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Olivia sente os olhos cheios de lágrimas, mas não diz nada, apenas acomoda sua filha nos braços e a mochila nas costas

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Olivia sente os olhos cheios de lágrimas, mas não diz nada, apenas acomoda sua filha nos braços e a mochila nas costas. Agradece a mulher baixinha e rancorosa e sai do pequeno apartamento, logo estava na rua. Literalmente.

Respirou fundo e encarou o céu, talvez pedindo um novo plano para Deus. Ela já esteve nessa antes.

Olha para os lados, atravessa a rua e entra no pequeno estabelecimento onde ela costumava passar o pouco tempo livre que tinha. O cheiro de gordura e o chão de madeira. Olivia sentou na mesa mais afastada e acomodou Sun em seu colo. Logo a pequena garotinha estava mamando.

Ela lidou com tudo cedo demais, e sozinha. Uma gravidez indesejada aos dezesseis anos, ser colocada para fora de casa e ter recebido uma porta na cara quando tentou se comunicar com a família de seu ex namorado de escola. Abandonou os estudos e passou a trabalhar, pra cuidar da criança e ter um teto pra viver, mas, é ilegal contratar menores de idade para trabalhos regulares, e, principalmente se eles não estudassem.

Olivia passou por muita coisa apesar da pouca idade. Aprendeu sobre o quão egoísta o mundo era, e que dinheiro não podia comprar felicidade, mas comprava o caminho pra isso e muitas das vezes não era simples luxo.

Enquanto ela alimentava Sun, com a cabeça encostada na parede e os olhos fechados, as poucas lágrimas escorrendo e o casaco surrado caindo em seus ombros, cinco garotos atravessaram a porta de vidro e fizeram seus pedidos de forma simpática e engraçada. Ela não reparou, mas podia ouvir a bagunça.

No meio dos cinco, Rudy. Ele não conseguia tirar os olhos de Olivia e não entendia porquê sua mente o pedia tanto que a desse atenção. Seu primeiro pensamento era como o da maioria das pessoas, "ela não é jovem demais pra carregar um filho nos braços?"

Sem entender muito bem o que fazia, ele pediu um prato a mais, e ao invés de se juntar aos amigos, se sentou na frente da garota, que agora ajeitava a camisa em seu corpo e deixava que a pequena Sun dormisse.

Colocou um dos pratos na frente da mais nova. Olivia encarou toda aquela comida e tentou se lembrar da última vez que comeu decentemente.

━━━━ Posso ficar aqui com você? ━━━━ o tom simpático e calmo fez com que ela o alcançasse o olhar e o desse um chio confuso como resposta ━━━━ É pra você, eu não sei exatamente do que gosta, mas frango frito não parece uma má opção pra ninguém.

━━━━ Obrigada. ━━━━ murmura, não se contendo em comer a primeira garfada.

Ela está acostumada a ver mais sinceridade em estranhos do que nos poucos que deveria ter em volta. Olivia acredita que Deus tem formas inesperadas de mandar socorro, e que talvez hoje seu socorro usasse roupas caras e o cabelos bagunçado.

━━━━ Você é daqui? ━━━━ Rudy murmura, apoiando o cotovelo na mesa, o queixo na mão.

━━━━ Uhum ━━━━ dá de ombros ━━━━ Você também é?

━━━━ Uh, não. ━━━━ o mais velho murmura, na sensação estranha de vê-la comer como se não pudesse fazer aquilo sempre ━━━━ Vim do Texas. Já esteve lá?

━━━━ É, acho que sim ━━━━ solta o garfo no prato para acomodar novamente a criança que se mexia preguiçosamente ━━━━ Quando eu era criança, talvez.

Rudy ri fraco com aquilo. Olivia também se pegou pensando na mesma coisa. Ela ainda era uma criança.

━━━━ Hum, me... desculpa por perguntar, sério. Pode soar rude ━━━━ o loiro coloca os cabelos para trás, voltando para a mesma posição de antes ━━━━ Esse bebê é seu filho? Você está sozinha?

Ela respira fundo. Essa era uma pergunta frequente, e a dificuldade para respondê-la é sempre a mesma.

━━━━ É, é sim ━━━━ sorri sem mostrar os dentes ━━━━ O nome dela é Sun. E, bom, eu tenho ela, não estou sozinha.

Rudy ficou com medo de soar indelicado caso fizesse mais perguntas, mesmo que não tivesse apenas curiosidade. Então tentou escolher com cautela as próximas palavras

━━━━ E o seu nome, é...

━━━━ Olivia. ━━━━ murmura, fazendo-o sorrir balançando a cabeça. ━━━━ O seu?

━━━━ Rudy. Prazer. ━━━━ diz, alguns segundos antes de seus amigos virem na direção da mesa. ━━━━ Eu... não sei porquê, mas ━━━━ pausa para puxar o guardanapo e tirar a caneta do bolso. ━━━━ Me liga, se precisar. Se quiser conversar, ou se precisar de alguma coisa. Não hesite, por favor.

Ele deixa o papel embaixo do prato praticamente vazio, junto com o troco que havia recebido quando comprou a comida. Era uma quantia razoável, contando que o preço do local era bom e ele não tinha apenas cem dólares inteiros no bolso.

Não por uma razão expecifica, porque ele não tinha um conceito financeiro para Olivia, mas sentiu vontade, então apenas o fez.

Não por uma razão expecifica, porque ele não tinha um conceito financeiro para Olivia, mas sentiu vontade, então apenas o fez

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primeiro capítulo 🎉

𝗮𝗹𝗿𝗶𝗴𝗵𝘁; rudy pankowOnde histórias criam vida. Descubra agora