Capítulo 11: Pesadelos

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Após uma noite de jogos divertida, a sala estava cheia de risadas e brincadeiras, mas Tony percebeu que o cansaço começava a pesar sobre Peter. As olheiras suaves nos olhos do menino e os bocejos disfarçados eram sinais claros de que já havia passado da hora do bebê aranha dormir.

Tony se aproximou de Peter, que estava encolhido no sofá, quase adormecido, e disse suavemente:

-Está na hora de ir para a cama, filho.- Peter, sem protestar, apenas estendeu os braços para o pai, com os olhos já meio fechados. Tony sorriu, um sorriso pequeno e terno, pegando o menino no colo com a mesma facilidade e carinho que um pai pega seu bebê.

Peter automaticamente deitou a cabeça no ombro de Tony, deixando escapar um suspiro de conforto. Steve, que observava a cena com um sorriso afetuoso, não pôde resistir a fazer um comentário -Ele realmente é um bebê, não é, Tony?

Tony apenas riu baixo, balançando a cabeça, enquanto começava a caminhar em direção ao quarto de Peter. Cada passo era suave, quase como se ele estivesse tentando prolongar aquele momento por mais alguns segundos.

Chegando ao quarto, Tony cuidadosamente colocou Peter na cama, ajustando o travesseiro e puxando as cobertas até os ombros do menino. Ele se abaixou ao lado da cama, os olhos fixos nos cachinhos castanhos de Peter, que agora estavam suavemente bagunçados. Com a mão leve, Tony começou a acariciar os cabelos do filho, sentindo a textura macia e o aroma infantil que ainda carregavam.

-Fica comigo até eu dormir, papai?- Peter pediu, a voz baixa e quase inaudível, enquanto seus olhos já estavam quase completamente fechados.

Tony assentiu, sem dizer uma palavra, e continuou a acariciar os cabelos do filho, permanecendo ao seu lado. Enquanto Peter ia se entregando ao sono, ele abriu os olhos por um último momento e sussurrou, com um sorriso sonolento.

-Eu te amo mil milhões, papai.

O coração de Tony apertou com aquela declaração tão simples e poderosa.

-Eu também te amo, filho.- respondeu, a voz carregada de emoção.

Quando Peter finalmente adormeceu, Tony se inclinou e depositou um beijo suave na testa do menino, sussurrando um "boa noite" que ele sabia que Peter não ouviria. Com um último olhar carinhoso, Tony levantou-se e saiu do quarto, fechando a porta com cuidado.

Enquanto caminhava em direção ao seu próprio quarto, Tony sentia uma mistura de felicidade e responsabilidade pesar sobre seus ombros. A promessa de proteger seu menininho precioso nunca pareceu tão real quanto naquele momento.

[...]

Era madrugada, e a Torre dos Vingadores estava silenciosa, todos os seus habitantes dormindo tranquilamente. No entanto, no quarto de Peter, a tranquilidade havia sido substituída por um pesadelo terrível. O garoto estava preso em uma repetição angustiante de seu maior trauma: as agressões de May. Em sua mente, ele se via novamente naquela cozinha escura e sufocante, os gritos de sua tia ecoando ao seu redor. Ela o segurava com força pelo braço, a expressão de raiva em seu rosto era tão intensa que parecia queimar.

-Você é um inútil!- May gritava, sua voz carregada de desprezo. -Você só traz problemas!- As palavras vinham acompanhadas de golpes que pareciam nunca cessar. Peter tentava se esquivar, implorando para que ela parasse, mas era como se ele estivesse preso, sem escapatória.

-Por favor, May, não me machuca!- ele gritava, suas súplicas desesperadas se misturando ao som dos socos e tapas. A dor era insuportável, mas o que mais doía era a sensação de abandono e desamparo. Ele estava sozinho, sem ninguém para defendê-lo.

No mundo real, o corpo de Peter reagia ao pesadelo. Ele se debatia na cama, lágrimas escorrendo de seus olhos fechados, e sua respiração estava rápida e irregular. Ele murmurava entre os soluços.

-Por favor, May, não... Não me machuca! Eu prometo que serei bom!- enquanto seu corpo tremia violentamente.

