06. recomeços

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Cinco anos se passaram desde que Giovanna fez sua mudança para o Rio de Janeiro. A cidade, que antes parecia carregada de incertezas e novos começos, agora era o cenário de sua vida bem-sucedida e realizada. Giovanna havia se estabelecido como uma das delegadas mais reconhecidas no Rio, conhecida por sua competência e determinação.

Os dias eram agitados, mas ela havia encontrado seu ritmo. Entre as operações policiais, investigações complexas e a responsabilidade de liderar sua equipe, Giovanna se sentia no auge de sua carreira. Seu nome estava sempre presente nas manchetes, elogiado pelo trabalho impecável que fazia para combater o crime na cidade. Mas o sucesso vinha acompanhado de um peso. O trabalho, embora gratificante, também exigia muito de seu tempo e energia.

Apesar da rotina intensa, Giovanna nunca perdeu o contato com Larissa. Elas se falavam com frequência, mantendo a amizade viva através de mensagens, chamadas de vídeo e até visitas ocasionais. Larissa continuava em São Paulo, mas era como se a distância nunca tivesse realmente importado para as duas.

Numa dessas conversas, durante uma noite tranquila, Giovanna sentou-se na varanda de seu apartamento com uma taça de vinho na mão, aproveitando a brisa noturna que trazia um pouco de alívio ao calor do Rio. Ela e Larissa estavam trocando mensagens sobre a vida, como faziam com frequência.

— Você se tornou uma delegada famosa, hein? — brincou Larissa, em uma mensagem cheia de emojis. — Parece que a vida no Rio te fez bem.

Giovanna sorriu ao ler a mensagem, sentindo o carinho nas palavras da amiga. Elas haviam passado por tantas coisas juntas, e mesmo com o passar dos anos, o laço entre elas permanecia forte.

— A vida é louca, né? Nunca imaginei que tudo isso fosse acontecer — respondeu Giovanna, olhando para o horizonte da cidade. — Mas sinto falta de você por aqui.

Larissa sempre sabia como colocar um sorriso no rosto de Giovanna, mesmo à distância. E apesar do tempo e da distância, o vínculo entre elas nunca enfraqueceu. Havia algo reconfortante na constância da amizade delas, um porto seguro em meio à correria da vida.

Porém, mesmo com todo o sucesso e as conquistas profissionais, Giovanna ainda sentia algo pendente em sua vida pessoal. Embora estivesse feliz com o que havia construído, uma parte de seu coração ainda carregava lembranças do passado. A mensagem que ela havia enviado para Maya, cinco anos atrás, nunca recebeu resposta. Maya havia se tornado um capítulo encerrado, mas o impacto dela na vida de Giovanna era inegável.

O trabalho e a amizade com Larissa ajudavam a preencher seus dias, mas, às vezes, nas noites mais quietas, Giovanna se perguntava o que poderia ter sido diferente se tivesse dado uma chance àquela história. Agora, mais madura e com uma vida consolidada, ela se via em paz com suas escolhas, mas as perguntas não desapareciam completamente.

A vida seguia, e Giovanna estava pronta para o que o futuro ainda reservava, mas sabia que, de uma forma ou de outra, o passado sempre estaria ali, entrelaçado em quem ela havia se tornado.

Na manhã movimentada da delegacia, Giovanna havia acabado de encerrar um caso complicado. Enquanto organizava os papéis e preparava seus relatórios, um oficial se aproximou com uma expressão que indicava algo importante.

— Delegada Giovanna, o chefe está te chamando na sala dele — informou o oficial.

Ela assentiu, já acostumada com as mudanças rápidas no ritmo de trabalho. Colocou a caneta sobre a mesa e se dirigiu ao escritório de Otávio, seu superior. Ao entrar, encontrou o chefe atrás de sua mesa, rodeado por pilhas de documentos e uma expressão de concentração.

— Chamou, Otávio? — perguntou Giovanna, tentando ler a expressão dele.

— Entre, Giovanna — disse Otávio, gesticulando para a cadeira à sua frente. — Sente-se.

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