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Gustavo Mioto, Londrina

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Gustavo Mioto, Londrina.
Ponto de vista.

Mais um dia desponta, mais um amanhecer se revela. Sinceramente, jamais imaginei que teria de enfrentar essa dor, especialmente de forma tão precoce.

A ausência da minha filha em meus braços, a falta do seu calor ao meu lado, a ausência do abraço apertado e dos beijos carinhosos que costumava me dar ao chegar do trabalho, tudo isso apenas intensifica a tristeza e a angústia em meu coração.

Anseio profundamente pela presença dela ao meu redor. Desejava ardentemente testemunhar seu crescimento e vê-la florescer na mulher mais bela que este mundo já viu, no entanto, esse desejo me foi cruelmente arrancado.

Era domingo, um dia especialmente dedicado ao papai e à Clarisse, um momento em que desfrutávamos do carinho e da companhia um do outro. Nesse dia, acordamos juntos, pois Clarisse optou por dormir no meu quarto. Após tomarmos café da manhã, seguimos para a igreja, o lugar favorito da Clarisse desde seu primeiro aninho de vida.

Sempre muito simpática, Clarisse cumprimentou a todos e permaneceu atenta durante toda a missa, ouvindo com atenção cada palavra do padre. Ela aproveitou para cantar algumas músicas, algo que realmente a encantava. O padre batizou Clarisse quando ela era apenas um bebê, e desde então, o carinho entre ambos se tornou algo muito especial. Ao final da missa, retornamos para casa, onde escutamos músicas enquanto ela me maquiava e se vestia com seus lindos vestidos de princesa. Clarisse também dedicou um tempo para desenhar e fez uma ilustração adorável em que estávamos dentro de um coração.

Ela me disse que seu coração batia melhor e mais rápido quando estava comigo. Era encantador saber que eu sentia o mesmo!

No entanto, hoje sinto que meu coração não bate mais como antes.

Na tarde daquele domingo, Clarisse expressou o desejo de assistirmos a filmes. Como seus doces haviam acabado, decidimos ir ao mercado. Entramos no carro e seguimos para o nosso destino.

A pior escolha que poderia ter feito.

Durante o trajeto, uma chuva intensa começou a cair. As ruas estavam completamente molhadas, dificultando a visibilidade da estrada. Ao avistar um cachorrinho, desviei para não machucá-lo e, infelizmente, colidimos com um caminhão; perdi completamente a consciência.

Acordei no dia seguinte em uma cama de hospital. Meu primeiro pensamento foi sobre onde estava minha filha! Meus pais estavam ao meu lado, oferecendo apoio e tentando me acalmar.

Perguntei repetidamente sobre o paradeiro da minha filha e foi então que eles me informaram que Clarisse estava desaparecida.

Receber essa notícia fez com que meu coração parasse por um instante. Parecia que todo o ar havia se esvaído de meu peito.

As buscas pela minha filha começaram de maneira incansável. Eu não descansei um único momento. Foram dias de procura. Estava sem dormir, sem me alimentar, sem beber água... Apenas existindo.

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