Tony dormia tranquilamente em seu quarto, até que Sexta-Feira o despertou com um alerta urgente. "Senhor, algo está acontecendo com o jovem Peter."

Tony despertou rapidamente, o coração acelerando com a preocupação imediata. -O que está acontecendo com ele, Sexta?

"Os sinais vitais do jovem estão agitados. Sua respiração está desregulada, e ele parece estar em grande desconforto."

Sem pensar duas vezes, Tony se levantou da cama e correu até o quarto de Peter. Ao entrar, a visão do menino se debatendo e chorando enquanto dormia partiu o coração de Tony. Ele rapidamente percebeu que o garoto estava preso em um pesadelo e precisava ser tirado daquele tormento.

Com uma voz suave e carinhosa, Tony tentou acordar Peter. -Bebê, está tudo bem, é só um sonho, estou aqui com você.

Mas Peter estava tão profundamente perdido no pesadelo que não conseguia ouvir seu pai. Tony começou a chacoalhar o menino com mais força, chamando-o repetidamente, até que Peter finalmente despertou, os olhos arregalados e o corpo coberto de suor. Os cachos castanhos estavam grudados na testa, e sua respiração era pesada e descontrolada.

O olhar de Peter era de puro pânico. Ele olhou em volta, tentando se localizar, até que seus olhos se fixaram em Tony. -May... Ela estava me machucando de novo... Estava doendo muito, papai...

Tony sentiu o coração apertar ao ouvir aquelas palavras. Ele puxou o garoto para um abraço apertado, tentando passar toda a segurança que podia.

-Shhh, meu amor, foi só um pesadelo. Eu estou aqui, está tudo bem agora. May não pode te machucar mais, eu prometo.

Mas Peter começou a chorar desesperadamente, os soluços sacudindo seu pequeno corpo. Tony sabia que precisava fazer algo para acalmar seu filho, que estava à beira de uma crise de ansiedade. Ele deitou Peter em seu colo, como se ele fosse um bebê, e encostou a cabeça do menino em seu peito, sabendo que ouvir os batimentos cardíacos do pai sempre o acalmava.

-Meu amor, já passou... Não precisa mais chorar, o papai está aqui com você.- Tony murmurou, enquanto acariciava os cachos de Peter.

O choro de Peter começou a diminuir, mas ele ainda tremia, e algumas lágrimas continuavam a escorrer. Então, Tony começou a cantar baixinho a música "Meu Coração" do filme Tarzan, na esperança de que a melodia suave ajudasse a acalmar ainda mais o menino.

(Dê play na música para melhorar sua leitura)

"Não tenha medo
Pare de chorar
Me dê a mão
Venha cá

Vou proteger-te de todo mal
Não há razão pra chorar

No seu olhar eu posso ver
Há força pra lutar e pra vencer
O amor nos une para sempre
Não há razão pra chorar

Pois no meu coração
Você vai sempre estar
O meu amor contigo vai seguir

No meu coração
Aonde quer que eu vá
Você vai sempre estar
Aqui"

À medida que Tony cantava, as estrelas azuis projetadas no teto do quarto, o cheiro familiar de seu pai, os batimentos cardíacos firmes sob sua orelha, e a voz suave e protetora de Tony começaram a agir como calmantes para Peter. Ele se aninhou mais no peito de Tony, o choro finalmente cessando, e sua respiração voltando ao normal.

Tony deitou-se na cama, ainda segurando Peter em seus braços, e sussurrou. -Você está seguro agora, meu garotinho. Eu nunca vou deixar ninguém te machucar novamente.

Peter, ainda meio adormecido, abraçou Tony mais forte e, finalmente, o sono voltou, dessa vez tranquilo e sem sonhos ruins. Tony ficou ali, admirando seu filho dormindo serenamente, o semblante relaxado e doce. O menino parecia um anjo, e Tony não pôde deixar de sentir uma onda de amor e proteção invadir seu peito. Ele também acabou adormecendo, abraçado a Peter, com a certeza de que protegeria aquele menino com tudo o que tinha, como se fosse uma de suas preciosas armaduras.

My little avenger - irondad & spiderson Onde histórias criam vida. Descubra agora