Capítulo. 09

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“Só checando as coisas”, ele responde, mas seus olhos permanecem nas costas de Joey. Ela está fingindo que ele não está lá. Até que ele fala com ela. “Como vai, Josephine?”

Josephine? Porra. Isso não é bom. Espero que ela se levante e fique na cara de Law, mas ela apenas levanta a mão, mostrando o dedo para ele. Ela ainda não se virou e se recusa a encontrar os olhos dele no espelho.

“Josephine, doces, não—”

“Doces—” Tento dizer algo, mas ela nos interrompe.

“Que porra você está fazendo aqui, Anderson? Tenho certeza de que perseguição é contra a lei.”

Vejo o maxilar do xerife tremer. O bar ficou assustadoramente silencioso agora porque todos estão observando o que está acontecendo. Parece deixar o xerife desconfortável, até que ele quebra o silêncio.

“Jake, minha irmã está por aí? Achei que eles tinham vindo aqui hoje à noite”, Law diz, olhando para o barman.

“Ela com aquela despedida de solteira?”

“Seriam eles.” Se a irmã de Law estivesse na despedida de solteira, percebo que talvez eu tenha um jeito de descobrir quem é minha Penelope. Começo a falar, mas suas próximas palavras me atingem com força. “Ela é a solteira.”

De repente, tudo se encaixa.

Uma lembrança distante da filha do prefeito voltando da faculdade para se casar com seu advogado, Scott Winstead, me faz cerrar os dentes com tanta força que fico surpreso que eles não quebrem. Scott e eu voltamos, e a história não é boa pra caramba. O cara é um bastardo convencido que acha que sua merda não fede, e ele é tão corrupto quanto o prefeito. Duas ervilhas em uma vagem, esses dois são.

Pelo menos eu sei onde encontrá-la agora. Ela está na casa do prefeito ou na antiga propriedade da família. Se ela estiver na porra da casa do Scott, eu vou queimar o lugar até o chão com o Scott ainda lá dentro.

“Eles saíram daqui há cerca de duas horas”, diz Jake, servindo ao velho Jim no final do bar outro copo de uísque barato.

“Tudo bem, eu só estava dando um jeito de me informar antes de ir para casa à noite.”

Joey bufa para as palavras dele como se não acreditasse nele. Ela murmura algo que não entendo, mas antes que eu possa perguntar, Law está falando com ela.

"Josephine, posso falar com você lá fora?" Ele se move para frente e para trás em seus pés, parecendo nervoso. Caramba, eu também ficaria nervoso se continuasse chamando Joey de "Josephine", mas ele diz isso como se sempre tivesse feito isso. Os dois não podem ter uma tonelada de história porque Joey está aqui há pouco mais de um ano.

“Quem está perguntando?” Ela gesticula para Sam servir outra dose. “O xerife ou a lei?”

“Estou perguntando, querida.”

“Então a resposta é não. Além disso, você não gosta de ser vista comigo em público.” Ela dá de ombros como se não desse a mínima, mas eu posso dizer pelo quão tensa ela está que é uma atuação.

"Isso não é verdade, porra, e você sabe disso." Law dá um passo em direção a ela, mas Joey joga sua dose para trás e pula do banco com um pequeno vacilo em seu passo. Law e eu nos movemos ao mesmo tempo para garantir que ela não caia.

"Não toque nela, porra", Law rosna para mim, puxando-a para si em um abraço possessivo.

Normalmente, eu diria para ele ir se foder, mas Joey sabe se virar, e eu não quero começar uma merda com o irmão de Penelope. Eu já tenho uma briga pela frente, e não quero jogar lenha na fogueira ainda. Quero manter minhas cartas o mais perto possível do meu peito.

Assim como eu pensei, Joey empurra o peito de Law e o faz dar um passo para trás dela. Joey é pequena, mal chega ao peito de Law, mas ela sabe como se defender.

“Você fez sua escolha. Agora viva com ela.” Ela tenta passar por ele, mas ele a agarra pelo braço, e ela lhe dá um olhar que mataria um homem menor.

“Você está bêbado demais para dirigir.” Suas palavras são suaves e cheias de preocupação.

Ela nem responde a ele. Joey apenas chama o nome de Butch. Ele está em uma das mesas de sinuca, mas quando a ouve chamando, ele se aproxima.

"Butch me pegou", ela diz, e sua voz é um pouco presunçosa.

Law aperta o maxilar novamente, mas o que ele pode realmente dizer? Se ele sabe alguma coisa sobre Joey, ele sabe que ela divide uma casa com Butch. Ele era amigo dos irmãos dela, e foi a razão pela qual Joey se mudou para cá. Ela está hospedada na casa dele desde que chegou, mas até onde eu sei, nada aconteceu entre eles. Mas, novamente, eu não faço muitas perguntas.

"Pegue seu telefone", diz Law, mas Joey não aceita.

"Vai se foder." Com isso, ela se foi, saindo do bar. Butch me dá um olhar de 'que porra é essa?' antes de segui-la para fora, deixando o xerife parado ali parecendo um cachorrinho chutado. Não tenho tanta certeza de que ele pode lidar com Joey. Ela pode ser pequena, mas compensa com atitude e uma vontade de ferro.

"Você está perdido", digo a ele, finalmente me virando para olhá-lo de frente.

"Contanto que eu esteja em algum lugar com ela, eu aceito." Com isso, ele segue Joey e Butch.

Balançando a cabeça, pego nossas abas e as fecho, grata por não ter me deixado ficar bêbada como queria. Não, preciso ter certeza de que minha doce Penélope esteja enfiada em sua própria cama durante a noite. Sozinha. Depois que eu resolver isso, talvez eu possa começar a pensar em uma maneira de sair dessa tempestade de merda em que pareço ter me metido.

Esta manhã acordei sem nenhuma preocupação no mundo, e agora não sei o que está em cima ou em baixo. Isso está me fazendo entender agora o que o xerife estava dizendo. Eu prefiro estar nessa confusão com Penelope do que não ter Penelope nenhuma.

Mecânico {Concluído}Onde histórias criam vida. Descubra agora