11. sentimentos a flor da pele

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O amanhecer chegou trazendo os primeiros raios de sol que atravessavam as janelas do pequeno apartamento de Giovanna. Ela estava de pé na cozinha, o aroma do café recém-passado preenchendo o ar, enquanto os pássaros cantavam do lado de fora, compondo uma harmonia que contrastava com a inquietude de sua mente. Fazia dias que ela não dormia direito, atolada em pensamentos sobre Maya, sobre o caso de Christopher, e sobre como tudo parecia estar se enrolando mais do que o necessário.

Tomando um gole de café, sentiu o calor confortante da bebida descendo pela garganta, mas nem isso acalmava a leve ansiedade que crescia dentro dela. O telefone sobre a mesa vibrou, chamando sua atenção. Era uma mensagem de Maya.

"Oi, Gi. A gente vai se ver hoje, né? Estou pronta para mais uma maratona de documentos. Te espero."

Giovanna leu a mensagem e esboçou um sorriso curto. Havia algo na maneira como Maya falava que sempre trazia uma mistura de provocação e sinceridade, algo que mexia com ela. Suspirou fundo, terminando de ajeitar as coisas e preparando-se para mais um dia. Estava decidida a manter o foco no trabalho, mas Maya sempre parecia ser um desvio imprevisível em sua rotina.

Quando chegou ao prédio onde Maya morava, a cidade já havia ganhado vida com o trânsito e o movimento habitual. Estacionou o carro e, ao sair, sentiu o ar fresco da manhã bater no rosto, trazendo um pouco de clareza. Subiu as escadas com passos firmes, mas ao se aproximar da porta de Maya, seu coração acelerou levemente. Ela estava acostumada com a adrenalina de operações policiais, mas quando se tratava de Maya, o nervosismo era outro.

Maya abriu a porta antes mesmo de Giovanna bater. Ela estava ali, sorrindo como sempre, vestida de maneira casual, mas incrivelmente charmosa. Uma blusa de tecido leve, com as mangas caindo suavemente sobre seus ombros, delineava sua silhueta. O cabelo estava preso de forma despretensiosa, com algumas mechas soltas que moldavam seu rosto. Havia uma despreocupação natural em Maya que, de alguma forma, sempre tirava Giovanna do eixo.

- Oi, Gi! - Maya disse com um sorriso largo, encostando-se no batente da porta. - Pronta para mais um dia? Eu fiz café, mas acho que o seu deve ser melhor.

Giovanna sorriu, tentando manter a postura relaxada, mas a proximidade de Maya sempre trazia um desconforto que ela não sabia nomear.

- Pronta, sim. - Giovanna respondeu, tentando soar casual, enquanto desviava o olhar de Maya. - Vamos lá. Hoje precisamos revisar alguns detalhes importantes sobre o caso.

- Sempre tão focada no trabalho. - Maya comentou de forma quase despreocupada, fechando a porta atrás de si e seguindo Giovanna até o carro. - Mas eu gosto disso em você. Sabia? Essa sua seriedade... é charmosa.

Giovanna não deu muita atenção ao comentário, achando que era apenas mais uma das provocações usuais de Maya. Ela abriu a porta do carro e esperou Maya entrar. O caminho até a delegacia foi tranquilo, com o rádio tocando baixinho e conversas ocasionais que não tocavam nos temas realmente importantes. No entanto, Giovanna sentia que havia algo no ar, uma tensão latente, mas não queria pensar muito nisso.

Ao chegarem à delegacia, Giovanna guiou Maya até a sala de reuniões. O ambiente era simples, iluminado por luzes frias que lançavam sombras discretas nos cantos. Havia uma mesa grande no centro, coberta de documentos e evidências. Ao fundo, uma grande janela deixava a luz natural entrar timidamente, iluminando os papéis e os rostos sérios que se reuniriam ali.

Giovanna sentou-se em uma das cadeiras, logo à frente da mesa. Ela abriu uma pasta e começou a organizar os papéis que precisava revisar com Maya. Tudo estava pronto para mais um dia de investigação intensa, mas a presença de Maya, sempre tão próxima, sempre tão atenta, tornava as coisas um pouco mais difíceis de serem simples.

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