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Gustavo Mioto, Rio de janeiro

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Gustavo Mioto, Rio de janeiro.
Ponto de vista.

Observo o olhar de Ana, que expressava um misto de assombro e angústia. Era evidente o desespero que a dominava ao ouvir que eu tinha conhecimento sobre a identidade dos assassinos da minha filha.

— Quem são, Gustavo? — pergunta ela, com os olhos arregalados.

Respiro fundo, segurando a dor que me consome.

— É a mãe dela, Angélica, e o padrasto, Ricardo. Eles… eles foram responsáveis pelo que ocorreu com a Clarisse — respondo, com a voz trêmula.

Ana leva as mãos à boca, chocada. Ela parece incapaz de acreditar no que acabara de ouvir.

— Não… como isso é possível? Por que fariam algo assim? — questiona ela, em estado de choque.

Desvio o olhar para o chão, lembrando-me das peças do quebra-cabeça. O que fiz para juntar todas essas informações.

— Angélica nutria ciúmes de mim. Mesmo sem ter visto a filha mais do que quatro vezes na vida, ela sentia uma raiva por eu ter conseguido seguir em frente. Não suportava ver que eu era feliz… mais feliz do que qualquer outra pessoa. — explico, com a voz cansada.

— E qual é o papel do Ricardo nisso? — Ana pergunta, demonstrando interesse em compreender mais.

— O Ricardo alimentou essa raiva e inveja. Contudo, a verdade é que Angélica se sentia presa em sua própria vida. Sempre sonhou em ser alguém importante, ter uma carreira, mas acabou se tornando uma mulher amarga e frustrada. Não conseguiu lidar com o fato de que eu havia superado nossa separação e construído uma vida maravilhosa para mim e para Clarisse. — explico, aliviando-me do peso que carregava.

— Isso é tão cruel… Como alguém pode agir assim com uma criança? — Ana diz, indignada.

— É por isso que preciso agir. Eles acreditaram que poderiam silenciar Clarisse para sempre, mas isso apenas revela o quão desesperados e desequilibrados estavam. A raiva deles os cegou. — afirmo.

— E o Ricardo? Ele não tinha nada a ver com isso antes? — Ana pergunta, curiosa.

— Na verdade, ele sempre foi um cúmplice. Alimentou a insegurança de Angélica, dizendo que ela precisava proteger o que considerava “dela”. Juntos, criaram essa narrativa distorcida, onde Clarisse era vista como uma ameaça ao seu "mundo." — digo, indignado com a doença de suas ações.

— Então vamos fazer isso juntos, Gustavo! Vamos encontrar provas e levar essa história à luz. Clarisse merece justiça! — Ana diz, determinada e cheia de esperança. — Eles compareceram ao velório da Clarisse?

Respirei profundamente, sentindo a raiva e a tristeza se entrelaçarem. Olhei nos olhos de Ana e continuei:

— Sim, eles compareceram ao velório. A Angélica se aproximou do caixão da Clarisse e colocou a mão sobre ele, como se prestasse uma homenagem. E disse: "Você sempre será minha princesinha. Amo você, Clarisse." Sempre que me lembro disso, sinto um aperto no peito. Como ela pode mentir de forma tão descarada? — afirmei, minha voz revelando minha indignação.

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