolvemos as coisas.

- E resolver inclui beijos, certo? - ela é bastante esperta, ou então conhece-me bem... talvez uma mistura de ambas das opções.
Acenei com a cabeça enquanto mudava as mudanças.

- Então e.. houve uma rapidinha ou nem por isso? - esta miúda é tão curiosa, Jesus!

- Não Laura, imagina fuder na casa da Maria, coitada.

- Ok, tens razão nessa parte. - admitiu ela.

Pouco tempo depois, cheguei à sua casa.

- Está entregue, princesinha. - digo, depois de puxar o travão de mão.

- Depois de amanhã, quatro da tarde é para estar pronta, vou te buscar e vamos comprar o presente de aniversário da Maria. - diz ela, assim, do nada sem mais nem menos.

- A tua sorte é que estou de folga nesse dia. - digo e respirei fundo. - até depois Laurita!

- Tchau conchita! - despede-se e caminha até à sua porta.

Fui até casa, tomei um duche, vesti o pijama e não conseguia parar de pensar no António... Como eu queria aquele homem ao pé de mim agora...
Volto à realidade com o som de uma notificação no meu telemóvel.

"toni <3
Ainda sinto os teus beijos marcados no meu corpo e o teu perfume dentro do meu nariz.
Boa noite, fuego.
 
                          
                                Boa noite, toni. <3"

Esta mensagem foi o suficiente para adormecer bem.
E anciosa para a próxima vez que estiver com ele.

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Difícil - ANTÓNIO SILVAOnde histórias criam vida. Descubra agora