Capítulo 10: Papai

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Quando Peter finalmente retornou à Torre dos Vingadores, o sol já havia se posto, e as luzes da cidade cintilavam como estrelas distantes. Ele pousou suavemente no telhado e entrou pelo acesso que os Vingadores haviam preparado para ele. Desativando o traje e vestindo suas roupas comuns, Peter fez o caminho familiar até o laboratório de Tony, ansioso para contar como tinha sido o dia.

Ao entrar no laboratório, foi recebido pelo habitual som suave de teclados e monitores, com Tony Stark concentrado em alguma nova invenção. Assim que Peter cruzou a porta, Tony olhou para cima e, com um sorriso divertido, disse.

-Olha só quem chegou! Como foi o seu dia, Bebê Aranha?

Peter riu, sentindo um calor reconfortante com o apelido que Tony insistia em usar.

-Foi legal, escola normal, mas teve um pequeno problema com Flash, nada demais. E a patrulha foi tranquila também, ajudei uma senhora a encontrar o cachorro dela e evitei alguns furtos. Nada muito sério.

Tony assentiu, satisfeito.

-Bom saber que foi tranquilo. E sobre aquele projeto que conversamos mais cedo, tá pronto pra trabalhar um pouco?

-Com certeza!- Peter respondeu, animado. Ele rapidamente se aproximou da bancada onde Tony estava trabalhando em algumas novas tecnologias para as Indústrias Stark. Enquanto examinava o protótipo que Tony havia criado, Peter começou a fazer algumas sugestões.

-Eu estava pensando, se a gente mudar a estrutura dessa parte aqui, ele apontou para uma seção do dispositivo.

-poderíamos melhorar a resistência física sem aumentar o peso. Talvez usar uma liga de titânio modificada?

Tony parou o que estava fazendo e olhou para Peter com uma mistura de surpresa e orgulho.

-Isso... é uma ótima ideia, Peter. Como você pensou nisso?

Peter deu de ombros, um pouco envergonhado pelo elogio. -Eu só... pensei que poderia ajudar. Você sabe, não é nada demais.

Tony riu suavemente, balançando a cabeça. -Nada demais? Você é um gênio, garoto. Tenho sorte de ter você aqui.

Peter ficou vermelho com o elogio, sentindo o coração acelerar. A atmosfera no laboratório era tão acolhedora e familiar que, sem perceber, ele disse:

-Obrigado, papai... quer dizer, Sr. Stark.

O mundo de Tony pareceu parar por um segundo. Ele piscou, tentando processar o que acabara de ouvir.

-Como você me chamou?- ele perguntou, a voz cheia de incredulidade, mas também de esperança.

Percebendo o que havia dito, Peter imediatamente ficou vermelho como um tomate. -Eu... eu quis dizer, Sr. Stark... me desculpe, eu não...

Mas antes que ele pudesse terminar, Tony já estava ao seu lado, o abraçando apertado.  

-Papai, hein? Eu gosto disso, moleque.- ele disse, sua voz cheia de emoção.- E sabe de uma coisa? Você não precisa se desculpar. Porque é isso que nós somos agora, certo? Pai e filho.

Peter ficou surpreso com a reação de Tony, mas, ao mesmo tempo, sentiu uma onda de alívio e alegria. Ele abraçou Tony de volta, sentindo-se mais seguro e amado do que nunca.

-Obrigado... papai.- ele sussurrou, desta vez sem hesitação.

Tony se afastou apenas o suficiente para olhar para o rosto de Peter, apertando suavemente suas bochechas e lhe dando vários beijinhos carinhosos.

-Agora, vamos terminar esse projeto, filho. Temos muito trabalho pela frente.

E assim, os dois continuaram a trabalhar juntos, mas agora havia algo diferente no ar. Algo mais forte e profundo. A conexão que sempre esteve ali agora tinha um nome, um laço inquebrável que, tanto para Tony quanto para Peter, significava tudo.

[...]

