Fazia apenas um dia que George havia terminado a faculdade em Oxford, e já estava de volta a Londres. Embora gostasse muito de Oxford e fosse sentir falta do lugar, nada se comparava à saudade que sentia de sua mãe e de seus amigos.
Fazia muito tempo que não via Will, Ben, Heather e Lucy. Ele sempre visitava a mãe e os amigos quando podia, mas quase nunca via Lucy e Heather, já que sempre que ele estava na cidade, as duas estavam na escola preparatória para garotas que ficava no centro de Londres.
E como ele sentia falta delas...
Por mais que ele se comunicasse com elas de mês em mês por cartas, nada se comparava à alegria de vê-las pessoalmente. Na última vez que esteve com as duas, Lucy ainda usava laços no cabelo e Heather ainda estava trocando os dentes da frente.
Lucy era uma garota quieta, especialmente em comparação com seus irmãos. Sua habilidade de desenhar era superior à de muitos pintores, embora ela mesma não acreditasse nisso. George sempre apreciou a companhia de Lucy; era reconfortante estar ao seu lado. Ela o entendia melhor do que ninguém.
Heather, por outro lado, era completamente diferente. Sempre tão arteira quanto George e seus irmãos, talvez até mais. Quando George era mais novo, ele era completamente apaixonado por Heather, achando-a absolutamente incrível em tudo o que fazia. À medida que cresceu, continuou pensando em Heather durante seus estudos em Eton e, posteriormente, em Oxford, embora a intensidade desse amor tenha diminuído com o tempo.
Mas Heather continuava chamando muito a atenção de George, nem tinha a visto ainda mas sabia que não demoraria para seu coração palpitar quando a visse.
Mal tinha chegado em Londres e já havia sido obrigado a ir a ópera. Um evento longo e arrastado era a última coisa que George queria para passar a noite, mas é claro que não havia escolha quando sua mãe estava determinada a alguma coisa.
Naquela noite, as irmãs Johnson se apresentariam, e, honestamente, nenhuma delas parecia ter talentos vocais ou instrumentais. As expressões no rosto delas durante as apresentações revelavam claramente que estavam ali por obrigação, não por vontade própria.
George pensou seriamente em levar tampões de ouvido e colocar disfarçadamente antes da apresentação começar, mas ele logo concluiu que não teria como fazer isso sutilmente, e sua mãe o reprovaria quando percebesse.
Encontraram um assento para se sentarem e esperaram para a tortura começar. O que não demorou muito. Em 10 minutos, Frida começou a tocar um pequeno solo de piano, errou três notas mas continuou como se nada tivesse acontecido. Filomena começou a cantar, era como ouvir um apito estridente, ela não conseguia alcançar as notas mais agudas, mas seu esforço era tanto que chegava a doer os ouvidos.
No meio da apresentação, George resolveu sair dali, seus ouvidos iriam sangrar se permanecesse naquela sala. Mas sua mãe segurou seu pulso antes que ele pudesse levantar.
— Sabe que é rude sair antes da apresentação acabar — sussurrou ela.
— Prefere que eu fique surdo?
Helen deu um tapa inofensivo em seu braço e sussurrou:
— Não precisa falar sua opinião tão alto!
— Tenho certeza que todos tem a mesma opinião que eu — sussurrou George.
Helen o olhou por um tempo e depois disse como se estivesse cansada:
— Vá.
George sorriu para sua mãe e se levantou, poucas pessoas notaram, afinal, George e Helen pegaram a última fileira para se sentarem.
George caminhou até a sala de entrada, e quando já ia se sentar, ouviu uma voz o chamando.
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Com Amor, Lucy
RomantikLucinda Bridger sempre nutriu uma afeição silenciosa por George, o charmoso Lord Belfort. Crescendo juntos, ela o conhecia melhor do que ninguém, mas George só a enxergava como uma boa amiga. Agora, anos depois, a proximidade entre eles desperta sen...