IPANEMA

COTIDIANO;

☀️

—Shooo, acorde, você vai se atrasar — o melodioso tom doce e em japonês o despertara do mundo dos sonhos que estava habitando nas últimas horas.

Sentou-se na cama cheio de sono, coçando os olhos, esticando os braços e soltando um bocejo arrastado, se dependesse dele nem sairia da cama hoje, iria optar por ficar em casa e só ousaria abandonar a casa quando fosse noite.

Mas, é aquele negócio, o capitalismo é deprimente.

O ruivo saiu do colchão macio, abriu o guarda-roupa com uma preguiça contagiante e um suspiro frustrado escapou de sua boca quando percebeu que era a última restante, ficou com preguiça de lavar suas roupas durante a semana e agora todas as regatas que tinha estavam sujas.

Teria de dar uma atenção a isso quando voltasse do trabalho.

Tomou um banho depressa, pegou suas roupas rapidamente e resolveu se aprontar no quarto.

Vestiu uma bermuda estampada qualquer, calçou as havaianas, passou protetor solar, colocou o boné para proteger-se do sol, abriu as janelas para o quarto estar mais ventilado e quando estava pronto foi até a cozinha.

—Bom dia, bachan — sorriu gentil se aproximando da senhorinha e dando-lhe um selar na testa antes de sentar-se à mesa.

Não pode conter o sorriso com a mesa bem arrumada, havia suco de maracujá, café, leite, pães, requeijão, queijo, presunto e um chamativo bolo de cenoura com chocolate.

—Bom dia — o cumprimentou com aquela voz suave que deixava sabor de sono no céu da boca.

—Já tomou café? — perguntou para sua avó enquanto se servia colocando suco no copo e pão com requeijão no prato.

A mulher acenou, seus olhos castanhos eram muito amorosos, eram do tipo de aquecer a alma de qualquer um, sempre gostava de assistir seu neto comendo sua comida, lhe dava uma satisfação enorme no peito.

O ruivo comeu depressa, levando o que usou para pia e já lavando, também recolhendo as coisas da mesa, detestava dar trabalho para a sua avó, essa doce mulher era sua âncora no mundo, sua pessoa de conforto, seu abrigo e pessoa favorita em todo o universo, não sabia o que seria de si sem ela.

—Vai ficar jogando até tarde novo, Sho? — perguntou com aquele sotaque gostoso, arrebatador diria, seus olhos puxados davam todo um charme adorável ao seu rosto e a forma como as palavras saiam de si parecia música.

—Vou sim, Bachan — comentou sorridente como sempre — mas, prometo que volto no horário certinho para a gente assistir a novela juntos — afinal, era o momento deles.

—Não precisa se preocupar com isso, sabe muito bem que eu amo vê-lo fazendo o que gosta e interagindo com pessoas — sorriu suave usando aquela blusa florida de ceda — pode ficar até tarde se quiser, só tome cuidado para voltar!

Hinata sentiu seu peito superaquecer, para muitas coisas ele era responsável como um rapaz de 18 anos, poderia ser sério quando a situação exigisse isso de si, mas, com a Kiyoo Hinata ele parecia voltar a ter 5 anos de novo.

Para ele, ela era completamente a música "Meu Anjinho".

—Sei disso, mas, mesmo assim prefiro ver a novela com a senhora, 'tô doido pra ver qual a treta da Hilda com o Malthus — guardou o suco na geladeira — 'Tô indo pro serviço, Bachan, até mais tarde, te amo — falou o último em japonês antes de sair correndo da cozinha fazendo sua doce avó rir baixinho.