Após algumas horas trabalhando intensamente no laboratório, Tony decidiu que era hora de encerrar por hoje. Ele olhou para o relógio e, com um suspiro, disse:

-Ok, Bebê Aranha, acho que já trabalhamos o suficiente por hoje.

Peter fez um som insatisfeito, quase como um resmungo, e, com um biquinho fofo, respondeu com uma vozinha de bebê:

-Mas eu queria ficar mais, papai...- Ele então fez seus melhores olhinhos de cachorrinho, esperando que Tony cedesse.

Tony quase se rendeu à fofura do menino, mas manteve-se firme. -Eu sei, meu bebê, mas você precisa ir para o quarto tomar um banho. Depois, desce para o jantar. Não vai querer perder a famosa macarronada do Steve, e como hoje é sexta-feira, vamos fazer uma noite de jogos super divertida!

Animado com a ideia, Peter assentiu com entusiasmo.

-Tudo bem, papai!- E saiu do laboratório, correndo em direção ao seu quarto.

Pouco tempo depois, Peter já havia tomado banho e estava vestido com seu pijama branco, decorado com estampas de estrelinhas azuis escuras. Ele desceu até a sala de jantar, onde Nat, Clint, Bruce, Rhodes e Tony estavam reunidos, enquanto Steve terminava de preparar a macarronada na cozinha.

Quando os adultos viram Peter entrando na sala, não conseguiram deixar de notar o quanto ele estava fofo e adorável com aquele pijama. Natasha, com um sorriso provocador, não perdeu tempo e comentou:

-Agora eu entendo por que seu apelido é Bebê Aranha. Você realmente parece um bebê, Peter.

Peter riu um pouco, sem jeito, e se sentou entre Nat e Tony. Ao sentir o cheiro dos cabelos de Peter, Natasha notou o aroma familiar e suave.

-E você ainda tem cheiro de bebê.- brincou a ruiva, o que fez o garoto corar intensamente.

-Eu... eu uso shampoo de bebê porque tenho alergia aos shampoos de adultos.- explicou Peter, ainda mais envergonhado, o que só gerou mais risadas e provocações amigáveis dos Vingadores.

Tony, percebendo o desconforto crescente do filho, decidiu intervir de forma descontraída: -Ei, pessoal, parem de provocar o meu bebê, senão ele vai virar um camarão de tão vermelho!

Pouco depois, Steve entrou na sala carregando uma grande travessa de macarronada e a colocou no centro da mesa. O aroma delicioso se espalhou rapidamente, e todos começaram a elogiar o prato antes mesmo de provar. Eles se serviram e começaram a comer, enquanto a conversa fluía de maneira leve e descontraída.

Durante o jantar, Tony, com um sorriso orgulhoso, decidiu compartilhar a novidade. -Adivinhem só, pessoal... hoje, pela primeira vez, Peter me chamou de papai.

O sorriso de Tony se alargou ao ver a reação dos amigos. Todos ficaram visivelmente felizes, sabendo o quanto isso significava para ele.

Rhodes, sempre pronto para uma piada, comentou: -Agora, além de Bebê Aranha, acho que podemos chamar o Peter de Mini Stark!

Aproveitando o embalo, Clint, com um sorriso maroto, voltou ao assunto anterior:

-E não esqueça, Capitão, nosso Mini Stark aqui usa shampoo de bebê!

Peter, fazendo um biquinho bravo, reclamou para Tony: -Papai, o Clint está me provocando de novo!

Tony riu, puxando o filho para mais perto e lançando um olhar brincalhão para Clint. -Tudo bem, Bebê Aranha, o papai está aqui para te proteger das provocações do Tio Clint.

Aquele momento, repleto de risadas, carinho e amor, mostrou o quanto a família que eles formavam era unida e especial. E para Peter, cada vez mais, Tony se tornava mais do que apenas um mentor ou herói – ele era, de fato, seu pai.

My little avenger - irondad & spiderson Onde histórias criam vida. Descubra agora