Entrelaçados pelo Amor - Miotela

Histórias de amor e realeza

Era uma manhã clara de outono em Nova York. As folhas começavam a tingir-se de dourado, e o ar fresco invadia as ruas da cidade. Gustavo acordou com o som suave de risadas vindo do quarto de Aurora. O brilho do sol penetrava pela janela, banhando o quarto com uma luz quente. Ele sorriu, ouvindo a filha conversar alegremente com seus bonecos. Ele sabia que Aurora estava animada para mais um dia na empresa e, especialmente, para ver Ana Flávia novamente.

Depois de se arrumar e preparar Aurora para a escola, Gustavo desceu para a cozinha, onde a menina já estava sentada à mesa, com seu rosto iluminado por um sorriso radiante.

— Papai, você acha que a Ana Flávia vai brincar comigo de novo hoje? — perguntou Aurora, seus olhos brilhando de expectativa.

— Eu acho que sim, meu anjo. — respondeu Gustavo, enquanto ajeitava uma mecha de cabelo que havia caído no rosto dela. — Mas você tem que ir para a escola primeiro, certo?

— Certo! — disse Aurora, com a animação de quem já planejava como seria o resto do dia.

Depois de deixar Aurora na escola, Gustavo dirigiu-se para a empresa, onde o pensamento de Ana Flávia o acompanhou por todo o caminho. Desde que ela apareceu em sua vida, Gustavo sentia algo diferente. Havia um calor em seu peito sempre que pensava nela, algo que ele não conseguia ignorar. E ver como Aurora se apegava a Ana Flávia só intensificava seus sentimentos.

Na empresa, Gustavo não demorou a cruzar com Ana Flávia nos corredores. Ela estava deslumbrante como sempre, seu andar confiante e sua presença carismática iluminavam o ambiente. Quando ela o viu, um sorriso sincero e caloroso surgiu em seu rosto.

— Bom dia, Gustavo. Como está Aurora? — perguntou ela, com uma leve preocupação misturada à doçura em sua voz.

— Ela está ótima, ansiosa para te ver novamente. — respondeu Gustavo, sentindo seu coração acelerar ao ver o sorriso de Ana Flávia se alargar. — Na verdade, ela me pediu para trazê-la aqui depois da escola para que vocês possam passar mais tempo juntas.

Ana Flávia riu suavemente, mas havia um brilho diferente em seus olhos, um brilho que Gustavo não conseguia decifrar totalmente.

— Eu adoraria vê-la. Aurora é uma menina tão especial, Gustavo. Você tem muita sorte.

— Eu sei. — disse ele, seus olhos encontrando os dela de uma forma que fez o tempo parecer parar por um instante.

Mais Tarde, Na Sala de Gustavo

Já se aproximando das onze horas, Gustavo decidiu enviar uma mensagem para Ana Flávia. Ele estava ansioso para saber se ela ainda topava ir buscar Aurora com ele. Quando ela respondeu com um "Claro, estou pronta!", Gustavo sentiu uma alegria que há muito não experimentava. Ele sabia que esses pequenos momentos estavam se tornando cada vez mais importantes para ele.

Quando chegaram à escola, Gustavo sugeriu que Ana Flávia ficasse atrás dele para surpreender Aurora. Quando a menina saiu e viu a surpresa, seus olhos brilharam com uma alegria indescritível. Ela correu para abraçar Ana Flávia, que se agachou para ficar na altura da menina, recebendo o abraço com o mesmo carinho.

— Eu sabia que você viria, Ana Flávia! — exclamou Aurora, apertando ainda mais o abraço.

— E eu nunca perderia a chance de te ver, minha princesinha. — respondeu Ana Flávia, sentindo uma ternura imensa por aquela criança que ela mal conhecia, mas que já tinha conquistado seu coração.

No caminho de volta à empresa, a conversa no carro foi leve e descontraída, pontuada por risos e brincadeiras. Aurora não parava de falar sobre como o dia dela tinha sido e de como estava feliz por poder passar mais tempo com Ana Flávia. Gustavo, observando as duas, sentia-se cada vez mais ligado a Ana Flávia, como se ela fosse a peça que faltava em suas vidas.

De volta à empresa, enquanto Gustavo trabalhava, Ana Flávia e Aurora passaram um tempo juntas. Elas riram, brincaram e até tiraram algumas fotos

que Ana Flávia enviou para suas amigas, Gabi e Virgínia. As amigas, é claro, não deixaram de comentar sobre o quanto Ana Flávia parecia feliz ao lado de Aurora e Gustavo.

— Amiga, você já está praticamente casada! — brincou Gabi, mandando emojis de risos.

— Verdade! Já imagino vocês sendo uma família perfeita. — completou Virgínia.

Ana Flávia riu das mensagens, mas uma parte de seu coração concordava com as amigas. Ela nunca tinha pensado que poderia se sentir assim, mas o carinho de Aurora e o jeito atencioso de Gustavo estavam mexendo com ela de uma forma que era difícil de ignorar.

Com o escritório quase vazio, Gustavo, Ana Flávia e Aurora foram os últimos a sair. Gustavo sugeriu que levassem Aurora para casa, e Ana Flávia, após alguma insistência de Aurora, aceitou o convite. Durante o trajeto, Aurora pediu que Ana Flávia a colocasse para dormir, e Gustavo ficou feliz ao ver a proximidade entre elas. Ele sabia que esses momentos estavam se tornando cada vez mais especiais.

Na casa de Gustavo, Ana Flávia ajudou Aurora a tomar banho e a colocou para dormir, contando-lhe uma história sobre uma princesa que vivia em um castelo. A história refletia, de certa forma, a própria vida de Aurora, com um pai que era o rei e uma mulher que entrava em suas vidas para completar a felicidade.

Gustavo ficou observando da porta, com o coração apertado de emoção. Quando Aurora finalmente adormeceu, Ana Flávia sussurrou "Eu te amo, princesa", e Gustavo sentiu um calor indescritível no peito. Ele sabia que estava se apaixonando por Ana Flávia de uma forma que ele nunca imaginou ser possível.

Depois que Ana Flávia saiu do quarto, eles ficaram em silêncio por um momento, ambos cientes de que algo estava mudando entre eles. O silêncio, porém, não era constrangedor. Era um silêncio cheio de significados, de sentimentos que ainda não haviam sido completamente expressos.

— Obrigado por isso, Ana Flávia. — disse Gustavo, sua voz carregada de sinceridade. — Você realmente tem um dom com crianças, e... com pessoas em geral.

Ana Flávia sorriu, sentindo um calor que começava a se espalhar por seu peito. Ela sabia que, de alguma forma, aquela noite tinha mudado tudo.

— Eu estou feliz por estar aqui, Gustavo. — ela respondeu, suas palavras saindo mais carregadas de emoção do que ela pretendia.

Eles se despediram, mas ambos sabiam que aquela era apenas o começo de algo muito maior.