Mecânico {Concluído}

Capítulo. 14

Vovô morreu quando eu era jovem, e não consigo me lembrar dele. Minha mãe morreu quando eu nasci, e ele morreu logo depois dela. Não sei como minha avó sobreviveu à perda do marido e da filha tão próximos. Outra razão pela qual eu não a deixaria me perder.

“Ele se iluminava sempre que olhava para você. Ele te amava tanto.” Eu amo quando ela fala sobre meu avô. Todo o seu rosto se aquece, e o amor que ela tem por ele transparece mesmo depois de todos esses anos em que ele se foi. Eu quero um amor assim um dia. Talvez não hoje ou amanhã, mas um dia eu vou encontrar isso. Eu só vou ter que sofrer com esse casamento por um tempo e aproveitar o tempo que me resta com minha avó. A vida parece ser viver o dia a dia neste momento.

Estendo a mão, devolvendo a ela a caixa do anel, e ela o coloca na mesa de cabeceira. “Seu avô me deu esse anel porque ele queria me fazer feliz. É o que ele sempre quis para sua família. É um anel lindo pelo qual ele trabalhou tanto. E para mim, é um sinal do mais puro amor e devoção.” Ela sorri para mim, e eu não consigo deixar de desejar esse tipo de amor e felicidade.

Eu sei que ela quer que eu seja feliz. Felicidade é tudo que ela e meu avô sempre quiseram para mim. É uma pílula amarga de engolir porque esse casamento é uma mentira. Eu vou ficar infeliz.

“A vida é sobre ser fiel a si mesmo e encontrar o amor que você merece. É muito curta para fazer de outra forma.” Ela descansa a cabeça no travesseiro, e eu posso dizer que ela está cansada e provavelmente precisa de uma de suas pílulas. Mas ela está certa. Talvez eu possa absorver o máximo que puder antes de caminhar pelo corredor para o meu destino.

Levantando da cama, vou ao banheiro, pego os comprimidos dela e encho seu copo de água. Colocando-os ao lado da cama dela, inclino-me e dou-lhe um beijo.

“Estou tão feliz que você vai se casar com alguém daqui. Senti tanto sua falta quando você estava na escola.”

“Eu não vou a lugar nenhum, vovó. Eu prometo.”

****************

Paine

Estou perdendo a porra da minha cabeça, penso comigo mesmo enquanto vejo uma Tammy claramente recém-fodida sair do escritório de advocacia de Scott, que fica no centro da cidade. Menos de dez minutos depois, vejo Scott sair do escritório, jogar uma sacola no porta-malas do carro e se virar, me avistando sentada na minha motocicleta. Olho para ele e posso dizer pelo olhar em seu rosto que os sussurros já chegaram aos seus ouvidos.

Ele ajeita o terno e começa a vir na minha direção. Ele acha que, como estamos no meio da cidade e ele é advogado, não vou dar uma surra nele. Ele está errado. Normalmente, eu não faria isso. Não por algo estúpido ou mesquinho. Mas Penelope é mais do que isso, e ela definitivamente vale uma noite na cadeia. Embora eu não pudesse rastreá-la naquela noite se pudesse. Não gosto da ideia de não poder ficar de olho nela se quisesse. Pareço um perseguidor, mas não dou a mínima. Se rastrear minha garota e aparecer em lugares aleatórios a mantém longe das mãos de outro homem, você pode me rotular como quiser, e eu usarei esse título com orgulho.

"Você não pode correr para Kirksville se precisar molhar seu pau, Paine? Eu nunca soube que você se aventurasse nas garotas locais."

Meu corpo inteiro fica duro como uma rocha com suas palavras. Ele realmente falou sobre a mulher com quem ia se casar daquele jeito? Não só isso, mas ele estava apenas transando com uma boceta local. Mas isso não é novidade. Eu nunca entendi os caras que perseguiam mulheres por aqui. Todo mundo estaria apenas transando um com o outro no final do dia. Não era algo que soasse atraente para mim.

“Eu nunca deixei Tammy chupar meu pau no banco de trás do Smokey's, não importa o quanto ela tenha implorado para eu fazer isso. Então parece que não sou eu quem está molhando meu pau.”

Sei que não estamos falando de Tammy, mas quero que ele saiba que estou de olho nos jogos dele. Ele não teve minha garota porque ela ainda é doce como cereja e está esperando que eu a pegue. Não sei o que está acontecendo com esses dois, mas as coisas não estão batendo. Não vejo uma garota como Penelope deixando seu homem correr atrás dela, então talvez ela não saiba, ou talvez ela não se importe. Ela não parece o tipo de mulher que só quer ser mantida e transformada em um pequeno troféu. Eu poderia ter pensado isso quando ela entrou no meu escritório pela primeira vez, mas a mulher que eu tinha em meus braços enquanto eu comia sua boceta esta tarde não era nada disso. Ela era diferente, não importa como essa situação pareça ser.

Seus olhos endurecem com minhas palavras. Parece que Scott pensou que ele era o único que Tammy gostava de chupar. Não, Tammy só vai atrás de qualquer um com dinheiro. Eu posso não ser tão chamativo com o meu quanto Scott, mas eu ganho bem, e isso é algo que alguém como Tammy pode facilmente farejar.

"Fique longe dela", diz Scott, a presunção que ele tinha antes já não está mais presente em suas palavras.

"De quem estamos falando aqui, Scott?" Eu o provoco, porque não tenho certeza total. Ele não pareceu muito irritado quando estava me alertando sobre Penelope, mas um comentário sobre Tammy e seu tom muda completamente.

“Meu noivo—”

Eu saio da minha bicicleta antes que ele possa terminar a palavra. Não tem como eu suportar ouvi-lo chamá-la assim. Não vai acontecer porra nenhuma. Eu o seguro pelo paletó, levantando-o para que ele fique no nível dos meus olhos.

“Paine. Deixe-o ir.”

Sinto a mão de Law descer sobre meu ombro, e solto Scott com força suficiente para fazê-lo cair no chão. Ele tem sorte que o xerife apareceu.

"Vou prestar queixa!", grita Scott, levantando-se do chão e limpando a sujeira de seu terno.

Law solta meu ombro, balançando a cabeça para mim. Merda, eu deveria ter tido mais controle. De jeito nenhum Law vai me jogar na cadeia depois que eu acabei de jogar seu futuro (ou assim ele pensa) cunhado no chão.