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O sol de Dorne brilhava intensamente sobre Sunspear, banhando os jardins do Palácio com sua luz dourada. O calor era familiar, quase reconfortante, para aqueles acostumados àquele reino árido.
No entanto, havia uma tranquilidade incomum no ar, um contraste com a agitação constante de King's Landing, onde intrigas e conspirações cresciam a cada dia.
Oberyn Martell estava nos jardins, praticando com sua lança. Cada movimento era preciso, quase automático, enquanto ele girava a arma com destreza, seus pensamentos vagando por lugares distantes.
Mesmo durante o treinamento, sua mente não estava ali; ele estava preso em memórias e em um turbilhão de emoções que não conseguia dissipar completamente.
De repente, o som de risadas infantis cortou o silêncio, trazendo Oberyn de volta ao presente. Ele parou por um momento, observando a origem do som.
Arianne Martell, sua sobrinha, surgiu correndo pelos jardins, segurando um pequeno pedaço de pano que balançava ao vento, fingindo ser um estandarte. Seus irmãos mais novos, Olyvar e Mors, vinham logo atrás, em uma tentativa divertida de capturá-la, as vozes animadas ecoando entre as árvores.
Oberyn não pôde evitar um sorriso enquanto observava a cena diante de si. A simplicidade daquela brincadeira, a pureza da infância, trouxe-lhe um raro momento de paz.
Seus pensamentos inquietos, que momentos antes o assombravam, foram momentaneamente acalmados ao ver as crianças correndo e rindo, alheias às complicações do mundo dos adultos.
Ele permaneceu ali, a lança agora apoiada ao lado do corpo, permitindo-se desfrutar daquele instante.
O jardim de Sunspear, com suas plantas exóticas e flores vibrantes, era um contraste perfeito com a vivacidade das crianças. O sol refletia no mármore branco das fontes e nas folhagens verdejantes, criando uma cena quase idílica, um refúgio em meio à tempestade que se aproximava.
- Tio Oberyn! - Arianne correu até ele, quase sendo capturada pelos irmãos, suas bochechas coradas de tanto correr. Ela se agarrou às pernas do tio, olhando para cima com olhos brilhantes. - Me ajude a vencê-los! O tio Olyvar já me derrubou duas vezes! - A pequena resmungou, abraçando-o com força.
Oberyn abaixou-se para ficar à altura da sobrinha, rindo suavemente. Ele sempre se encantava com a energia incansável de Arianne. - Eles não a deixaram vencer nenhuma vez? - Perguntou, tentando conter o riso quando ela balançou a cabeça em negativa, o rosto dela ainda pressionado contra ele.
