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Luzes coloridas, música alta e muita gente bêbada.
Bem-vindos à discoteca onde estou agora presente com os meus amigos, o meu namorado Tiago e o meu "ex" António.

Estou com a Laura a dançar na pista, com a visão de quase todos a olharem para nós a descer até ao chão.

- BOTA BOTA - canto a música que se ouve por detrás.

- BOTA O BIGODE NA MINHA XOTA! - completa a Laura.
Estamos super distraídas a dançar e a cantar então não nos apercebemos de nada.

Sinto um toque no meu braço.

- O que é que queres? - pergunto arrogante depois de me virar e perceber que era o António.

- Dá-me o teu copo, Constança.

- Wtf tas parvo? Claro que não.

- Constança, por favor, não bebas isso. - implorou-me.

- E porque não? - perguntei, já farta desta conversa.

- Há um homem... a colocar cenas dentro do copo das pessoas enquanto elas estão distraídas. - informou-me.
Arquiei as sobrancelhas e ele rapidamente apontou para o sujeito que realmente estava a fazer o que ele me tinha dito.

Fui até ao balcão e pousei o meu copo.

Fartei-me disto.
Para mim a noite deixou de ter piada.
Quero ir embora.

- Não me agradeces? - perguntou-me.

- Agradecer o que? - perguntou o Tiago enquanto punha o seu braço por cima de mim.

- Nada. Quero ir embora. - respondi com o mínimo ânimo possível.

- Não vais contar a verdade ao teu namoradinho? - questionou o António.

- Constança, o que se passa? - perguntou-me o Tiago, num tom de voz mais chateado.

- Vamos embora. Agora. - exigi.

- Apenas lhe disse para não beber aquela bebida porque podia ser perigoso. Calma ciumento. - disse o António quase a rir.

- Calma que? - perguntou o Tiago enquanto se chegava ao pé dele.

- Não nem penses. - agarrei no Tiago pelo braço. - Casa.

E assim fomos, em silêncio a viagem toda.

- Estás chateado comigo? - perguntei depois de ele fechar a porta.

- Adivinha, caralho. - falou-me super mal. Mas decidi, por enquanto, manter a calma.

- Não tens razão para estar. - falei-lhe calmamente.

- Ai não? Vejo-te na conversinha com aquele merda e ainda vens-me perguntar se estou chateado contigo? Po caralho pah.

- Chega. - disse e procurei as chaves da porta para me ir embora.

- Quéque' tas a fazer? - perguntou-me, mais calmo.

- Vou me embora, não admito esta falta de respeito.

- Não, não vais. - garantiu-me, e de seguida mostrou as chaves de casa na sua mão esquerda.
Aproximei-me dele para poder recolher as chaves.

- Abre. A. Porta. - fiz uma leve pausa. - Agora.

- Tu já bebeste, e eu também. Ninguém ganha nada se tu fores, então fica. Aqui. - falou-me confiante. E lá no fundo, eu sabia que ele estava certo.
Bufei.

Subi as escadas da sua grande casa e fui até ao quarto de hóspedes que ele tem.

- Não vais dormir comigo? - perguntou-me enquanto me observava a puxar os lençóis para trás.

- Não. - respondi da forma mais seca possível.

- Não dormes comigo, então eu durmo contigo. - disse e de seguida deitou-se a meu lado.
Revirei os olhos.

- Desculpa fuego.. - diz enquanto coloca a sua mão por cima de mim.

- Nunca mais me chames disso, não me toques e deixa-me dormir.

Ouvi o suspirar dele e virou-se. Estamos agora virados de costas um para o outro.
E não sei como é que ele conseguiu chamar-me aquele nome.

"Fuego"... Só consigo me lembrar da voz do António com esta alcunha que ele me criou.

E a minha noite torna a acabar com ele nos meus pensamentos.
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Ai gente estes dois são tão...nhec.

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Beijosss ❤️

Difícil - ANTÓNIO SILVAOnde histórias criam vida. Descubra agora