Ciúmes

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Era uma noite fresca em Nova York, e Ana Flávia sentia que precisava de conselhos. Ela enviou uma mensagem rápida para suas duas melhores amigas, Gabi e Virginia, pedindo para se encontrarem em sua casa. Havia algo que a estava incomodando, algo que não conseguia tirar da cabeça: a conversa que teve com Gustavo mais cedo naquele dia.

Gabi e Virginia chegaram com vinhos e petiscos, prontas para apoiar a amiga. Sentadas no sofá da sala, as três começaram a conversar, a atmosfera leve e cheia de camaradagem.

— Então, meninas, hoje o Gustavo falou uma coisa que não sai da minha cabeça — começou Ana Flávia, hesitante. — Ele me disse que está apaixonado por alguém, mas não disse quem.

Gabi arregalou os olhos, já sentindo onde a conversa iria parar.

— Ana Flávia, você é tonta? — Gabi disparou sem rodeios.

Ana Flávia piscou, surpresa.

— Não, por quê?

Gabi continuou, impaciente:

— Quem é que tá convivendo com a filha dele? Você. Quem é que ele fica olhando toda hora? Você! Amiga, você acabou de contar que, no abraço que vocês deram, ele pegou na sua cintura. Quem faria isso se não estivesse apaixonado?

Virginia, sempre a mais ponderada, completou:

— Eu também acho, Ana. Ele confia muito em você ou... está apaixonado por você. Ele pode ter se segurado para não confessar, mas nós sabemos que é você.

Ana Flávia mordeu o lábio, pensando nas palavras das amigas.

— Mas será, gente? Será que ele está mesmo apaixonado por mim?

Gabi revirou os olhos, brincando:

— Vai amanhã no escritório e vê por você mesma! Fala com ele, amiga. Se você também está apaixonada, não tem por que esperar. Ele gosta de você, e se você ama a Aurora também, faz tudo ainda mais certo.

Virginia assentiu com um sorriso encorajador:

— Exatamente. Você merece ser feliz, Ana. Vai atrás do que você quer.

Ana Flávia sorriu, o coração aquecido pelas palavras das amigas. Depois de se despedirem, ela ficou pensando em tudo o que falaram, e aquela noite, sonhou com uma vida ao lado de Gustavo e Aurora, em uma casa linda, com um cachorrinho correndo pelo jardim. A visão era tão perfeita que ela acordou com o coração acelerado, decidida a confrontar seus sentimentos.

No dia seguinte, Ana Flávia chegou ao escritório, determinada. No entanto, ao entrar, seu coração afundou ao ver Gustavo conversando com uma moça, que estava claramente flertando com ele, tocando seu braço e rindo de suas piadas. A visão despertou algo profundo em Ana Flávia: ciúmes.

Sem pensar, ela marchou até a sala dele, o ciúme pulsando em suas veias, e entrou sem bater.

— Amor, eu preciso falar um negócio com você — ela disse, surpreendendo a si mesma.

Gustavo olhou para ela, confuso, enquanto a moça ao seu lado observava a cena, perplexa. Ana Flávia se aproximou, deu um beijo na bochecha dele e o abraçou pelo pescoço, num gesto possessivo e carinhoso.

— Te amo, meu amor — disse Ana Flávia, antes de sair da sala, ignorando a presença da outra mulher.

Quando saiu, ouviu a moça perguntar:

— Você está namorando com ela?

Gustavo a encarou com um olhar firme e sério.

— Sim, e peço que respeite isso. Não toque mais em mim dessa maneira, porque se não é daqui para o olho da rua. Entendido?

A moça, constrangida, assentiu e deixou a sala sem dizer mais nada.

Gustavo, ainda intrigado, foi atrás de Ana Flávia. Ele entrou na sala dela, batendo levemente na porta antes.

— Posso entrar? — perguntou, tentando esconder um sorriso.

Ana Flávia, ainda mexida pelos ciúmes, assentiu.

— Por que você me chamou de amor naquela hora? — ele perguntou, fechando a porta atrás de si.

Ela deu de ombros, tentando parecer casual.

— Não foi nada, só... saiu.

Gustavo sorriu, aproximando-se dela.

— Não foi só da boca pra fora, Ana. Eu percebi que você estava com ciúmes.

Ela o olhou, tentando manter a compostura, mas o sorriso dele a desmontou.

— Talvez eu estivesse mesmo — admitiu, desviando o olhar.

Gustavo se aproximou, segurando seu queixo suavemente e a fazendo olhar para ele.

— Você não precisa ter ciúmes de ninguém. A única pessoa que eu amo e sou apaixonado... é você.

Ana Flávia sentiu seu coração acelerar, a confirmação que tanto desejava finalmente dita em voz alta. Sem hesitar, ela o beijou, e o tempo pareceu parar enquanto os dois se entregavam ao momento. Quando se separaram, ofegantes, Gustavo sorriu e lhe deu um selinho rápido antes de sair da sala.

Ana Flávia, ainda flutuando, mandou uma mensagem rápida para o grupo de amigas:

— Meninas, vocês estavam certas. Ele disse que me ama!

A resposta de Gabi veio quase instantaneamente:

— Eu sabia! Confia na mãe aqui!

Virginia também respondeu, cheia de alegria:

— Ai, amiga, que felicidade! Vocês merecem todo o amor do mundo!

Mais tarde, Gustavo se encontrou com seus amigos Zé e Murilo, que o provocaram, como de costume.

— Então, finalmente se declarou para Ana Flávia? — perguntou Murilo, rindo.

Gustavo sorriu, confirmando com um aceno.

— E a Aurora vai ficar tão feliz, mal posso esperar para contar a ela — disse Gustavo, imaginando a reação da filha.

Zé brincou:

— Vamos marcar uma reunião com os casados para celebrar esse "noivado" então, hein?

Gustavo riu, sentindo-se mais leve do que nunca, e assim, terminou o dia com a certeza de que um novo capítulo de sua vida estava começando.

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Entrelaçados pelo Amor - Miotela Onde histórias criam vida. Descubra agora